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Fifa anuncia pacote de sanções contra a Rússia após invasão à Ucrânia

Seleção europeia terá que jogar em campo neutro, sem bandeira ou hino

 

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou neste domingo (27) um pacote de sanções contra a Rússia, que invadiu a Ucrânia nesta semana. Entre as punições estão a realização de jogos da seleção russa em território neutro e a não execução do hino nem o uso da bandeira do país europeu.

“A Fifa gostaria de reiterar sua condenação ao uso da força pela Rússia na invasão da Ucrânia. A violência nunca é uma solução e a Fifa expressa sua mais profunda solidariedade a todas as pessoas afetadas pelo que está acontecendo na Ucrânia”, diz a entidade.

Além disso, a entidade máxima do futebol mundial fez um apelo pela “restauração urgente da paz e o início imediato do diálogo construtivo”.

Segundo o comunicado, a decisão, que foi tomada por unanimidade pelo Bureau do Conselho da Fifa, é de que: “Nenhuma competição internacional será disputada no território da Rússia, com partidas ‘em casa’ sendo disputadas em território neutro e sem espectadores; A associação membro que representa a Rússia deve participar de qualquer competição sob o nome ‘União de Futebol da Rússia (RFU)’ e não ‘Rússia’; Nenhuma bandeira ou hino da Rússia será usado em partidas em que equipes da União de Futebol da Rússia participem”.

Além disso, a Fifa afirmou que continuará avaliando a situação, considerando, inclusive, a possibilidade de uma sanção mais dura: “uma possível exclusão das competições, que serão aplicadas em um futuro próximo, caso a situação não esteja melhorando rapidamente”.

A entidade máxima do futebol encerra o comunicado afirmando que “os pensamentos da Fifa permanecem com todos os afetados por essa situação chocante e preocupante”.

 

Jogadores conseguem deixar a Ucrânia e trio está de volta ao Brasil

 

 

Há atletas, por outro lado, que ainda não puderam cruzar as fronteiras

 

A saga dos atletas brasileiros que tentam deixar a Ucrânia em meio à invasão militar russa chegou ao fim (ou está perto disso) para alguns, mas ainda muito complicada para outros. Neste domingo (27), o lateral Busanello (ex-Chapecoense) e os atacantes Felipe Pires (ex-Palmeiras) e Bill (ex-Flamengo), todos jogadores do Dnipro-1, chegaram ao Brasil. Os dois primeiros desembarcaram em São Paulo e o terceiro no Rio de Janeiro.

O trio, que saiu da cidade de Dnipro (a 446 quilômetros de Kiev), iniciou a viagem de volta após cruzar a fronteira com a Romênia, no último sábado (26). Eles percorreram a maior parte do caminho de carro, mas tiveram de andar um trecho a pé. No Instagram, pela ferramenta stories, onde a postagem fica no ar por 24 horas, a esposa de Busanello, Isabella, publicou uma foto da filha Isis, sorridente, com a mensagem: “Feliz porque meu papai já está no Brasil”. Também nos stories, Bill escreveu, em inglês, que ama a Ucrânia e pediu orações ao país.

“Graças a Deus, estou em casa com a minha família. Agora é ficar tranquilo, descansar mentalmente e fisicamente, porque foi muito desgastante. Uma coisa que será difícil de esquecer. Agora é torcer para as outras famílias saírem o mais rápido possível de lá e acabar esse pesadelo”, disse Felipe Pires pelo stories.

O grupo com jogadores de futebol de Shakthar Donetsk e Dínamo de Kiev, e os respectivos familiares, que estava no bunker de um hotel de Kiev, deixou a Ucrânia neste domingo, após uma viagem de trem até a cidade de Chernivtsi (a 535 quilômetros da capital), iniciada no sábado. De lá eles seguiram até a fronteira com a Moldávia, onde uma parte ficou e a outra foi para a Romênia, para retornar ao Brasil.

Entre os atletas estão nomes como o meia Pedrinho (ex-Corinthians), o zagueiro Marlon (ex-Fluminense) e os atacantes David Neres (ex-São Paulo) e Júnior Moraes (ex-Santos). Todos do Shakthar, que tem 13 jogadores brasileiros no elenco.

Júnior Moraes tem nacionalidade ucraniana e já defendeu a seleção do país. À Agência Brasil, o pai do jogador, Aluísio Guerreiro, disse que a previsão é que o filho chegue ao Brasil na noite de segunda-feira (28).

A esposa de Pedrinho, aliás, rechaçou que o grupo tenha deixado para trás os jogadores de futsal brasileiros Matheus Ramirez e Jonatan Moreno e o engenheiro eletricista David Abu-Gharbil, que também estavam no hotel. Eles devem conseguir deixar o local na segunda e têm relatado, nas redes sociais, o medo com as explosões registradas em Kiev.

“Fomos avisados de que as coisas piorariam e que, se tivéssemos ainda meios para sair, que fôssemos o quanto antes. Rapidamente, todos que lá estavam começaram a fechar malas, guardar leite e fralda para as crianças, um desespero total. […] Tudo foi tão rápido que nem paramos para contar quantas pessoas tinham. […] A todo momento, quando alguém precisava ir ao banheiro, avisava. Coisa que eles não fizeram. […] Nunca, jamais, iríamos deixar alguém para trás. Não tem motivo nenhum. Para que faríamos isso?”, argumentou Layla Gabrielly Gomes em sequência de postagens nos stories do Instagram.

Outros atletas também tentam deixar a Ucrânia. Casos do lateral Juninho (ex-Salgueiro-PE) e dos atacantes Cristian (ex-Brasil de Pelotas) e Guilherme Smith (ex-Botafogo). Eles defendem o Zorya, de Lugansk, que é uma das regiões separatistas da Ucrânia. Segundo o relato dos jogadores pelo Instagram, eles atravessaram o país, de Zaporizhzhya (leste) a Lviv (oeste), e caminharam 60 quilômetros em direção à fronteira com a Polônia, mas foram barrados cerca de quatro quilômetros antes do destino. O grupo passou a noite na estrada, no frio, esquentado por uma fogueira.

“A melhor decisão foi voltarmos para Lviv, onde vamos ver o que fazer para tentarmos sair novamente. Estava muito difícil lá, muito frio. Não conseguiríamos ficar bem, a previsão era de nevar. Estamos em um hotel que a Embaixada [do Brasil] arrumou e aguardando para saber para onde vamos”, afirmou Juninho pelo stories do Instagram, onde também compartilhou um vídeo com o filho, que o acompanha na tentativa de fuga da Ucrânia, junto da esposa, Vitória.

Segundo a Embaixada, cerca de 500 brasileiros moram na Ucrânia. Na quinta-feira (24), quando iniciou a invasão russa, a instituição informou que tem orientado os cidadãos por meio do site, da página de Facebook e em grupo do aplicativo de mensagens Telegram.

 

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Fonte: Agência Brasil

 

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