O Clube empresa é um clube desportivo que, ao invés de estar legalmente constituído como associação civil sem fins lucrativos, é antes uma empresa constituída com o objetivo de ganhar dinheiro com o desporto. Os clubes corporativos são muito populares nos esportes americanos e em muitos países europeus. No entanto, o fenômeno é raro na América do Sul.
Historicamente, os clubes desportivos em todo o mundo sempre foram organizados como organizações sem fins lucrativos, uma vez que a prática desportiva é essencialmente amadora. Por sua vez, alguns países fugiram das regulamentações. Na Inglaterra, desde o início do século XX, os clubes foram organizados como sociedades de responsabilidade limitada. Na Itália, em 1919, um grupo de acionistas criou a Unione Sportiva Salernitana, fundadora da atual Unione Sportiva Salernitana 1919, então ativa como sociedade anônima.
Nos Estados Unidos, o sistema de federações esportivas profissionais locais opera na forma de franquias, onde cada clube é uma empresa que detém um percentual das ações da liga, que é uma empresa maior que administra as competições. Portanto, pode-se dizer que o clube de negócios neste país é a regra. Das quatro principais ligas esportivas do país (NFL, MLB, NBA e NHL), apenas o Green Bay Packers não é uma empresa, possuindo uma diretoria eleita pelos sócios. Ainda existem clubes sem fins lucrativos, como o New York Athletic Club, que competem como amadores.
No Brasil, o primeiro clube corporativo foi a União São João Esporte Clube, de Araras, São Paulo. Fundada originalmente como uma associação sem fins lucrativos, tornou-se uma sociedade anônima em 1994, ainda sob a lei de Zico, que permitia que os clubes de futebol se transformassem em empresas. Com a introdução da Lei Pelé, que revogou a Lei Zico, o que não era obrigatório tornou-se obrigatório e todos os clubes de futebol profissional no Brasil tornaram-se necessariamente empresas. O prazo para que os clubes se adaptassem à nova lei foi estendido para um ano depois. No entanto, a lei n. 9.981, emitida em 2000, voltou a ser uma opção obrigatória para os clubes.
Todos os ativos legais dos clubes que optaram por se tornar empresas serão transferidos para os clubes de futebol. Atualmente, todos os times de futebol se qualificam como associações cívicas sem fins lucrativos, masom essa mudança, eles poderão emitir títulos individuais, ou seja, estar na Bolsa de Valores.
Segundo levantamento da consultoria EY, 92% dos clubes das cinco principais ligas europeias atuam como empresa, no Brasil é bem o contrário. Se você aumentar a cobertura da 2ª divisão desses países, o percentual sobe para 96%. Alguns deles, como Juventus e Manchester United, estão até listados na bolsa de valores. Mas, na realidade, o que mudará se a lei for aprovada? Em primeiro lugar, poderia atrair mais investidores para o futebol brasileiro.
Atualmente, nessas regiões, os clubes são associações sem fins lucrativos. A maioria deles é chefiada por presidentes eleitos por um clube de associados. Segundo o consultor da EY Pedro Daniel, isso é um grande negócio.
Afinal, esse tipo de gerente costuma estar mais focado nos resultados financeiro para tornar a empresa saudável. Quando comparado ao futebol, é como se eles usassem todos os 10 jogadores como atacantes e deixassem o goleiro completamente desacompanhado. Às vezes funciona, mas vem com taxas iniciais caras. O Cruzeiro é talvez a prova mais recente disso. Na última década, o time mineiro foi um dos maiores vencedoras do país. São dois títulos do Campeonato Brasileiro, dois da Copa do Brasil e quatro estaduais.
Tudo isso, claro, depois que milionários investem em jogadores (mesmo de qualidade duvidosa ou numa época em que o imóvel não é mais rentável para revenda), mas depois se tornam inviáveis de serem pagos. Além disso, algumas das alegações de corrupção do governo na época – o que gerou algumas críticas – se espalharam nos noticiários esportivos.
Mas, na realidade, existe um investidor disposto a investir aqui? De acordo com especialistas, sim. De todos os clubes de negócios do mundo, 35% são dirigidos por estrangeiros. Alguns exemplos fáceis de lembrar: o francês do Paris Saint-Germain, que tem Neymar entre seus jogadores, tem um fundo soberano do Catar como principal acionista.
Lucas Barboza, para Vida Destra, 23/09/2021 Sigam-me no Twitter! Vamos conversar sobre o meu artigo! @BarbozaLucaas
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