Cerca de 93% das famílias no Afeganistão não estão consumindo alimentos suficientes, e três a cada quatro começaram a reduzir as refeições ou recorrer a ajuda para consegui-las, revelou nesta sexta-feira (10) uma pesquisa realizada pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) após a chegada dos talibãs ao poder.
A pesquisa, feita por telefone entre 21 de agosto e 5 de setembro nas 34 províncias do país, também indica que muitas famílias estão começando a ter problemas para conseguir alimentos ricos em proteína, como carnes e laticínios.
“Alguns pais estão pulando refeições inteiras para que possam alimentar os filhos”, denunciou a subdiretora da agência da ONU na região Ásia-Pacífico, Anthea Webb, em entrevista coletiva para os correspondentes de Genebra em seu gabinete em Bangkok.
Webb frisou que a insegurança alimentar já era um problema no Afeganistão antes da chegada dos talibãs, em 15 de agosto, mas que piorou com o novo cenário político.
Por exemplo, as famílias afegãs consumiam carne ou laticínios uma vez por semana, em média, antes de agosto. Agora, o fazem uma vez a cada 15 dias, e inclusive têm problemas para cereais suficientes, segundo dados do PMA.
“A escassez de alimentos e a perda do emprego são as principais preocupações das famílias entrevistadas”, destacou a representante do PMA, ao alertar que a situação ainda pode piorar com a chegada do inverno.
Webb destacou que as atividades do PMA continuarão apesar da mudança de regime no Afeganistão e que o programa da ONU tem como objetivo ajudar 9 milhões de pessoas por mês até novembro.
“É uma corrida contra o relógio para dar assistência vital ao povo afegão, que necessita urgentemente, antes que muitas estradas sejam interditadas pela neve”, declarou a subdiretora regional.
O PMA solicitou à comunidade internacional US$ 200 milhões para tentar alcançar suas metas anuais de ajuda, de modo a ajudar 14 milhões de afegãos até o final de 2021.
*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento.
*Fonte: Agência EFE
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