Já faz algum tempo que a palavra “ataque” vem sendo utilizada com frequência, principalmente para se referir às críticas que são feitas aos integrantes das nossas instituições de Estado que têm apresentado condutas muito diferentes daquelas definidas pelas nossas leis.
Ao contrário do que a imprensa e outros agentes revolucionários dizem, as críticas feitas pelos conservadores e outros grupos não são dirigidas às instituições em si mas são dirigidas às pessoas que as ocupam. Os conservadores são os primeiros a reconhecer a importância das instituições de Estado e são os primeiros a defendê-las daqueles que pregam o fim delas. Porém, os conservadores também são os primeiros a denunciar aqueles que as usam para proveito próprio e que desvirtuam as suas funções originais.
E por que iniciei este artigo falando do ataque às nossas instituições? O que isto tem a ver com os ataques perpetrados contra o Cristianismo? O atual ataque às nossas instituições de Estado, começando pela nossa corte constitucional, é a parte escancarada de um movimento muito maior, que está minando as bases e os pilares da nossa sociedade, atacando-a de dentro para fora, numa ação muitas vezes despercebida pela maioria das pessoas.
Para compreendermos o modus operandi daqueles que trabalham contra nós, atacando as bases e os pilares da nossa civilização, precisamos conhecer estes pilares para entendermos alguns dos acontecimentos que testemunhamos nos últimos anos.
A civilização ocidental, e aqui gostaria de defini-la como aquela formada pela Europa ocidental e pelas Américas, se tornou a precursora de muitos dos mais caros valores que temos hoje. Conceitos como Democracia, Estado de Direito, Estado, Direitos Humanos, entre outros, foram desenvolvidos pela civilização ocidental e hoje estão presentes ao redor de todo o mundo, servindo como balizas para o caminhar da sociedade humana.
E muitos destes conceitos foram fortemente influenciados pelos valores morais cristãos. Hoje, mesmo aqueles que não professam a fé cristã vivem sob conceitos que foram diretamente influenciados pelo Cristianismo, em suas mais variadas vertentes. Esta influencia pode ser vista não apenas na adoção dos conceitos já citados mas pode ser vista também em várias áreas, como a Filosofia, as Artes, a Literatura, a Arquitetura, só para citar algumas onde a influência dos valores morais cristãos é marcante.
Se analisarmos com calma veremos que os maiores ícones da arte ocidental são obras claramente inspiradas pela fé cristã. Na pintura temos como exemplo a obra A última Ceia, de Leonardo Da Vinci. Várias das obras mais importantes dos maiores mestres da pintura retratam temas diretamente ligados ao Cristianismo e são obras sem similares, em termos de beleza e qualidade, até os dias de hoje. Na escultura temos como exemplos as obras Davi e Pietá, ambas de Michelangelo, que aliás é também o responsável pelos afrescos belíssimos da Capela Sistina, no Vaticano. Na música, obras de compositores como Johann Sebastian Bach e Franz Schubert também são exemplos de arte inspirada na fé.
No Brasil também temos exemplos, como as igrejas barrocas do período colonial que se encontram em cidades mineiras como Tiradentes, Mariana, São João Del Rey e Ouro Preto, que apresentam uma mescla belíssima de arquitetura, pinturas e esculturas também influenciadas pela fé cristã.
Citei todos estes exemplos para mostrar que a arte influenciada pela fé cristã leva os artistas a buscar e a valorizar o belo, o sublime, tentando assim expressar através da arte a centelha divina presente em nós. É um contraste com a arte atual, que não valoriza o belo e considera arte coisas bizarras e até mesmo inacreditáveis.
Os ataques aos valores cristãos podem ser vistos em relação à fé propriamente dita mas nossos inimigos também agem de forma indireta, atacando tudo aquilo que foi influenciado pela fé. Se a arte foi influenciada pela fé cristã, então que sejam estabelecidos novos padrões de beleza e que uma nova arte seja concebida. Se a arquitetura, a música, a literatura foram influenciadas pela fé cristã e seus valores, então que sejam substituídos por algo mais “moderno” e condizente com os dias atuais. Afinal o Homem “evoluiu” e os valores da sociedade devem evoluir também.
Entretanto, os novos valores propostos não visam a uma evolução, e sim visam levar o Homem de volta a um estado animalesco, estado este que foi abandonado há séculos por conta do arraigamento dos ensinamentos cristãos.
A valorização da vida (não matarás); a valorização da propriedade alheia (não roubarás, não cobiçarás a casa do teu próximo); a valorização do núcleo familiar (honrarás pai e mãe, não adulterarás); a valorização do caráter (não darás falso testemunho); a valorização da meditação acerca dos próprios atos perante a sociedade (guardarás o sábado); e o reconhecimento da nossa finitude e da existência de um plano existencial além do plano físico (adorar somente a Deus e não tomar o seu nome em vão) são conceitos baseados na moral cristã e que são observados até por aqueles que não professam a fé cristã, mas reconhecem a sua necessidade e o valor que estes conceitos têm e a sua contribuição para a formação de uma sociedade civilizada.
As sociedades que não foram alicerçadas sobre valores cristãos, embora hoje também adotem leis que se baseiam neles, costumam relativizar de forma mais fácil aquilo que para nós é considerado inalterável.
É por isso que está em curso um ataque, às vezes velado, às vezes escancarado, contra o Cristianismo, pois ao destruir os valores cristãos, muitos dos conceitos basilares da nossa sociedade poderão ser substituídos, permitindo assim a criação da nova sociedade sonhada por muitos. Uma sociedade onde o direito à vida será relativizado (vejam a crescente defesa do “direito” ao aborto e da liberação das drogas) e a vida pertencerá ao Estado e não mais ao indivíduo, que será privado de sua liberdade. Uma sociedade onde o Estado ocupará o lugar de Deus e o “culto” às benesses (migalhas) concedidas pelo Estado ocupará o lugar da fé. Uma sociedade onde não haverá propriedade privada e o indivíduo não terá respeitado o seu direito natural de usufruir do resultado do seu próprio trabalho, porque propriedade privada nada mais é que o fruto do trabalho acumulado.
Uma sociedade onde o roubo seja relativizado e seja defendido como sendo um sintoma de uma sociedade capitalista consumista opressora, que leva as pessoas à cobiçar o bem alheio e a tomá-lo para si ao invés de trabalharem para obter o mesmo resultado. Uma sociedade onde a mentira vira verdade e a verdade é considerada mentira. Uma sociedade onde o bom caráter já não seja algo bem visto e seja sinônimo de arrogância, superioridade ou algo classista, que deve ser combatido pelo bem da sociedade.
Já estamos vendo muitas destas coisas acontecendo, no Brasil e ao redor do mundo. E só estão acontecendo porque os valores cristãos estão sucumbindo aos ataques perpetrados sem que haja uma reação à altura.
No Brasil a reação à altura não está ocorrendo porque muitas pessoas foram doutrinadas pelo sistema educacional aparelhado e passaram a considerar a fé e os valores cristãos como sendo dispensáveis e até mesmo obsoletos. Aprenderam também que o Estado é laico e que a fé não deve interferir no dia a dia da nação, devendo se restringir ao ambiente doméstico. Passaram a “sentir” a necessidade de novos valores, mais “modernos”, sem entender que a nossa civilização só chegou a este patamar porque a fé cristã ajudou a eliminar conceitos e valores que não nos permitiam evoluir, tanto materialmente como intelectualmente e moralmente.
A sociedade ocidental levou séculos para chegar aonde chegou mas há quem considere ruim viver sob estes valores e queira colocá-los de lado e substituí-los por novos. Quem faz esta defesa não entende que levar o homem de volta ao seu estado animal, sem limites morais, permitindo que se faça tudo sem nenhum tipo de limite, é permitir que o Homem se torne escravo da sua natureza pecaminosa.
Os que querem acabar com o Cristianismo defendem que o Homem deve ser livre e não viver sob amarras morais ultrapassadas. Porém, tais amarras foram e são necessárias. São estas amarras que servem para inibir condutas bárbaras e que impediram que a sociedade aniquilasse a si mesma.
Foi por tudo isso que iniciei este artigo mencionando as nossas instituições. Elas foram tomadas e aparelhadas como parte do ataque coordenado aos nossos valores cristãos. Ou não foi o STF que resolveu legislar e permitir o aborto até os três meses de gestação, passando por cima das atribuições do Congresso Nacional? Ou ainda, quem fechou as igrejas durante a pandemia, passando por cima do direito constitucional à liberdade religiosa? Ou não são os seus membros aqueles que ignoram a lei e julgam segundo suas consciências doentes?
Vemos a imprensa, a mídia e a classe artística zombando e humilhando os cristãos. Querendo relativizar a fé alheia e querendo impor suas próprias opiniões como se estas fossem dignas de se tornarem crenças. Vemos as manifestações culturais tradicionais serem deturpadas em nome da tal “modernidade”, abrindo o caminho para coisas bizarras, como manifestações zombando de figuras bíblicas ou satirizando temas cristãos, tudo em nome da liberdade de expressão. Respeitar pra quê, não é mesmo?
Está tudo ocorrendo diante dos nossos olhos. Ainda há tempo de reagirmos. Que mundo deixaremos para os nossos filhos e netos? Temo que, se nada for feito, nossos descendentes viverão dias sombrios. Deixaremos acontecer?
Sander Souza (Conexão Japão), para Vida Destra, 19/08/2022.
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