O Brasil está passando por uma ebulição política e institucional que só encontra precedentes em momentos de fortes rupturas do passado.
A eleição do primeiro Presidente conservador do Brasil depois da redemocratização, ainda causa reações controversas nos que se acostumaram a ver o povo como mero carimbador das suas pretensões eleitorais.
Como é possível que o povo escolhesse, por conta própria, alguém tão inusitado, improvável e tosco como Bolsonaro? Como assim ignoraram as alianças partidárias que, até então, eram uma imposição ao eleitor?
Ocorre que após a demonstração de autonomia da vontade popular, os insatisfeitos se organizaram em várias frentes para buscar maneiras de desgastar, diminuir e, se possível, anular a escolha legítima da população.
É a soma de empáfia com a alienação. Os eleitos para representar a população ignoram os anseios de quem os elegeu. E os designados para funções públicas, sem um voto sequer, julgam ser os tutores da vontade popular.
Reúnem-se em jantares secretos, fazem reuniões com personagens de índole questionável, e decidem sobre coisas exatamente ao contrário do que pede a sociedade.
A sociedade quer o fim do foro privilegiado? A Câmara não vota. Quer voto auditável? Não aprovam e ainda debocham. Luta por punição aos corruptos? O STF solta corruptos e bandidos de alta periculosidade, e prende gente inocente.
Como costumo dizer, o Estado é uma mera abstração. Só existe porque as pessoas abrem mão de parte da sua autonomia em favor de um ente que promete regular os conflitos e trazer equilíbrio às relações sociais entre si e com o próprio Estado.
Quando essa confiança se quebra, ocorre um processo de anomia social, onde as leis já não valem nada e o vale tudo está liberado. É o fim do Estado! Infelizmente, é isso que temos visto acontecer!
Pessoas que fazem parte da estrutura estatal estão abusando da confiança que o povo lhes deu. Atentam todos os dias contra a existência do Estado ao usar a sua mão pesada de maneira despótica contra o seu próprio povo.
E depois se perguntam porque a população anda tão revoltada com políticos, Ministros do STF, e outros atores institucionais que parecem ter esquecido que estão ali para servir a sociedade, e não para servir-se dela.
Não respeitam as regras do jogo democrático, mas usam espertamente a “defesa da democracia” como motivo para calar quem aponta suas incoerências. É uma democracia sem povo!
Não se trata de defender Governo A ou B, mas sim de mostrar que o bem maior de uma democracia é que deve ser preservado: a liberdade. Liberdade, inclusive, para chamar um Presidente de genocida e não ser perseguido ilegalmente por isso.
É por isso que, de tempos em tempos, o povo tem que se levantar e mostrar quem manda! A maioria da população que trabalha de sol a sol, e paga a conta do inchaço estatal, cansou de ser tratada como idiota.
Cansou de assistir quem nunca pregou um prego numa barra de sabão ter mais voz, direitos e opiniões respeitadas do que ele. Cansou de ser ridicularizado e rotulado das piores ofensas, só porque defende os valores e princípios que sustentaram a existência da nossa civilização até hoje.
Chega de tanto abuso institucional, ilegal e imoral. Chega de sermos os cordeirinhos mudos que não podem abrir a boca pois será censurado, perseguido ou preso por gente indigna. Chega de bloquear as pautas de interesse popular em favor de uma “estabilidade” que só serve a eles!
Rotular esse sentimento de antidemocrático é apenas uma tentativa desesperada dos que desejam amordaçar a sociedade, em favor de uma oligarquia que não a representa. E mostra o quanto estão alienados do sentimento do povo brasileiro.
É com esse sentimento que o Brasil irá às ruas no dia 7 de setembro. Para reafirmar seu apreço pela liberdade e democracia, mas também para dizer claramente que para tudo há um limite!
“Lutem, e lutem novamente. Até cordeiros virarem leões!”
Ismael Almeida, para Vida Destra, 25/08/2021.
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