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Mídia corporativa vergonhosamente silente sobre o abuso infantil em Atlanta e o caso ‘Cartel da Pedofilia’

Prezados leitores:

Seguimos com o nosso compromisso de trazer até vocês, todos os sábados, artigos sobre temas relevantes publicados pela imprensa internacional e traduzidos pela nossa colaboradora, a jornalista e tradutora profissional Telma Regina Matheus. Apreciem!

 

Mídia corporativa vergonhosamente silente sobre o abuso infantil em Atlanta e o caso ‘Cartel da Pedofilia’

 

Graças à imunidade identitária, certos grupos aparentemente estão blindados do escrutínio da mídia.

 

Fonte: The Federalist

Título original:   Corporate Media Shamefully Silent Over Atlanta Child Abuse And ‘Pedophile Ring’ Case

Link para o artigo original: aqui!

Publicado em 26 de janeiro de 2023

 

Autor: Michael O’Shea

 

 

E se você soubesse que um casal foi preso por supostamente estuprar repetidamente seus filhos adotivos, além de oferecê-los a outros pedófilos com o mesmo propósito? Mais ainda, esses indivíduos teriam, de alguma forma, adquirido uma luxuosa mansão nos subúrbios, apesar de seus modestos empregos administrativos. Tudo isso faz com que a história seja escandalosa e relevante para ser noticiada, certo?

Há outra parte significativa da história, porém: esses supostos predadores são dois homens gays e que se autodescrevem como “ativistas” LGBT, com grande presença nas mídias sociais. O silêncio da mídia nesta recente história da vida real, infelizmente, era previsível.

Até o momento [deste artigo], The New York Times, The Washington Post e CNN, entre outros, não publicaram nada sobre a história. É um enredo profundamente desalentador da América do século 21. Em uma sociedade em que a depravação é algo que se espera, a natureza dos crimes elimina o escândalo. Ilustra também a imunidade identitária que parece blindar certos grupos do escrutínio da mídia. Enquanto assim for, essa imunidade arruinará vidas.

Para os dois irmãos em idade escolar, que já viviam uma situação precária após terem sido abandonados por pais viciados em heroína, o pesadelo realmente começou em novembro de 2018, quando, na região de Atlanta, foram adotados por William Dale Zulock Jr. e Zachary Jacoby Zulock – sendo que este último conseguira se livrar misteriosamente de acusações [anteriores] de estupro de crianças. Conforme demonstram documentos judiciais, o horroroso abuso sexual teve início um ano depois [da adoção] e persistiu até [o momento] da prisão dos pais adotivos, em julho de 2022.

Durante esse tempo, os Zulock supostamente estupraram os meninos e os submeteram a sexo oral, geralmente filmando esses atos horrendos e distribuindo-os a outros pedófilos da área de Atlanta, os quais supostamente encontraram no aplicativo de encontros gay Grindr. Os pais adotivos, supostamente, também convidavam alguns desses contatos para estuprar os garotos. Uma mensagem de Snapchat, de Zachary Zulock para um destes supostos predadores, dizia: “Vou f**** meu filho hoje à noite. Fique atento”. (Veja a recente série investigativa em quatro partes da Townhall para obter um relato abrangente das acusações e dos procedimentos judiciais.)

Na superfície, os homens (casados) cultivavam o celebrado estilo de vida de uma “família moderna”. Seus seguidores do Instagram, que somam milhares, consumiam fotografias selecionadas, mostrando que tudo era muito normal, até mesmo admirável. A revista de defesa dos gays Out incluiu os Zulocks em sua campanha *No H8.

* N.T.: campanha americana pró casamento gay.

No centro desta família moderna havia uma mansão palaciana em Loganville, perto de Atlanta. Não está claro como o funcionário público e o caixa de banco conseguiram construir a casa; outras casas nas proximidades têm valores de mercado de cerca de US$ 900.000. Entre suas características sinistras estão salas sem janelas, uma das quais está oculta atrás de uma estante móvel. “Nossa vida é nossa vida. O que acontece em nossa casa fica em nossa casa”, disseram (supostamente) os Zulock aos garotos violentados.

Enquanto estavam sob custódia, os Zulock demonstraram uma inacreditável falta de apreço pela gravidade da situação. Queixaram-se da maneira como foi realizada a operação policial que resultou em suas prisões, do confisco de sua casa e de seus recursos financeiros, da qualidade da comida na prisão, entre outras coisas.

“Nós temos, tipo, produtos de assinatura que precisam ser cancelados, como, você sabe, Disney+, Amazon Video. Tudo isso precisa ser cancelado, porque está afetando nosso cartão de crédito”, explicou William. Quando um parente perguntou a Zachary se ele estava preocupado com os garotos, ele rapidamente mudou de assunto, [falando] sobre a casa e as contas.

“Eles simplesmente vêem os garotos menores de idade como objetos sexuais”, afirmou o promotor público Randy McGinley em uma audiência virtual do tribunal, segundo divulgou a Townhall.

Esta assustadora falta de prioridades pode ser explicada pelos elogios efusivos que esses homens têm recebido da sociedade. Suas atividades de mídia social retratam uma vida de lazer e conforto. Suas experiências refletem uma abordagem social vigorosamente impulsionada por nossa mídia à política identitária LGBT, que não se cansa de tecer elogios, mas não faz qualquer crítica, nem mesmo a indivíduos reconhecidamente perigosos, que comprometa suas perspectivas de carreira.

Durante as primárias presidenciais do partido Democrata, em 2019, a CNN produziu seu [programa] “LGBTQ Town Hall” para, aparentemente, oferecer uma percepção crítica às visões dos candidatos relativas a esse tópico. A cobertura inicial da farsa sobre crime de ódio de Jussie Smollett, de 2019, e o encerramento abrupto e vergonhoso da cobertura do tiroteio no bar gay de Colorado Springs, no ano passado – depois que o público soube que o perpetrador alegara a chamada identidade de gênero não-binária – impulsionaram o histórico propagandístico da mídia corporativa.

A luz do sol é o melhor desinfetante, e uma forma de enfrentar este tipo de comportamento criminoso, ilustrado nas acusações contra os Zulocks, é a cobertura da mídia. Os predadores precisam se sentir inseguros, e as pessoas comuns precisam estar cientes dos sinais de alerta que eles suscitam.

Enquanto a mídia corporativa continua ignorando a horrenda história, o New York Post e a Townhall, sejamos justos, divulgaram a prisão dos Zulocks em agosto, [embora] sem os detalhes sombrios que, desde então, vieram à tona. Entretanto, foi a extensa reportagem da Townhall, na semana passada, que chamou a atenção para o caso. Se pressionados sobre o assunto, os porta-vozes da propaganda, nos Estados Unidos, repetiriam a previsível hipocrisia da proteção das comunidades vulneráveis contra o ódio e a desinformação, um manual que eles propagaram durante toda a pandemia.

Não os ajude em seu desejo de suprimir esta história. Ela pertence à categoria dos crimes de Jerry Sandusky1 e da saga de Ariel Castro2 que incluiu sequestro, estupro e cativeiro – ambos os casos conquistaram atenção significativa da imprensa corporativa e dos tabloides. Este episódio satânico ocorrido na Geórgia implora à sociedade o mesmo nível de pesar e reflexão. As pessoas comuns precisam se manifestar sem medo para que se faça justiça para essas vítimas e para possíveis futuras vítimas.

 

Notas:

  1. Gerald Arthur Sandusky (nascido em 26 de janeiro de 1944), ex-treinador universitário de futebol americano, foi condenado por abuso infantil em série. Sandusky trabalhou como treinador assistente principalmente na Universidade Estadual da Pensilvânia. Em 2011, após uma investigação que durou 2 anos, Sandusky foi preso e acusado de molestar 52 garotos ao longo de 15 anos. Em 2012, foi sentenciado com uma pena de 30-60 anos de prisão.
  2. Ariel Castro (1960-2013). O caso ficou conhecido como Os Sequestros de Cleveland. Ariel Castro sequestrou 3 jovens e as manteve em cativeiro por 11 anos, no porão de sua casa: Michele Knight tinha 21 anos quando desapareceu, em 2002; Amanda Berry desapareceu no ano seguinte, 2003, aos 16 anos de idade; e Georgina DeJesus desapareceu em 2004, tinha 14 anos. Enquanto prisioneiras, entre outros abusos, foram espancadas e estupradas. Em 2013, descoberto o crime e libertadas as mulheres, soube-se que Amanda Berry tivera uma filha no cativeiro e, ali, a menina também permanecera encarcerada. Na data da libertação das mulheres, a filha de Amanda tinha 6 anos. Ariel Castro foi condenado à prisão perpétua mais 1.000 anos, sem direito a condicional, em agosto de 2013. Um mês depois, suicidou-se na prisão.

 

*Michael O’Shea é ex-aluno da Hungary Foundation e do Mathias Corvinus Collegium Fellowship Program de Budapeste. Nesse período, trabalhou no Danube Institute, em Budapeste. Suas principais áreas de pesquisa são: política familiar europeia, migração em massa e o Visegrád Group.

 

 

Traduzido por Telma Regina Matheus, para Vida Destra, 04/02/2023.                                  Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail  mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus

 

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Telma Regina Matheus Jornalista. Redatora, revisora, copydesk, ghost writer & tradutora. Sem falsa modéstia, conquistei grau de excelência no que faço. Meus valores e princípios são inegociáveis. Amplas, gerais e irrestritas têm que ser as nossas liberdades individuais, que incluem liberdade de expressão e fala. Todo relativismo é autoritarismo fantasiado de “boas intenções”. E de bem-intencionados, o inferno está cheio. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail: mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus