Essa semana, Brasília foi palco de uma das páginas mais negras escritas na história recente do país. O Congresso, em sua maioria optou por manter a prisão de um de seus pares, o deputado federal Daniel Silveira – que havia sido detido por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes – depois de ter gravado um vídeo com duras críticas à Suprema Corte. A Constituição foi simplesmente rasgada, a bel prazer de quem tem o poder e a caneta nas mãos.
Mas o que realmente chama a atenção é o quanto as liberdades individuais – de expressão, de imprensa independente, a religiosa (como escrevi neste outro artigo), e pasmem, até mesmo a de ir e vir (!) estão sendo sistematicamente retiradas. E o pior, há quem defenda esse tipo de cerceamento.
O que começou como algo temporário, apenas dirigido ao bem comum – como no caso da pandemia – tornou-se ditatorial. Com a população acuada pelo poder público, e ainda com o risco de contaminações à solta, muitos aceitam o estado de exceção que vivemos e caminham como cordeiros mansos ao matadouro, sem sequer contestar tantas ordens duvidosas.
Aos que aplaudem tamanha excrescência, um aviso: ninguém está imune ao controle imposto por quem tem a autoridade nas mãos. Em algum momento, essa censura não vai escolher lado ou mesmo ideologia – vai chegar mesmo aos que pregam o silenciamento de seus opositores, em nome de um pretenso “Estado Democrático de Direito”.
Para a população, que vive em uma clausura com muros invisíveis, o que restou foi a república do “pão e circo”. Com um adendo: nós somos os palhaços. “A desobediência é o verdadeiro pilar da liberdade. Os obedientes serão escravos”
(Henry David Thoureau)
Lucia Maroni, para Vida Destra, 23/02/2021. Sigam-me no Twitter, vamos debater o tema! @rosadenovembroo
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