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JOGAR A HIPOCRISIA NA LATA DO LIXO!

Parece que há quase que uma unanimidade mundial quanto a necessidade de se ficar em casa como fórmula eficiente de combate à COVID-19, inclusive está programado um grande show via internet, para 18/04, com nomes dos mais importantes do mundo, e enfatizando essa solução.

Nelson Rodrigues dizia que “toda unanimidade é burra”.

Então devemos ficar todos em casa?

Essa solução é muito simplista, e lembro que pessoas não morrem só em função do coronavírus, mas muitos morrem por outros motivos, inclusive de fome.

A mim preocupa quando vejo artistas e esportistas, todos com situações financeira e econômica fartamente resolvidas, pedindo para que todos fiquem em casa.

No mundo polarizado de hoje, alguns dos que leram até aqui se apressarão a me classificar como fosse eu “a favor do vírus e, consequentemente, contra a vida”. Será?

Ouço e leio pessoas falando de como estão se acomodando com a situação de isolamento; exercícios físicos em casa, internet fartamente utilizada, leituras, vinhos com queijo ao final da tarde, etc.

Nesses depoimentos não percebo alguém se preocupando em como irá conseguir dinheiro para comprar comida amanhã; ou pior, como irão pagar a dívida que já existia na venda, mas agora, não entrando mais dinheiro, não pode ser paga e impede novas aquisições.

É tempo de se jogar a hipocrisia na lata do lixo.

É fácil ficar em casa, com o dinheiro já na conta ou com garantia de que entrará todos os meses. É fácil e confortável. Melhor do que trabalhar, acham alguns.

Acorda moçada!

Esse país da classe média, média alta e rica, é apenas uma parte do Brasil, e é parte pequena. A maior parte dorme preocupada, quando dorme, porque o dinheiro está acabando ou já acabou.

Será que conseguirão se estabilizar com o Auxílio Emergencial de 3 parcelas de R$600,00?  E nem estou falando dos miseráveis, dos moradores de rua, esses que já atingiram o fosso da degradação humana.

Não existe um Plano B a ser executado! Plano B já era o trabalho informal. Já era a boleira, o “marreteiro”, encanador, eletricista etc., etc.

Esse pessoal, na falta do trabalho registrado, continuava procurando caminhos de se manter produtivo e, embora longe do ideal, dar seguimento à vida; mas com o passar do tempo essa situação que seria de exceção, passou a fazer parte da normalidade.

Como não estão enxergando que nosso país nunca esteve tão próximo de uma convulsão social? É exagero falar na possibilidade de uma guerra civil? De uma luta fratricida? De “ricos” contra “pobres”? Convém não menosprezar essa possibilidade!

O isolamento parece ser importante, então vamos estudar e definir regras para isso; de forma responsável e segura. E não um fácil “Fecha Tudo” e “Fica em Casa”.

As atitudes estão insanas.

Em São Paulo o governador resolveu impedir que se trabalhe e que pode controlar o isolamento social por meio dos sinais de celulares, merecendo condecoração na rubrica de ações ditatoriais.

Mais do que isso, estabeleceu uma meta de 70% de isolamento.

Quem chegou a esse número mágico não discutiu publicamente os subsídios utilizados para o cálculo, e se dentre os isolados houver grande quantidade de infectados, o tiro poderá sair pela culatra.

João Dória, quando da disputa à prefeitura de São Paulo, cargo que ocupou antes do atual, disse não se tratar de político; parece ser verdade, ele é politiqueiro, um perfeito exemplar de um abutre político, daquele tipo que age hoje olhando para as próximas eleições presidenciais.

Acho que Dória pode começar a escolher a banda de música e o salão de baile, porque ele vai dançar em 2022. Aliás, pode até dançar agora!

Tenho a solução para evitar os acidentes de trânsito: é só proibir qualquer meio de locomoção. Resolve? É a solução correta?

Parece não haver dúvida quanto à necessidade de achatamento da curva de contaminação.

A questão está em estudar democraticamente uma solução, em conjunto com vozes da sociedade; e não um “fecha tudo” autocrático e criminoso.

É momento de se procurar respostas para algumas perguntas, do tipo: como isolar, onde, quem, quanto tempo etc.

Não tenho as respostas, mas gostaria de me ver representado na procura delas.

Não sabemos qual será o total de vítimas dessa pandemia em nosso país, mas uma vítima já está sofrendo fortes efeitos: a democracia brasileira.

Por fim, eu gostaria de propor o fim do Ctrl+C e Ctrl+V, o fim do famoso Copiar e Colar.
Precisamos de uma solução nossa, que considere a nossa geografia, a nossa demografia, a nossa estratificação social e econômica.

É difícil?

Claro que é, mas precisamos todos trabalhar nesse problema, e não simplesmente copiar e colar soluções que não foram imaginadas para nossa realidade.

Todos para a rua não é racional, mas também o contrário não parece ser.

Reginaldo, para Vida Destra, 15/4/2.020.

Sigam-me no Twitter! Vamos debater o assunto! @Reginaldoescri1

3 COMMENTS

  1. Perfeito, amigo! Ouvi dizer q alguns ameaçam o presidente Bolsonaro: se ele demitir o Mandetta, será responsável pelas mortes que vierem a seguir. E quem é ou são os responsáveis pelas mortes até o momento? Quem decretou o confinamento? Afinal, mesmo com este, pessoas continuam morrendo. Aí, umas mentes brilhantes podem dizer: seria muito mais mortes se não houvesse confinamento. Ah, é, cabeção? Onde está comprovado isso? Essas cabeças ocas servem de instrumento do diabo àqueles que querem destruir o Brasil e tomar o poder na marra.

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Administrador, financeiro, professor de cursos preparatórios para concursos públicos, pós-graduação em Docência no Ensino Superior, escritor romancista, cronista e articulista.