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Conheça a história do Credit Suisse, o banco suíço que está em crise

Banco chegou a ser o maior da Suíça, mas perdeu o posto para o rival, UBS

 

 

Sob os holofotes globais por enfrentar a maior crise de sua história, o Credit Suisse foi fundado em julho de 1856, em Zurique, na Suíça. A ideia do líder empresarial e político Alfred Escher era ter uma instituição capaz de financiar o desenvolvimento de um sistema ferroviário nacional e a industrialização ainda incipiente do país.

Batizado inicialmente como “Schweizerische Kreditanstalt”, o Credit Suisse desempenhou ao longo de sua história um papel fundamental no desenvolvimento econômico da Suíça, apostando em investimentos em setores-chave, como o ferroviário e elétrico, e ajudando inclusive na implementação do sistema financeiro suíço, um dos mais famosos de todo o mundo.

Rapidamente, o Credit Suisse se tornou o maior banco da Suíça, posto atualmente perdido para o rival UBS, e um dos principais de toda a Europa.

A chegada aos Estados Unidos ocorre 14 anos depois da fundação, em 1870, quando o Schweizerische Kreditanstalt, já conhecido como SKA, abriu seu primeiro escritório de representação estrangeira em Nova York. Em 1905, a Basileia recebeu a primeira agência do banco fora de Zurique, como parte da aquisição do Oberrheinische Bank.

A operação que começou com o objetivo de financiar o desenvolvimento da Suíça hoje se expandiu para mais de 50 países. No Brasil, por exemplo, o Credit Suisse desembarcou em 1959, com a abertura de um escritório de representação do então “CS SKA”. Nos anos seguintes, a instituição aumentou sua presença com a aquisição do Banco Garantia, em 1998, e da Hedging-Griffo, em 2006.

Em 1982, o banco ainda conhecido como SKA se torna o primeiro banco suíço a ser listado na Bolsa de Valores de Nova York. Na mesma época, a instituição abre a CS Holding, para deter participações em outras empresas. Alguns anos mais tarde, a CS Holdings adquire o banco de investimentos First Boston em uma operação de resgate, renomeando-o para CS First Boston.

O nome SKA é abandonado em 1997, quando a CS Holdings se torna o Credit Suisse Group. Cinco anos mais tarde, a empresa se reorganiza mais uma vez e cria duas unidades: o Credit Suisse Financial Services e o Credit Suisse First Boston. Em paralelo, outras duas importantes aquisições são realizadas: a do Volksbank, até então quarto maior banco da Suíça, e do Neue Aargauer Bank.

Como todo o sistema financeiro global, o Credit Suisse sofreu um baque em 2008, após a quebra do Lehman Brothers, mas conseguiu sobreviver à crise sem necessitar de um resgate estatal, como ocorreu com o rival UBS.

Os anos seguintes são de expansão da instituição, com a absorção do Clariden Leu e a compra dos negócios de gestão de patrimônio do Morgan Stanley na Europa, no Oriente Médio e na África.

Escândalos

 

A série de escândalos que culminaram na crise atual começou em 2020, quando o então presidente-executivo do Credit Suisse, Tidjane Thiam, foi forçado a renunciar ao cargo por um caso de espionagem corporativa de ex-funcionários.

No ano seguinte, o colapso da Greensill Capital e da Archegos Capital Management expôs o banco a bilhões em perdas.

Também em 2021, o Credit Suisse foi multado em US$ 475 milhões pela participação no escândalo dos “tuna bonds”, em Moçambique, quando a instituição ajudou a coordenar US$ 2 bilhões em empréstimos e emissões de bônus, que foram em parte escondidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros doadores do país, um dos mais pobres do mundo.

Em janeiro de 2022, António Horta-Osório, presidente do conselho de administração do Credit Suisse, foi forçado a renunciar ao cargo após apenas nove meses no cargo por violar as regras de quarentena para prevenção à covid-19.

No mês seguinte, o Organized Crime and Corruption Reporting Project, um consórcio formado por diversos veículos de comunicação, publicou uma investigação batizada como “Segredos Suíços”. Dados de contas desde 1940 mostraram que o Credit Suisse havia recebido recursos de origem criminosa por várias décadas.

Em junho, o Credit Suisse foi condenado por um tribunal criminal da própria Suíça por ajudar uma quadrilha búlgara a lavar dinheiro relacionado ao tráfico de cocaína. Ainda como parte de seus problemas judiciais, o banco fechou acordos milionários para evitar ser processado nos EUA, pela venda de “títulos tóxicos”, e na França, onde era acusado de prospecção ilegal de clientes e fraude fiscal.

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Com informações do Valor Econômico

 

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