As locadoras voltaram com força ao mercado após a pandemia e a crise dos chips, retomando as compras para renovar suas frotas e reaquecer o mercado de usados com mais ofertas.

Em março, o setor foi responsável por 28% dos emplacamentos de veículos, salvando assim as vendas do mercado nacional, pois “a fotografia do momento seria pior”, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

No mês passado, 52,1 mil unidades foram destinadas a empresas de aluguel de veículos, um setor que geralmente é responsável por 30% das compras e que em março, foi a maioria das vendas diretas.

Nesse caso, o montante em relação ao varejo foi de 48,85%, uma participação considerada normal, pois, geralmente, fica pouco abaixo das vendas para pessoa física.

Mesmo assim, Leite não está confortável com a situação atual do mercado, como comentou: “Mas isso não vai sustentar nossos volumes por tanto tempo caso não haja uma reação mais forte no varejo, o que depende de melhorias nas condições de financiamento, entre outras medidas, para reaquecer o mercado”.

O presidente da Anfavea se referiu a medidas discutidas junto ao governo para incentivar o consumo, entre elas o tal “carro verde de entrada”, por exemplo.

Leite apontou que em março, pelo menos oito fábricas pararam a produção e dois turnos foram cancelados pelas montadoras, o que também é um sinal de que o mercado encolheu.

A maioria dessas paralisações se deu para “ajuste da produção à demanda”, o termo sempre usado pelos fabricantes para indicar pátios cheios nas fábricas e revendas.

Algumas já previram as pausas no ano passado e as colocaram como parte do plano anual, como a Volkswagen, por exemplo, mas considerando o fornecimento de peças.

O encolhimento do mercado reforça ainda mais as paradas já programadas, tornando a situação ainda mais complicada.

Segundo a Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Veículos, em 2022 houve aumento de 4,7% no número de empregos no setor, com 89.550 pessoas, enquanto a frota subiu 26,2% com um total de 1.434.299 veículos.