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Paul Ehrlich e a insanidade dos alarmistas climáticos
Suas profecias de destruição do meio ambiente comprovaram-se erradas repetidas vezes – por que ele ainda é levado a sério?
Fonte: Spiked online
Título original: Paul Ehrlich and the madness of climate alarmists
Link para o artigo original: aqui!
Publicado em 10 de janeiro de 2023
Autor: James Woudhuysen*
Todos os que se arriscam a fazer previsões cometem equívocos, mas poucos têm errado tão consistentemente quanto o biólogo Paul Ehrlich. Por isso, foi bastante surpreendente ver, em 1º de janeiro, a outrora venerável série da CBS, o programa 60 Minutos, convidar Ehrlich para dar sua opinião sobre o estado do planeta. Com foco no ‘desaparecimento da vida selvagem’, a entrevista foi essencialmente uma previsão de desgraças, com Ehrlich alertando que a Terra está em meio a uma ‘sexta extinção em massa’ e que a vida selvagem está ‘ficando sem lugar para existir’.
Ehrlich, entomologista da Universidade de Stanford, ficou famoso pelo pessimismo de seu [livro] The Population Bomb (A bomba populacional), publicado em 1968. Na melhor tradição de Thomas Malthus, o prólogo começa com o seguinte alerta:
“Perdemos a batalha para alimentar toda a humanidade. Nos anos 1970 e 1980, centenas de milhões de pessoas morrerão de fome, a despeito de qualquer programa [de prevenção] de desastres que se inicie agora. A esta altura, nada poderá impedir um aumento significativo da taxa de mortalidade mundial.”
Na realidade, desde a publicação do [livro] The Population Bomb, os índices da fome desceram ladeira abaixo, ao passo que a população mundial dobrou. Ronald Bailey, correspondente científico da revista Reason, observa que a taxa bruta de mortalidade global (mortes por 1.000 pessoas) caiu ‘de 12,5 em 1968 para 7 em 2019, antes de pontuar 8 no ano pandêmico de 2020’.
Ehrlich tem sido prolífico em promover previsões erradas. Em coautoria com Richard L. Harriman, ele também escreveu How to Be a Survivor: A Plan to Save Spaceship Earth (Como ser um sobrevivente: um plano para salvar a Espaçonave Terra), em 1971. Depois, com sua esposa Anne, ele divulgou mais alertas sensacionalistas em livros, incluindo Extinction: The Causes and Consequences of the Disappearance of Species (Extinção: causas e consequências do desaparecimento de espécies), de 1981, e The Population Explosion (Explosão Populacional), de 1991.
É importante entender o quão consistente e absurdamente erradas têm sido as previsões de Ehrlich. Em um artigo intitulado ‘Eco-Catastrophe!’ (Ecocatástrofe), um ‘cenário’ futurístico publicado na Ramparts, em setembro de 1969, Ehrlich previu ‘o fim do oceano’ no verão de 1979. Ele atacou a Revolução Verde dos anos 1960 que, à época, começara a aumentar substancialmente os rendimentos do setor agrícola, graças às novas tecnologias e técnicas de agricultura. Apesar dessa revolução, Ehrlich proclamou que ‘o homem não está apenas ficando sem comida, mas também está destruindo os sistemas de apoio à vida da Espaçonave Terra’. Esse relato de ficção, que descrevia a devastação que devíamos esperar para 1979, era insano: “Finalmente, o inevitável aconteceu, e pestes começaram a reduzir os ganhos mesmo nos campos cultivados com mais cuidado …. À medida que o caos se espalhava, até os mais obtusos agricultores e economistas admitiram que a Revolução Verde se tornara marrom, os russos avançaram…” Basta dizer que nada disso aconteceu.
O alarmismo de Ehrlich teve grande impacto também na Grã-Bretanha. O editor do New Scientist and Science Journal divulgou, em 1969, uma visita do grande homem: “Ele chegou catastrófico em Londres e previu peste mundial, guerra termonuclear, poluição avassaladora, catástrofe ecológica… ‘Se eu fosse adepto de apostas’, concluiu o Professor Ehrlich antes de embarcar em seu avião, ‘eu apostaria meu dinheiro na possibilidade de que a Inglaterra não mais existirá no ano 2000’”.
O motivo pelo qual Ehrlich sempre erra o alvo não se resume apenas à má sorte. Ele se baseia num entendimento infantil da política econômica, postulando que a multiplicação de seres humanos sempre desafia os limites da Espaçonave Terra. O que todas as suas previsões ignoram é como a engenhosidade humana, a ambição de risco calculado e a inovação tecnológica podem superar os aparentes limites físicos do planeta. Mesmo agora, os avanços em alterações genéticas e irrigação continuam a melhorar o rendimento das lavouras – desafiando as previsões dos alarmistas climáticos de que o aquecimento global levaria inevitavelmente à escassez.
A despeito do histórico de erros grotescos de Ehrlich, ele ainda é tratado como autoridade em todos os aspectos ecológicos. No programa 60 Minutos, o apresentador Scott Pelley essencialmente endossa o pesadelo ehrlichiano da procriação excessiva e de estúpidos predadores humanos extirpando espécies inocentes. Pelley cita um estudo do World Wildlife Fund (WWF) para sugerir que, nos últimos 50 anos, a abundante vida selvagem global ‘colapsou em 69%’. Em seguida, ele passa para um Ehrlich de olhos marejados culpando… “gente demais, consumo excessivo e mania de crescimento”. De acordo com a narração de Pelley: ‘Aos 90 anos de idade, o biólogo Paul Ehrlich pode ter vivido tempo suficiente para ver algumas de suas terríveis profecias se tornarem realidade’.
Dando simpaticamente a deixa para Ehrlich, Pelley questiona: ‘Parece que você está dizendo que a humanidade não é sustentável?!’. Ao que Ehrlich responde: ‘Oh, a humanidade não é sustentável. Para manter nosso estilo de vida (o seu e o meu, basicamente) em todo o planeta, precisaríamos de mais cinco Terras… A humanidade está muito ocupada em ficar sentada sobre um membro que está amputando’.
Isso tudo é surreal. O colapso da vida selvagem global em 69% (segundo o WWF e a CBS) é uma afirmação de valor estatístico zero. Assim como a alegação de Ehrlich de que ‘precisamos de mais cinco Terras’ para sustentar nossos estilos de vida. Então, por que a mídia trata com reverência tais alegações?
A reabilitação de Paul Ehrlich pela CBS resulta de um lapso assustador dos padrões jornalísticos quando se trata de meio ambiente. A mídia fará de tudo para promover a narrativa duvidosa do colapso ecológico – ainda que isso signifique descartar fatos e fomentar acriticamente a mais desacreditada das vozes.
A humanidade não é a praga na Terra que Ehrlich e a mídia querem nos fazer acreditar.
*James Woudhuysen é professor visitante de prognósticos e inovação na London South Bank University.
Traduzido por Telma Regina Matheus para Vida Destra, 14/01/2023. Faça uma cotação e contrate meus trabalhos através do e-mail mtelmaregina@gmail.com ou Twitter @TRMatheus
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