Vida Destra

Informação é Poder!

Sociedade

HOMESCHOOLING: é hora de aprender essa lição

O Homeschooling (Ensino Domiciliar) é um tema bastante controverso e que sempre gera debates acalorados. Por um lado, aqueles que são a favor da prática do ensino domiciliar; por outro, aqueles que são terrivelmente contra.

Os motivos para ambos os posicionamentos (a favor e contra) são bastante variados e vão desde a desconfiança dos pais em entregar seus filhos nas mãos de um Estado corrompido política e moralmente e seus professores, agentes ideológicos, que transmitem a ideologia estatal, até a sempre proclamada e aclamada necessidade de socialização dos alunos, feita por profissionais da educação, políticos e outros mais.

Vamos apresentar nesse artigo alguns pontos bastante positivos com relação ao “Homeschooling”, ou “Ensino Domiciliar”, caso o leitor assim prefira, e alguns pontos históricos e polêmicos que também fazem parte do tema em questão.

Na Alemanha do Führer Adolph Hitler, nos anos 1930, o ensino domiciliar foi proibido. O motivo, no entanto, não era uma possível perda social para o aluno e nem estudos empíricos que comprovavam que o homeschooling era uma modalidade inferior, do ponto de vista educacional. Adolph Hitler queria, na verdade, controlar cada minuto e aspecto da vida do seu povo, incluindo crianças, para certificar-se de que nada e nem ninguém seria contrário ao seu plano de domínio e poder, que acabou em guerra com milhares de mortos e países devastados.

Mesmo já depois de tantos anos desde a morte do Führer, a lei alemã permanece assim. Até a ONU, Organização das Nações Unidas, tentou intervir para que a mesma fosse modificada e voltasse a permitir aos pais alemães ensinarem aos filhos em casa, todavia, não obteve êxito. Sendo assim, resta aos conterrâneos de Ângela Merkel, saírem do país e procurarem outras terras, onde não estejam cometendo um crime pelo simples fato de não submeterem seus filhos ao Estado.

E a socialização? Bom, esse é um outro tema recorrente e, ao qual, os detratores do ensino domiciliar se apegam para demover os responsáveis dos seus intentos “destruidores” da vida social de uma criança. Isso acontece até dentro das próprias famílias. Há casos de parentes que denunciaram pais praticantes de homeschooling, simplesmente porque esses parentes possuem como única fonte de informação os ditos profissionais do ensino e a mídia que, assim como a escola, é uma fonte de propagação ideológica do Estado.

Efetivamente, viver em sociedade, é muito mais do que conviver em um espaço com pessoas da mesma idade e condição social algumas horas por dia, alguns dias por semana. Vai muito além de sentar ao lado de um coleguinha, pois a socialização nesse ambiente não é a prioridade, e sim, a aprendizagem formal e técnica. Além disso, tem-se o problema do bullying.

Em outras palavras, a escola não é o lugar ideal para a socialização, esse nunca foi o seu fim. Junte-se a isso, o fato de o modelo escolar que temos hoje não ter nem três séculos de existência.  Nossos antepassados eram todos antissociais, então?

Com isso em mente, não podemos afirmar que a socialização acontece apenas, e tão somente, se as crianças forem submetidas ao modelo escolar contemporâneo. Uma vez que esse não é o intuito da escola formal e, tampouco, que a educação domiciliar é incapaz de proporcionar qualquer socialização.

Sendo assim, um ótimo lugar para que isso aconteça é exatamente um seio familiar ajustado, baseado na cumplicidade e interatividade. É lá que a criança aprende a hierarquia, a obediência, o respeito mútuo, a organização, os deveres e direitos. Além de outros ambientes onde a vida social é real e gratificante como, por exemplo, a Igreja, o parque, a festa de aniversário, as viagens, a praia, encontros semanais, quinzenais ou mensais com outros homeschoolers, onde se compartilha o desenvolvimento da criança e as novas descobertas.

Dos 36 países que são membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), 30 deles possuem o ensino domiciliar regulamentado. São países como os Estados Unidos, a Inglaterra, o Japão, a Suíça, Austrália, Canadá, Chile, só para citar alguns e para mostrar que eles, mesmo sendo referências mundiais em ensino, permitem que seus cidadãos eduquem seus filhos em casa.

Fazendo uma comparação entre os alunos da rede pública e os homeschoolers, a diferença é estrondosa, a começar, pasme, pela sociabilização. Alunos da educação domiciliar são mais sociáveis que os de escola tradicional. Com relação à diferença entre alunos mais ricos e mais pobres, no homeschooling, ela praticamente inexiste. Você pode encontrar esses dados e muitos outros clicando neste link. O site está em inglês.

O Pesquisador Brian D. Ray, Ph.D. do National Home Education Research Institute, dos Estados Unidos, tem um estudo bem completo e estatístico sobre o ensino domiciliar naquele país. Podemos usar alguns dos dados levantados por ele para derrubarmos vários mitos contrários ao ensino em casa, mesmo que esses dados sejam da realidade norte-americana, eles não são muito diferentes dos de outros países onde o Home Schooling também é permitido. Neste link você pode ter acesso ao estudo completo.

  • Jovens educados por homeschooling tem demonstrado graus de sociabilidade normais e acima da média. Pesquisas verificaram traços e habilidades de liderança, autoconhecimento, autoestima, participação em serviços comunitários, entre outros.
  • Jovens educados em casa são regularmente mais envolvidos em atividades sociais e educacionais junto à comunidade. Comumente envolvem-se em atividades e grupos tais como escoteiros, igrejas, atividades esportivas da comunidade, voluntariado etc.
  • Adultos que foram educados por homeschooling têm se demonstrado politicamente mais tolerantes em relação aos que foram educados por escolas.

É mais do que justo que pessoas preocupadas com a saúde espiritual, emocional e cognitiva dos seus filhos, não estejam dispostas a arriscar tudo isso matriculando-os em um sistema educacional que não inspira confiança e, cujos resultados catastróficos, estão ai para serem conferidos. A decadência moral da nossa sociedade também é um outro fator importante a ser considerado.

O ensino de ideologias não comprovadas cientificamente e, que, no entanto, são ensinadas como verdades irrefutavelmente científicas pelos professores de algumas áreas de conhecimento, a adoração por regimes totalitários que ainda perduram em vários países ao redor do mundo, são outros motivos que afastam os pais do sistema educacional tradicional.

Enfim, o tema é muito amplo e inesgotável. Em breve voltarei a abordá-lo, trazendo novas visões e dados atualizados em defesa do ensino domiciliar. Por hoje, eu fico por aqui!

Obrigado pela leitura! Até breve!

Dica de livro: Emburrecimento Programado, John Taylor Gatto

João Alves, para Vida Destra, 13/03/2020
Sigam-me no Twitter! Vamos conversar! @Joao71Alves

1 COMMENTS

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Professor Casado com a Luciana Pai do João Miguel Apaixonado pela família natural, criação de Deus.