Esses dias vi um post do escritor e roteirista Alexandre Soares Silva (@LordAss) sobre um trecho de uma entrevista que deu à Revista Unamuno.
“Recentemente, um artigo seu deu muito o que falar. No título, você ironizava pautas esquerdistas. Algumas pessoas, não o conhecendo nem entendendo o que ali ia escrito, pensaram que você na verdade estava defendendo as ideias das quais fazia troça. Acredita que enfrentamos hoje uma crise de inteligência como jamais houve em toda a história? Há solução?”
Não sei se jamais houve na história. Como era a inteligência dos escravos egípcios? Sempre lembro de uma frase de Paulo Francis ao comentar alguma celebridade ou político dos anos noventa (não lembro quem). Ele escreveu que, em uma época mais sábia, essa pessoa estaria empregada numa estrebaria ‘lavando o membro do cavalo’ (é assim que ele escreveu no jornal, e eu gosto desse eufemismo aí) […]” (Grifo meu)
Realmente é difícil de saber se é a maior crise de inteligência da história, mas, com certeza, é a maior dos últimos anos.
Automaticamente me lembrei de outras duas frases — até postei no twitter — uma do escritor e jornalista austríaco de origem judaica, Stefan Zweig.
“Brasil, País do Futuro”
E outra do humorista e cantor, Juca Chaves.
“No Brasil, a única coisa que vai para frente é o atraso.”
Nunca essas duas frases fizeram tanto sentido para mim. Houve uma época — de uma geração que vi crescer — que realmente acreditei que haveria uma mudança no país, mas hoje só enxergo a volta do atraso, e devemos essa volta do atraso justamente a essa geração e à falta de inteligência proporcionada pela educação.
Nunca se formou tantos jovens no ensino superior nesse país; existem profissões, como o Direito, em que a proporção em 2019 era de um advogado para 190 brasileiros, ou seja, 1,1 milhão de advogados, dos quais, muitos escrevem errado ou não conseguem interpretar um texto.
É triste, após pensar que haveria uma mudança significativa no país, fazer uma postagem nas redes sociais e ter que escrever “contém ironia” ao final do post.
Essa é a vitória de um sistema de educação que só fez doutrinar, ao invés de ensinar. Uma vitória dos seguidores da filosofia do fracasso marxista, que descobriram que nunca existiria uma revolução do proletariado contra o capital — já que o proletariado também quer capital — e resolveram fazer uma revolução dos “oprimidos contra opressores”, criando uma guerra cultural ou a contracultura, onde lacrar é mais importante do que saber — com indivíduos sendo aplaudidos mesmo quando falam asneiras!
E, escrevendo o último parágrafo, eis que me lembrei de outra frase, agora do escritor, jornalista, romancista, teatrólogo, contista e cronista de costumes e de futebol, Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente Nelson Rodrigues:
“Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.”
Adilson Veiga, para Vida Destra, 20/06/2023.
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Triste realidade!