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Política

Muita calma nessa hora!

Depois de ver alguns alarmistas que posam de “preocupados” com a situação dos rumos que o Brasil pode tomar, eu me pergunto o que fazer? Será que eu devo dar a eles todo esse crédito mesmo ou devo pesquisar mais e tirar minhas próprias conclusões?

Pessoal, eu sempre, sempre fico com a segunda opção. Principalmente, por que estamos vivendo um momento sui generis, em que os comunicadores não têm o menor pudor em mentir, manipular, enganar a todos, desde que consigam fazer com que a sua narrativa impere. Não estão nem aí se suas investidas prejudicarão a uma infinidade de pessoas, não se importam nem se milhares vão morrer. São pessoas extremamente egoístas, portanto, todo o cuidado com elas é pouco.

Escolhi aqui comentar um áudio, para dizer o menos, assustador. Porém, vamos ver qual seria o tamanho da catástrofe. O jornalista começa citando o governo do Peru que, segundo suas palavras, fechou o Congresso e esmagou o Supremo. Bem sugestivo, não? Pessoal, será que é sensato e de bom agouro fechar, de forma autoritária, dois dos três Poderes? Pensem bem, no presente, temos orgulho e admiração pelo nosso atual presidente, porém nem sempre foi assim. Imaginem a situação de assumir o poder central um ditador sanguinário, como vários ao longo da História. E aí? Essa facilidade em “esmagar” alguns dos Poderes da República é de fato algo salutar para algum Estado? Não dá para se tomar decisões tão importantes com base apenas em um momento específico.

Prosseguindo, o mesmo jornalista ameaça: “se o STF inocentar o Lula, anulando seus processos e enterrar a Lava Jato, sob o comando de Gilmar Mendes, o risco de uma guinada peruana no Brasil não pode ser descartado”. Bom, não posso responder por todos, mas eu confio no nosso brilhante e honesto ministro Sergio Moro, que afirmou não ver possibilidade de anulações das condenações da Lava Jato; que respeita qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal (note-se que sua posição não reflete o desejo de que o STF venha a ser fechado, por exemplo); e que foram “um grande avanço institucional os precedentes do Supremo desde 2016 na lavra do ministro Teori Zavascki, admitindo execução em 2ª instância”.

Dá para perceber a diferença entre a razão, a sensatez do nosso ministro da Justiça e o alarmismo irresponsável e, talvez, até proposital do jornalista?

Mais para o fim da sua previsão injuriosa, ele “alerta” para uma “marretada mortal” no lavajatismo, que, na sua visão, terá como consequência a revolta popular, respaldada no “ódio dos brasileiros” aos protetores dos criminosos. Não, senhor desinformante, não somos assim. Nós, os brasileiros de bem, vamos às ruas quando há coerência e fazemos nossas manifestações como se deve. Não somos selvagens. Não somos movidos por ódio algum. O que nos move é exatamente o contrário, o amor à nossa Pátria, o amor ao nosso país, e esse sentimento nos foi despertado, nos últimos meses, por homens e mulheres que acreditaram e acreditam em mudanças positivas para todos pelas vias legais e democráticas.

Para completar o que afirmo, deixo aqui a nota de esclarecimento do Conselho Nacional de Justiça sobre o julgamento do STF. Esse texto expressa que “é incorreto afirmar que poderão ser beneficiadas 190 mil pessoas hoje privadas de liberdade no País. Esse número, extraído equivocadamente do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), reflete a soma de todos os presos, já sentenciados, porém ainda sem trânsito em julgado”. Mais à frente, o documento destaca que “apenas as prisões decretadas exclusivamente em razão de condenação em segunda instância são objeto das ADCs”. O CNJ também indica que o número correto seria 4.895 pessoas (veja-se o tamanho do exagero e da manipulação de alguns propagadores do terror) e que, mesmo assim, “é relevante observar que, em uma eventual decisão do plenário do STF diversa do entendimento atual, nem todo o universo dos 4.895 presos seria beneficiado. Isso porque continuaria sendo possível aos juízos, avaliando as peculiaridades de cada caso, sob a égide do mesmo artigo 312 do CPP, determinar a prisão cautelar”.

Portanto, queridos leitores, como sempre faço, não é minha pretensão mudar o modo de pensar ou de sentir de ninguém, apenas trago à reflexão essa tentativa de manipulação vergonhosa e desonesta que alguns insistem em fazer. Teimam em tentar nos jogar uns contra os outros. Aproveitam-se de nossas manifestações de rua, espontâneas e bem-intencionadas, para nos transformar em bonecos de cordas, massas de manobra para atender aos seus fins egoístas e desonrosos. Cada um segue o caminho que desejar, eu sigo o caminho dos bons e escolho a dedo as minhas companhias. E, quanto ao tema de hoje, eu escolho ninguém mais, ninguém menos que o nosso mui benquisto ministro Sergio Moro.

1 COMMENTS

  1. Muito bom, seu artigo. Eivado de sensatez, o que nos remete a refletir sobre a insensatez de muitos formadores de opinião, que sonham com o imediatismo e o improviso das situações. Não tentem abrir a Caixa de Pandora, ninguém sabe o que vem de dentro dela.
    A revolução, no profundo sentido da palavra, se assemelha à paixão, ao enamoramento. Ao se esvaziar as motivações de um processo revolucionário, os resultados são desastrosos. A democracia, mesmo incipiente, ainda é a melhor forma de se fazer política. E é nela que se expressa o equilíbrio de poder e de forças.
    Tenho dito.

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