Ora ou outra surge o famigerado debate sobre qual seria a melhor forma de governo: a República, em que permite que qualquer pessoa possa dirigir o país desde que cumpra um conjunto básico de requisitos, ou a Monarquia, a qual a direção superior do país é passada de geração em geração, com o príncipe se tornando o Rei ou o Imperador quando seu pai, o Rei antigo, falece ou fica impossibilitado. O sistema monárquico é defendido à exaustão por trazer uma maior estabilidade para o país e por ser mais vantajoso que o sistema republicano, o qual traz uma série de revezes os quais na maioria das vezes passam desapercebidos, fazendo com que surjam na sociedade problemas de difícil solução que se espalham e pioram ao longo do período republicano.
Para começar, é necessário entender as características de cada um dos sistemas. Na Monarquia, o território pertence ao Monarca, sendo ele o dono soberano daquele lugar, logo, vê se que a Monarquia trata-se, sobretudo, de um governo de propriedade privada. Como o Monarca é o dono do território, haverá, por parte da sua gestão, um planejamento de longo prazo envolvendo recursos do estado (ou seja, impostos) e, por esse motivo, ele irá tributar pouco a população, pois impostos geram empobrecimento e o empobrecimento é prejudicial ao longo prazo para o próprio monarca, que irá ganhar menos com eles. Nota-se então que na Monarquia a preferência temporal do Rei é menor, pelo fato de que ele pensará mais no futuro que no presente, visto que o governante continuará sendo ele. Em suma, o Rei irá pensar: “posso ganhar dinheiro com impostos, sem fazer nada. É melhor ganhar muito dinheiro ao longo prazo ou pouco dinheiro no curto prazo?”. Novamente, devido à natureza do sistema, é preferível ganhar muito dinheiro no longo prazo, uma vez que o Monarca dependerá daquela fonte e não sabe o dia de amanhã. Com ganhos ao longo prazo, o Rei garante que ele e sua família tenham recursos para esbanjar no futuro e que a sociedade se enriqueça e produza coisas novas cada vez mais, gerando um processo de civilização o qual garantirá ao Rei enriquecer mais do que se instituísse um novo imposto ou aumentasse algum já existente. No entanto, essa prática não é absoluta, ela é a regra, mas há exceções sim: em casos de guerras, por exemplo, em que o Rei precisa planejar recursos no curto prazo, ele aumentará os impostos, como sempre ocorreu na história das Monarquias. O mesmo vale para desastres naturais. No entanto, tais casos também ocorrem na República, que, como vamos ver, possui diversos outros casos de aumento de impostos, já que é uma forma de governo com vistas ao curto prazo.
Na República, por outro lado, o Presidente ou o Primeiro Ministro não é o dono da propriedade daquele território, sendo o território do estado “propriedade pública”. Na economia, há um mantra que diz “o que é público é de todo mundo e se é de todo mundo, ninguém cuida”, veja a floresta Amazônica e terá um bom exemplo, ou os rios poluídos de São Paulo. As receitas tributárias não pertencem ao presidente, então, ele deve fazer um planejamento de curto prazo, geralmente 4 anos, que é a duração de seu mandato, o que torna a preferência temporal do Presidente ou do Premier curta, voltada ao presente e não ao futuro, isto é, planejamento de curto prazo, que implica na tomada de decisões econômicas que são benéficas no momento, mas que no longo do prazo, no futuro, mostram-se prejudiciais e geram empobrecimento. A exemplo disso, há o controle de preços, em que o Presidente, com sua caneta, resolve que o preço de um produto ou serviço será menos do que o negociado no mercado. Acontece que o preço não é definido arbitrariamente pelo empresário, ele é o resultado da soma do lucro + custos de produção daquele bem ou serviço e quem define a quantidade que o produtor vai lucrar é o consumidor, pois se o produtor colocar um preço exorbitante, ninguém irá comprar seu produto. Se o governo estima um preço, o produtor vê se desincentivado a produzir aquele bem ou serviço porque irá lucrar menos, então passará a produzir outro produto que não possua controle de preços. Além disso, mais consumidores irão consumir o produto cujo preço foi controlado e diminuído, o que ajudará a levá-lo à escassez. Como essa política é insustentável para manter os produtos e serviços em um país, uma hora ou outra o Presidente terá de interromper o controle de preços, o que fará o produto que foi controlado voltar a ser produzido, mas com um preço muito superior ao antigo, pois a demanda por ele estará alta e nem todos que o compravam antes poderão comprar novamente com o preço original. Essa seleção natural que os preços fazem é uma forma de garantir que existam produtos e serviços para todos que queiram e que possam comprar. Um exemplo dessa política nós tivemos no Brasil, com Dilma Rousseff e o setor de energia. Em 2012, Dilma editou a Medida Provisória 579, que reduzia as tarifas das concessionárias de energia elétrica. De 2012 a 2015, pessoas começaram a consumir muito mais energia do que consumiam, pois pagam mais barato, as concessionárias não tinham incentivo nem capacidade para produzir para todos até que Dilma, em 2015, antes de termos um novo “apagão”, cessou o controle de preços e estabeleceu a política de “bandeiras”, em especial a vermelha, que cobrava um preço muito mais alta pela mesma quantidade de energia consumida até então.
No que tange a privilégios, a Monarquia também é superior. Nela, ninguém tem direito a se tornar governante, além da família real e do Rei em si, que também irá ponderar na contratação de funcionários porque sabe que tais funcionários terão um custo, o qual deverá ser pago com impostos e se o rei tributar demasiadamente o povo, será gerado um processo de empobrecimento e descivilização, o qual ele também será prejudicado. Na República, absolutamente todo cidadão possui o direito de se tornar o Presidente ou o Primeiro Ministro e os meios utilizados para chegar a esse cargo são perversos, só não são piores que os meios usados para se manter no poder. Para chegar lá, o candidato a Presidente terá que, primeiro, reunir uma massa de apoiadores e quanto menos essa massa questionar, melhor, pois isso aumentará as chances do candidato, então, é esse tipo de apoio que ele irá buscar: o ignorantes. Tendo o apoio dos ignorantes, o candidato passará a fazer cada vez mais promessas de cargos e benefícios para os um pouco mais inteligentes a fim de conquistar o apoio deles também, o que o obrigará a aumentar os impostos quando chegar ao poder e, em terceiro, começará o assassinato de reputações dos candidatos da oposição, com o objetivo de angariar os votos dos que sobraram que viam antes do assassinato de reputações os candidatos da oposição como os ‘menos piores’. Tivemos também um exemplo prático dessa estratégia no Brasil e não foi só uma. Em 2006, no auge do mensalão, Lula destruiu a campanha política de Geraldo Alckmin, seu concorrente à presidência, porque ele supostamente seria a favor das “privatizações”. O comercial de Lula era simples: com entonação negativa, mostrava uma série de empresas que foram privatizadas pelos governos FHC, federal de 1994 a 2002, e Alckmin, estadual em SP no período 2001 a 2006. No final, o comercial questionava: “será que eles vão ‘respeitar’ a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil? Pense bem: é Lula de novo, para eles não privatizarem mais empresas do povo”. Não precisa ter mais que dois neurônios funcionando para concluir que as empresas estatais não são do povo, mas sim do estado, mas naquela época, sem acesso à internet, a opinião política era vinda pela TV majoritariamente e muitas pessoas engoliram (e engolem até hoje) essa ladainha de que “não pode privatizar as empresas porque elas pertencem ao povo”. Assim e com outros meios, Lula conseguiu vencer Alckmin e se reeleger presidente. O mais engraçado é que no comercial foi citado o Banco do Brasil, empresa a qual seu partido usou para desviar recursos no mensalão, que não teria acontecido se o banco tivesse sido privatizado. Há também outro exemplo recente e mais claro de assassinato de reputações, mas, que, felizmente, não deu certo: em 2018, o jornal Folha de São Paulo, de esquerda, disse que teve acesso a uma série de documentos que provavam que Jair Bolsonaro usou dinheiro de Caixa 2 na campanha eleitoral. Fernando Haddad e o Partido dos Trabalhadores, eles de novo, usaram essa notícia com exaustão para deteriorar a imagem de Jair Bolsonaro e pior: até hoje a Folha não apresentou nenhum dos tais documentos que disse ter tido acesso. O assassinato não deu certo e Bolsonaro foi eleito presidente com uma diferença por volta de 10 milhões em relação a Haddad.
Mas, na República, os meios para se manter no poder são ainda mais nojentos e consistem, basicamente, na técnica do emburrecimento em massa e do empobrecimento. Recentemente, saiu os resultados do teste internacional do PISA, que mede a qualidade da educação dentre países. O Brasil ocupa os piores lugares em ciências, matemática e leitura, o que significa que nossas escolas estão formando verdadeiros analfabetos funcionais. Isso não seria possível, no entanto, sem o uso de um exército de intelectuais que ensinam asneiras nas escolas, que são os professores de esquerda. O fenômeno acontece de forma pior nas universidades, principalmente nas públicas, as quais têm bolsas de auxílio para que o governo sustente o cidadão por anos para ficar fazendo militância política na instituição. O empobrecimento é muito mais cruel: consiste, quando um governo de esquerda assume, em criar uma série de benefícios, não empregos, que fazem com que um povo fique dependente daquele governo, fazendo com que o povo pobre sempre vote nele, o que leva à questão: “se a esquerda governa para os pobres, qual interesse que ela tem em acabar com a pobreza e, consequentemente, com seu governo?”.
Claro que no sistema republicano chega-se uma hora em que não é possível eleger mais os piores justamente porque atinge-se um ponto em que a corrupção e as mentiras ficam escrachadas, o que levará ao povo optar pelo melhor candidato e foi o que aconteceu em 2018, com Bolsonaro, mas ainda assim houveram muitos petistas que foram eleitos também, mesmo depois de todos os milhares processos de corrupção. Porém, para termos 4 anos de Jair Bolsonaro, tivemos que pagar 30 anos de esquerda destruindo as instituições e aparelhando o estado, além de quase 20 anos de Getúlio Vargas, governo o qual tinha afinidade com ditadores como Mussolini e Hitler e que só declarou guerra ao Eixo por causa dos EUA, que eram um grande parceiro comercial na época.
Válido lembrar também que a República trouxe aberrações políticas, como nazismo, fascismo e comunismo, todos oriundos de ideologias antiéticas e antieconômicas, que previam centralização dos recursos no estado socialista, algo que a Monarquia não tinha o hábito de fazer por causa da preferência temporal baixa do rei, que via no longo prazo uma maior oportunidade de aumentar seus recursos financeiros e que, consequentemente, aumentava os recursos da população também, o que presume um maior respeito pela propriedade privada e a propriedade privada conduz ao cálculo econômico eficiente na sociedade (isto é, a capacidade cada vez mais precisa de calcular as demandas e produzir o que as pessoas querem, promovendo o processo de civilização). Além disso, com a possibilidade de políticos de esquerda se candidatando, há a relativização do crime e com isso vem o fim da responsabilidade individual. Sabe aquela ladainha que diz que “bandido é uma vítima da sociedade e a culpa dele ser bandido é nossa e não dele“? Então, isso é basicamente uma falácia trazida por políticos de esquerda, que se candidatam e usam esse tipo de discurso sensibilizador para serem eleitos e desfrutar de privilégios que não deveriam.
Não foi durante a época da República que Roma se tornou o que foi no passado, mas sim na época do Império, o que leva a concluir que se República fosse algo bom, Roma a teria mantido. A Monarquia, ainda que seja a Constitucional, em que os poderes do Rei são limitados, promove um controle dos poderes arbitrários do estado, como o de tributar, muito superior ao que a República tenta promover e isso faz da Monarquia a melhor forma de governo, pois respeita mais a propriedade privada e a base da sociedade civilizada não é o governo Republicano ou o Monárquico, mas sim a propriedade privada, promovida pela Monarquia e que serve como delimitadora para o que podemos ou não fazer como seres humanos.
- Crítica marxista à legalização das drogas - 27 de novembro de 2023
- O caso Thomas Schiro ou… como a pornografia te transforma em um assassino - 27 de março de 2023
- Dois meses de governo Lula: grandes pontos negativos; poucos positivos - 3 de março de 2023
Bom texto, é uma boa comparação.
Entendi. Quem seria a família digna para ser monarca no Brasil? Quero ser mais claro. Na monarquia, temos que “SUSTENTAR” a luxúria e a soberba de uma família que, no caso do Brasil, não fez nada para tamanha honra. Para o Brasil, monarquia terá mais cara de ditadura do que monarquia! No Brasil, se como república não funciona porque o povo ainda não é politicamente correto, imaginem administrar e intervir uma família ditadora. “Na teoria, tudo é fácil”, até o caralh… do comunismo.