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Os totalitários da vacina em nosso meio

Quando o novo coronavírus foi descoberto oficialmente, em novembro de 2019, ninguém jamais poderia imaginar que em menos de 6 meses o mundo viraria de ponta cabeça por causa dele. As origens do vírus seguem ainda sendo motivo de mistério, visto que a China não é lá o país mais transparente do mundo para fornecer tais informações. E ela deixa isso claro: neste artigo para o Vida Destra conversamos sobre algumas das pessoas que foram presas no que é hoje a ditadura socialista mais sanguinária do mundo, que sobrevive com o apoio, inclusive, da esquerda ocidental que se diz a favor da democracia.

Independentemente da origem do vírus, vamos conversar, hoje, sobre um problema que tem assolado o mundo e que se originou através deste parasita em si, que gerou os totalitários da vacina, pessoas que, em nome do sanitarismo e dos supostos benefícios que as vacinas trazem, buscam excluir aqueles que não tomaram o imunizante da vida social, mas, desta vez, em nome da saúde, da democracia ou da liberdade. O fato é que isso não é nenhuma novidade no mundo e atitudes totalitárias deste tipo, com outros objetivos, já ocorreram ao longo da história, tendo as mais variadas formas. Entretanto, com vacinas é a primeira vez que ocorre.

Antes de começar este texto, é necessário explicar alguns pontos: o autor, bem como o portal Vida Destra, não são antivacinas, seja da Covid-19, seja qualquer outra. O autor deste texto defende a autonomia individual, fundamentada no direito natural de liberdade dado por Deus ao homem de decidir se quer se submeter a algum tratamento médico – o que inclui vacinas –, ou não. Ademais, após os programas de vacinação ao redor do mundo, viu-se uma queda dos casos e mortes nos países, o que pode sugerir que as vacinas têm alguma eficácia. Entretanto, não sabemos os possíveis efeitos colaterais que elas causam no longo prazo e, por este motivo, há a defesa da autonomia individual, o que, reiterando, não implica discurso antivacina.

O primeiro indício de totalitarismo que se viu na pandemia, foi a questão do isolamento social: quando, da noite para o dia, em 2020, governantes anunciaram que todo mundo deveria ficar trancado em casa para supostamente evitar o contágio de Covid-19, começamos a ver pessoas denunciando seus vizinhos, colegas e amigos que precisavam abrir seu pequeno negócio para trabalhar. Tal atitude lembrou os alemães supostamente arianos do século XX, que denunciavam seus vizinhos judeus para a ditadura nazista persegui-los devido a um motivo sanitário: os judeus, após diversas teorias pseudocientíficas, eram vistos como uma ameaça sanitária à suposta raça pura e, por isso, eram combatidos, tal como os não vacinados são hoje.

O fato é que boa parte da população se deixou levar pelas notícias eloquentes da imprensa, que instaurou o pânico durante o ano de 2020 inteiro, vendendo o coronavírus como se ele fosse a peste negra, para ter audiência. E aparentemente funcionou, dado que uma notícia da Folha de São Paulo revelou que a confiança no jornalismo foi recuperada na pandemia, no ano de 2020. Contudo, se a confiança fora restaurada, ela certamente sucumbiu em 2021, dado que as notícias de coronavírus como ameaça sequer dão a audiência que davam antes pelo fato de o povo ter compreendido, através da experiência cotidiana, que o vírus e a doença de fato existem, mas não são tudo isso que a mídia falava.

A psicopatia espalhada pela imprensa, entretanto, gerou outro problema: a idolatria às vacinas, que, gostem ou não, são experimentais, visto que não sabemos os efeitos delas no longo prazo, tanto que a bula da Pfizer, por exemplo, diz, na página 24, que não se sabe se a vacina tem impacto na fertilidade, embora foram feitos estudos com ratos e, ao menos no curto prazo, eles não indicaram efeitos colaterais, mas, no longo, sequer sabemos, segundo a bula da própria vacina.

A idolatria a coisas e a pessoas, entretanto, não é algo novo: na era em que ser ateu é cada vez mais “cool”, é necessário substituir a figura de Deus por outra coisa, que, logicamente, não possui caráter absoluto e metafísico como a figura Dele. Assim, há a idolatria da Terra, com os ambientalistas radicais que acham que as mudanças climáticas são o maior problema do mundo; há a idolatria da ciência, que gerou totalitarismos como fascismo e nazismo, que nasceram, respectivamente, dos cultos à ciência econômica e biológica; e há, atualmente, a idolatria às vacinas, mesmo, reiterando, que a gente não sabia quais efeitos colaterais elas podem causar no longo prazo. Tais idolatrias, que não são novas, têm nome: o cientista político Eric Voegelin, uma das mentes mais brilhantes da Ciência Política do século XX, as chamou de “religião política”, isto é, uma idolatria que tem forma de religião, embora se volte para algo material, não para algo metafísico e transcendente, como Deus.

A religião política que conduziu as vacinas ao pedestal de Deus, fez o aparato repressivo do estado avançar como nunca: em nome da “saúde”, da “ciência” e de qualquer outra coisa do tipo, houve a instituição, em vários lugares, do passaporte sanitário, isto é, um documento que comprova que você tomou as doses da vacina e que, com ele, você está autorizado a frequentar determinados lugares. O pior é que boa parte da população tem apoiado a implementação do passaporte sanitário, mesmo ele ferindo completamente seus direitos básicos de liberdade, que foram sacrificados em nome de uma suposta proteção, que não existe, pois, como se viu, as vacinas, embora possam ter seus efeitos benéficos, têm se mostrado insuficientes para lidar com o coronavírus, basta ver na Europa, com Holanda e Áustria decretando lockdown novamente.

O fato é que o terrorismo da imprensa gerou, no senso comum de boa parte da população, a ideia de vacinação obrigatória e passaporte sanitário, fazendo dos que defendem essas pautas os totalitários da vacina em nosso meio. Essas pessoas tendem a acreditar que, de fato, as vacinas de Covid-19 são remédios absolutos, que resolverão o problema da pandemia, e que, por isso, todos devem obrigatoriamente toma-las, independentemente dos riscos. Já sabemos que a própria Pfizer não sabe se sua vacina gera problemas de infertilidade, mas será que é somente este o problema? Teme-se que não, pois a bula da própria vacina diz, ainda, na página 23, que a sua aplicação causou miocardite e pericardite em alguns casos, isto é, problemas do coração. Tais problemas têm mais chances de ocorrer em homens mais jovens e após a segunda dose da vacina e em até 14 dias após a vacinação, conforme reza a própria bula.

Com isso, tem se observado a morte de diversas pessoas que tomaram a vacina da Pfizer por problemas no coração. Pior: muitas dessas pessoas são adolescentes, como a Isabelli Borges Valentim, de 16 anos, que morreu por problemas no coração. Embora Isabelli tenha morrido após tomar a Pfizer por problemas cardíacos – algo que nem de longe é comum aos adolescentes –, a Secretaria de Saúde de São Paulo disse que a morte nada tem a ver com a vacina. Outros casos ocorreram, inclusive, nos Estados Unidos, como o do garoto que morreu em Michigan 3 dias após tomar a Pfizer.

A Pfizer, todavia, não é a única vacina que causa lá seus efeitos colaterais, a AstraZeneca também tem esse poder. O caso mais emblemático foi o do rapaz Bruno Graf, que veio a falecer após tomar essa vacina segundo o próprio boletim médico da Secretaria de Saúde de Santa Catarina. A morte de Bruno tem mobilizado deputados na Assembleia Legislativa de São Paulo a trabalharem para aprovar a lei Bruno Graf, que impede a exigência de passaporte sanitário no Estado para, consequentemente, evitar casos do tipo.

Muitos dos totalitários da vacina podem dizer que a eficácia dos imunizantes é superior aos riscos e, por isso, as vacinas devem sim ser obrigatórias. No entanto, ao partir deste argumento, eles caem numa ótica utilitária, que ignora os direitos individuais e a legislação em si, pois o Código Civil é claro em seu artigo 15 que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”. No mais, o utilitarismo, por beneficiar a maioria em detrimento da minoria, pode justificar qualquer totalitarismo, além de ser antidemocrático, pois só pode haver democracia se houver respeito aos direitos individuais das minorias, embora prevaleça a decisão da maioria.

O fato é que os totalitários das vacinas têm aberto portas para que outros tipos de autoritarismos surjam, porque, ao perverter a ordem de direitos individuais em nome da “saúde coletiva”, uma demanda nobre, pode-se fazer qualquer coisa com a sociedade, convertendo-a em massa de manobra, como queriam os socialistas do século XX denunciados por Frédreic Bastiat em “A Lei”. Algo semelhante tem ocorrido com o inquérito dos “atos antidemocráticos”, que, para “defender a democracia”, comete prisões arbitrárias, passa por cima das leis aprovadas pelo parlamento, órgão máximo da democracia, e persegue pessoas que critiquem certas pessoas pertencentes a certas instituições.

Com isso, podemos concluir que a pandemia de Covid-19 trouxe consigo também uma pandemia de autoritarismos, dos quais ainda não sabemos os resultados, mas sabemos que o mundo já venceu regimes ditatoriais, que pregavam liberdade, quando eles se mostraram como regimes verdadeiramente escravocratas. Porém, nada foi de graça: muito sangue, suor e lágrimas foram derramados para que a liberdade e a ordem fossem restauradas após certas ditaduras. Por isso, deve-se ter cautela ao cair na tentação de simpatizar com causas que parecem nobres, mas que pervertem os meios para atingir certos fins, como a “defesa da saúde coletiva” através da imposição de vacinação obrigatória ou passaporte sanitário, até porque se uma pessoa está vacinada e a vacina a protege, ela sequer precisa se preocupar se vai pegar o vírus de um não vacinado, pois, pelo menos na teoria, ela está protegida.

 

 

Vinicius Mariano, para Vida Destra, 13/12/2021.
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