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Os 82 anos da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop

Mais uma vez, escrevo a respeito de um acontecimento relevante da história mundial com o objetivo de ajudar a manter vivo o conhecimento que nos permite compreender muitos dos movimentos feitos pelos países na geopolítica atual. Conhecer o passado nos ajuda a entender as raízes de muitos problemas que enfrentamos hoje. A História é fascinante, cheia de fatos marcantes e que nunca devem ser relegados ao esquecimento. Este artigo é uma pequena contribuição para manter viva a memória daqueles que já conhecem o tema, e para despertar o interesse daqueles que ainda não o conhecem, para a busca de mais informações e conhecimento a respeito.

No último dia 23 de agosto de 2021, completaram-se os oitenta e dois anos da assinatura do Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, conhecido pelo seu nome usual, Pacto Molotov-Ribbentrop, por ter sido assinado em Moscou, em 23 de agosto de 1939, por Vlatcheslav Molotov, ministro dos Negócios Estrangeiros soviético, e Joachin von Ribbentrop, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha.

Como todos devem imaginar, diariamente são assinados vários tratados, sobre os mais variados assuntos, pelos países mundo afora, o que torna quase impossível que se comemore o aniversário de cada um, individualmente. Por isso, é comum que os tratados mais relevantes para um país, ou para um grupo de países, sejam escolhidos para receber maior atenção. Neste caso específico, embora seja um tratado entre apenas duas nações, as consequências da sua assinatura não ficaram restritas às nações signatárias, mas foram sentidas em maior ou menor grau por todos os países do mundo, com sequelas históricas ainda visíveis nos dias atuais. Afinal não se tratava de duas nações comuns, mas da Alemanha nazista de Adolf Hitler, e da comunista União Soviética de Stálin.

Joachim von Ribbentrop (esquerda), Josef Stálin (centro) e Vlatcheslav Molotov (direita).

Mais que um pacto de não agressão, inibindo agressões mútuas e proibindo que ambas as partes apoiassem ou se aliassem a países em litígio com a outra parte, este tratado entre nazistas e comunistas também detalhava a divisão territorial de áreas a serem invadidas na Polônia, Romênia, Finlândia, Lituânia, Letônia e Estônia. Além disso, o Pacto Molotov-Ribbentrop determinava as áreas de influência de cada potência, lembrando que ambos os regimes tinham ambições expansionistas, cada qual querendo impor a todos a sua própria visão de mundo.

Tal tratado foi necessário pois como já mencionei, ambos os regimes possuíam ambições expansionistas. Além disso, é importante considerarmos as condições econômicas e geopolíticas da Europa e do mundo naquele momento. A Primeira Guerra Mundial tinha terminado apenas duas décadas antes, e a Alemanha, que estava entre os países derrotados, tinha sido obrigada pelo Tratado de Versalhes a pagar pesadas indenizações aos países vencedores, o que se somou à destruição provocada pela guerra e causou uma grave crise econômica, levando a Alemanha à hiperinflação e ao desemprego em massa. Foi nesse cenário de devastação material, econômica e social que Adolf Hitler encontrou o terreno fértil para as suas ideias políticas. Chegando ao poder em 1933, rapidamente tornou a Alemanha uma potência econômica e militar, e nunca escondeu seu rancor pela derrota na Primeira Guerra Mundial, e estava determinado a dar o troco aos algozes de seu país.

Já a União Soviética, que também tinha participado da Primeira Guerra Mundial, mas em lado oposto ao da Alemanha, também enfrentava os seus próprios problemas, pois além da guerra ainda enfrentou a Revolução Russa, que durou de 1917 até 1922, com o surgimento da União Soviética. A guerra e a revolução, somadas à implantação de um novo regime, impuseram muitas dificuldades ao povo russo. A União Soviética só se tornou uma potência porque escravizou pessoas e explorou até o limite o seu próprio povo, para que as dificuldades fossem superadas.

Todas as questões envolvendo a Primeira Guerra Mundial ainda pendentes entre a Alemanha e a União Soviética foram encerradas com a assinatura do Tratado de Rapallo, em 16 de abril de 1922. Em 1926 foi assinado o Tratado de Berlim, onde ambos os países adotariam uma postura neutra em caso de ataque à outra parte.

Descrevi de forma breve os principais acontecimentos que precederam o momento da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop para deixar claro que este pacto pode ser entendido da seguinte maneira: Alemanha e União Soviética, cada país deixou claro um para o outro que tinha sinal verde para colocar em prática seus planos e que não teria interferência ou resistência, desde que respeitados os termos do pacto. E, de fato, ambos os países executaram os seus planos.

Em 1º de setembro de 1939, A Alemanha invade a Polônia, num acontecimento que desencadeou a Segunda Guerra Mundial, o que mostra as graves consequências que se seguiram à assinatura deste pacto. O mundo nunca mais foi o mesmo, e até hoje vivemos as consequências oriundas dessas decisões. Sobre a invasão da Polônia pelos nazistas,  pretendo  tratar no próximo artigo!

 

 

Sander Souza (ConexãoJapão), para Vida Destra, 27/08/2021.
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