A Tok&Stok não quis comentar o assunto, tampouco a Alvarez & Marsal. Da semana passada para cá, a empresa fechou duas das três lojas que mantinha em Fortaleza, sendo uma delas de rua e outra no Shopping Iguatemi. Os consumidores formaram filas imensas em busca de pechinchas. A companhia ainda mantém a loja do Shopping Riomar na capital cearense.

Quase simultaneamente, foram encerradas as atividades de uma unidade no Recife (Shopping Recife), uma em Curitiba (Jockey Plaza) e outra no Rio (Norte Shopping).

A empresa, que tem o fundo SPX entre os acionistas, além família fundadora Dubrule, tinha 65 lojas antes de iniciar a reestruturação operacional, de acordo com informações em seu site. Em 2021, conforme o balanço mais recente publicado pela companhia, a receita líquida foi de R$ 1,15 bilhão, patamar abaixo da pré-pandemia. Na época, a dívida líquida estava em cerca de R$ 300 milhões, mas comenta-se no mercado que teria dobrado no último ano. A situação teria ficado crítica a partir da crise da Americanas, que deflagrou uma deterioração nas condições de crédito para as varejistas.

A crise da Tok&Stok começou a ser exposta quando o fundo imobiliário da gestora Vinci divulgou comunicado afirmando que estava movendo uma ação de despejo da unidade da Tok&Stok em Extrema (MG). Segundo o fundo, a varejista estava inadimplente em relação ao aluguel do mês de fevereiro.

Concorrente da Tok&Stok, a Etna encerrou totalmente as operações no ano passado. A empresa iniciou o fechamento de unidades em 2021 no Nordeste. Na época, a Etna disse que suas lojas não tinham voltado ao fluxo habitual de clientes após a pandemia, quando grande parte das vendas do setor migrou para o on-line.

Em duas ocasiões, em 2019 e em 2020, a Tok&Stok tentou fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas o processo não foi adiante pelas condições do mercado.