“O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.” — John Dalberg-Acton
Esse é o tipo de frase que, apesar de fazer muito sentido, esconde algumas verdades.
E qual verdade esconde?
Simples: que o poder não corrompe a todos. Normalmente são corrompidos aqueles que já têm uma predestinação para ser corrompido.
E isso acontece com qualquer tipo de mal.
É errado pensar, por exemplo, que padres e pastores ou qualquer outro detentor de liderança em uma religião — como o João de Deus, guru de famosos e de um certo ministro do supremo — deturpam a Fé, se aproveitam de seus cargos para enganar, subverter ou até mesmo praticar atos libidinosos, que eles os façam porque estão em poder de fazê-los.
Eles simplesmente fazem porque estão ali para isso, ou chegaram ali para isso.
O Mal se aproveita de todos, na medida em que recebe abertura para tal.
É fato que o mundo está se perdendo e isso, em parte, é culpa única e exclusivamente nossa. Nós estamos deixando que nossos valores se percam ao longo do caminho.
Não adianta falarmos de ética e moral, porque esses são conceitos abstratos e mudam de acordo com o ponto de vista de cada um.
Quem nunca ouviu falar de honra ou ética entre ladrões, entre parceiros de crime, ou entre grupos com determinado viés político?
Acreditam que o maior corrupto do país está em liberdade porque é inocente?
A verdade é que nós, de uma maneira ou outra, estamos permitindo que certas perversões — seja dessa onda progressista de que tudo é permitido e liberado, seja de outras pequenas coisas, como ficar com um troco dado a mais (pequenas coisas dizem muito sobre nós) — entrem em nossos lares através dos pequenos exemplos que damos aos nossos filhos e netos.
Um exemplo simples: como um pai permite que um filho cultue — cartaz, camisetas e bonés — um Che Guevara e não possa explicar-lhe quem foi o personagem ou o que ele fez?
Vocês alguma vez se perguntaram: por que nosso Senhor Deus, Ser Onipotente (com poder ilimitado), Onisciente (que possui todo conhecimento do mundo) e Onipresente (que está presente em toda parte, em todos os lugares), se fez carne e habitou o mundo por 33 anos, pregou, foi humilde, se doou, se humilhou, sofreu e derramou seu sangue por nós na Cruz?
Por que um Deus tão poderoso se sujeitou a sofrer por nós?
Para mostrar, por testemunho, como deveríamos ser e viver.
Porque é do exemplo que tiramos todo nosso aprendizado. É o que somos e o que fazemos que moldará aqueles que se espelham em nós.
“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não há de se afastar.” (Pv 22, 6)
Não subestimem a capacidade que temos de mudar o mundo. Se cada um de nós fizer a coisa certa, se mostrarmos aos nossos filhos e netos com exemplos, pelo testemunho, os preceitos éticos e morais da civilização judaico-cristã, chegará o dia em que teremos um mundo melhor.
Vejam esse exemplo:
Em um artigo da BBC, um neurocientista americano, o Dr. James Fallon, que fazia estudos com criminosos violentos, descobriu por acaso que ele próprio tinha “cérebro de psicopata”. No mesmo artigo ele afirma não ter dúvidas de que foi o amor da família que impediu que ele realizasse seu “potencial” e se tornasse um criminoso perigoso.
Outro neurocirurgião, Eduardo Mutarelli, professor do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), disse: “Os profissionais estão atribuindo importância excessiva para a carga genética de uma pessoa, como se isso, por si só, fosse capaz de determinar o futuro de um ser humano“.
Cabe a nós, e não ao mundo, darmos aos nossos filhos a direção que devem seguir.
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens.” (Cl 3, 23)
Só assim venceremos o Mal no mundo!
“A palavra convence, mas o exemplo, arrasta multidões.”— dito popular
Adilson Veiga, para Vida Destra, 12/04/2022.
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