A queda do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi anunciada no mês de abril e causou uma avalanche de críticas e elogios feitos ao Presidente Jair Bolsonaro. Os elogios vieram por parte de seus apoiadores e as críticas, claro, por parte da esquerda, que acha que detém o monopólio da virtude e agora acha que detém também o monopólio da ciência, de modo que a ciência está perdendo seu significado original, que é o embate de hipóteses para se chegar a uma síntese. Para um esquerdista, ciência é o que diz a opinião do cientista que a imprensa selecionou a dedo para mostrar a ele, ignorando completamente as outras hipóteses, como se ciência fosse algo absoluto, uma falácia tão grande que, se fosse verdadeira, estaríamos acreditando até hoje na teoria da abiogênese, que dizia que a vida se originava da matéria bruta, ao invés de outros seres vivos. Foi nesse cenário que Luiz Henrique Mandetta foi demitido, mas houve muito mais erros por parte do ex-ministro também, os quais veremos e entenderemos nesse artigo.
O principal erro de Mandetta, sem sombra de dúvidas, foi transformar o Ministério da Saúde num palanque político contra o seu chefe, o Presidente da República, mostrando um discurso completamente desalinhado do Executivo para agradar a mídia, que o classificou como “único sensato”. Mandetta só se esqueceu de uma coisa: quem foi eleito por manifestações democráticas, isto é, com o aval da população, foi o Presidente, não o Ministro da Saúde, que é um subordinado do Executivo e, por isso, tem o dever de seguir a cartilha que lhe é passada, pois em uma pandemia, parte do trabalho de todos deve ser considerado: o Ministério da Saúde é importante para ditar as políticas de saúde que visam o combate do vírus e o Ministério da economia é importante para mitigar os danos que a economia sofrerá, como aumento do desemprego, com o isolamento, seja o horizontal, mais agressivo, ou o vertical, menos agressivo.
O discurso contraditório também foi outro grande problema: Mandetta falou, em coletiva, que “todos sairiam juntos do ministério da saúde”, depois falou que “se fosse demitido, o próximo ministro encontraria um ministério montado”. Veja a gravidade dessas afirmações: Mandetta queria retirar todos do ministério apenas para atrapalhar a gestão da pandemia por razões políticas, que seria a sua demissão, mas depois diz o contrário. A pergunta é: em qual afirmação acreditar, já que elas não se sustentam porque ele mesmo as contradiz? Situações como essas mostram que Mandetta não está nem um pouco preocupado em salvar vidas, como diz o juramento de Hipócrates, que fez ao concluir o curso de medicina.
Hipocrisia: não só Mandetta como secretários do Ministério da Saúde se diziam fervorosos defensores do isolamento social, o que incluía ficar em casa, usar máscaras e evitar contato físico. O que se viu na prática, no entanto, foi o contrário: um secretário da saúde, um dos principais nomes do Ministério, João Gabbardo, foi fotografado fazendo caminhada ao lado de uma mulher, que acredita se ser sua esposa. Detalhe: isso ocorreu no dia 4 de abril e no dia anterior, Mandetta havia dito em entrevista para manter distância de pelo menos 2 metros, algo que o secretário não manteve, como você pode ver nas fotos clicando aqui. Mas o secretário não foi o único que descumpriu o que disse o seu chefe, o próprio Mandetta também não seguiu muito as próprias recomendações: quando foi demitido, chegou no Ministério e foi recebido aos abraços numa “festinha surpresa” que seus funcionários haviam organizado. Na festinha, que você pode conferir aqui, teve contato físico, gente sem máscara e aglomerações, nada de isolamento, máscaras e distanciamento de 2 metros, como ele mesmo havia prescrito. Na gestão Mandetta, pau que bateu em Chico não bateu em Francisco.
O pânico gerado com a alta divulgação de mortes e quase nenhuma divulgação das curas também foi um grande impasse, pois ao não divulgar as curas e causar alarmismos com o número de mortes, que foram de, até agora, 2.462 num país com 200 milhões de habitantes, isto é, 0,001% da população, um número pífio, deu respaldo aos governadores continuarem com suas atitudes tirânicas de isolamento social e até prisão arbitrária de pessoas que simplesmente saíram de casa. Isso porque as curas, na época de Mandetta, chegaram a 14 mil, número 6 vezes maior que as mortes, e ele só foi divulgar isso dias antes de sua demissão, o que nos leva a achar que o seu partido, DEM, estava manipulando o ministro para causar desgaste político no governo Bolsonaro que, como todos sabem, não tem uma relação muito católica com o partido de Mandetta. Uma coisa é fato: atentar contra o princípio da publicidade da Administração Pública é ato de improbidade administrativa, cujas consequências são a suspensão dos direitos políticos, dentre outras.
Defesa do isolamento horizontal: em março, Mandetta disse que o Presidente tinha razão em se preocupar com a economia, sendo suas preocupações “certíssimas”, nas palavras do próprio ministro. Porém, em abril, se mostrou um defensor ferrenho do isolamento horizontal forçado, sendo que o presidente defendia o isolamento vertical, que isolaria apenas os infectados e grupos de risco e permitiria um funcionamento maior da economia, que em breve vai mandar a conta da paralização de suas atividades aumentando o índice de desemprego. Além disso, não há, segundo Didier Raoult, consenso científico de que a quarentena seja eficaz no combate a pandemias, tanto que não foi adotada em 2009, quando houve a pandemia de H1N1 e tanto que com a quarentena, pessoas infectadas continuam infectando seus entes saudáveis, já que passam o dia inteiro juntos. Essas são informações da própria OMS, que disse que agora “temos que arrumar um jeito de isolar essas pessoas”, mas claro, como sempre não apontou nenhuma estratégia correta a ser definida, mas continua sendo idolatrada pela mídia e pelo establishment brasileiro.
E por fim, há os impasses com a cloroquina: Mandetta não mudou o protocolo para o uso da cloroquina, que desde a pandemia, para ser adquirida necessita de receita médica em duas vias para ser comprada, algo que já acontece com os antibióticos. O argumento de Mandetta foi de que “não havia estudos científicos que comprovem a eficiência da droga contra o novo coronavírus”, o que de fato é verdade, porém, há 13 anos, Didier Raoult, especialista francês, fez estudos com a hidroxocloroquina e azitromicina para combater os vírus da família do coronavírus e os resultados, nas palavras dele, foram “espetaculares”, então, se a hidroxocloroquina e azitromicina combatem todos os vírus da família do covid19, por que não iria combate-lo? Além disso, também há o fato de que a cloroquina tem ajudado pacientes a se curarem do coronavírus, a exemplo do dr. Kalil, que só admitiu ter tomado o remédio após ter a receita vazada. Mandetta poderia ter considerado essas amostras de eficácia da cloroquina e ter liberado o medicamento, visto que para se fazer um estudo científico detalhado demoraria muito tempo, o que custaria a vida de milhares de pessoas, mas ele preferiu ignorar essas evidências e deixar várias pessoas morrerem, o que é algo inadmissível para um médico, até porque o indivíduo é o dono soberano de seu próprio corpo e se o Estado não pode, nos termos da legislação vigente, impedi-lo de ingerir drogas, como cocaína e crack, também não pode impedi-lo de ingerir drogas que poderiam curá-lo de uma doença.
Por fim, a história de Luiz Henrique Mandetta no ministério da saúde mostra o quão grave pode ser para um governo manter nos ministérios ministros envolvidos com política, pois veja que não houve problemas com o Presidente e Paulo Guedes, Sérgio Moro, Tarcísio Freitas, Abraham Weintraub e outros, porque são todos técnicos. O engraçado é que esse esquema de toma lá dá cá foi quebrado por Bolsonaro e a esquerda, ao invés de parabenizar os ministros técnicos, parabenizou o ministro político que cometeu todos esses erros, o que prova que a ideologia canhota é uma prostituta moral cujo único objetivo é voltar ao poder, nem que para isso tenha que passar por cima de vidas alheias.
O erro do Mandetta foi ser hipócrita.
Por que ele não assumiu que para salvar a economia e evitar a miséria é melhor SIM ter a consciência de que a população idosa se sacrificará – que já cumpriu seu honrado papel nessa pátria – em nome das futuras gerações de brasileiros? Vamos deixar de ser hipócritas!
ANÁLISE EXCELENTE, PARABÉNS !!
Meu comentário ali foi irônico, né? É óbvio que eu não aprovo abandonar idosos à morte em nome de um sistema que só beneficia pouquissimos. Só fascistas, como todos que escrevem aqui, acreditariam nisso.
Hipócritas são vocês que topam abandonar idoso e são contra aborto pq seriam “pró-vida”.
Excelente e elucidativa análise, Vinicius Mariano!!
Você integrou perfeitamente as questões nebulosas com os argumentos expositivos e detalhados, dessa manobra vergonhosa de ataques e golpes no Executivo. Parabéns!!