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Racismo a varejo

O Magazine Luiza criou o “Trainee do Brasil 100% voltado para negros”. O programa da empresa é perfeito para explicar o objetivo do racismo implantado no Brasil pela esquerda e como derrotá-lo.

Não perca tempo debatendo com comunista se cotas raciais são justas ou não. Conforme afirmei em meu artigo ‘Cotas raciais: o que é o movimento mestiço e por que movimentos negros da esquerda o combatem’, publicado no Vida Destra,

“o objetivo das cotas raciais é unificar pretos e pardos dentro de uma categoria denominada ‘negro’ a fim de colocar estes ‘negros’ a serviço da luta de classes.”

O comunista está pouco preocupado se os pretos estão bem ou não, o que ele quer é poder. Ele vai dizer o que for útil para isto e se contradizer se precisar.

Conforme também afirmei no mesmo artigo,

“As cotas raciais para o PT, PCdoB não visam a reparação histórica, enfrentamento do racismo, nem se limitarão às instituições de ensino, mas sim visam a estimular o orgulho racial, a fragmentação em raças e a um projeto de divisão racial do Estado, inclusive no processo de eleição e de ocupação de cargos.”

O grande erro da direita brasileira tem sido não observar e defender o que escancara o racismo da esquerda, desmonta sua estratégia e que é seu alvo: o mestiço como uma identidade própria e distinta dos “negros”.

O “Trainee do Brasil 100% voltado para negros” segue perfeitamente a cartilha petista:

“Queremos alcançar a verdadeira equidade através da riqueza que existe na diversidade.”

Mestiçagem homogeneíza, transforma grupos em conflitos em um só. No dizer de Gilberto Freyre,

“A mestiçagem unifica os homens separados pelos mitos raciais. A mestiçagem reúne sociedades divididas pelas místicas raciais e grupos inimigos. A mestiçagem reorganiza nações comprometidas em sua unidade e em seus destinos democráticos pelas superstições raciais.”

Combater mestiçagem é o núcleo de todo racismo.

Destaque-se: mestiçagem não como sinônimo de miscigenação; não só mistura genealógica, mas homogeneização de identidades, etnificação. O comunismo não quer mestiçagem, quer conflito, quer pessoas com diferenças reais ou inventadas se enfrentando, se odiando.

Quando os negristas do Magazine Luiza classificam pardos, ou seja, mestiços, como negros, eles querem exatamente evitar que aqueles existam como uma identidade não negra e também não branca, como se observa no seu questionário:

“Meu avô é negro mas eu sou branco. Eu posso participar?

“No Brasil, quanto mais pigmentada for a pele de uma pessoa, mais barreiras ela encontra na sociedade, ou seja, mais racismo ela sofre. Por isso, o programa é focado em pessoas autodeclaradas pretas ou pardas, uma vez que esse grupo, historicamente minorizado na sociedade, sempre teve menos acesso que outros.”

Observe: esse grupo, um grupo.

É óbvio que se alguém descende de “negro” e tem aparência branca é mestiço e, portanto, pardo na classificação dos censos nacionais, para os quais pardo é mestiço, não importando a aparência. A pergunta, porém, foi escrita para dizer nas entrelinhas que o mestiço que não “vira” “negro” “vira” branco.

A direita tem que tratar isto como isto é: racismo. É a crença de que haveria uma superioridade essencial numa identidade de raça sobre os mestiços, os “que não têm raça”.

Aqui faço uma pausa para lembrar aqueles direitistas que ficam fazendo coro com a esquerda contra pardos de aparência branca excluídos das cotas raciais. Estes direitistas, em vez de estarem combatendo as cotas, estão colaborando com os objetivos e o monopólio dos comunistas e negristas sobre os tribunais raciais e seu objetivo de apagamento dos mestiços.

Retornando, é preciso tratar como racista toda legislação que classifica pardo como negro e que cria obstáculos a mestiçagem espontânea. Não se deve tratar isto como um equívoco, pois não é. É de caso pensado. A linda palavra diversidade não significa para essa gente somente o que significa no dicionário nem apenas serve para lembrar os povos de nossos ancestrais que para o Brasil vieram e em sua maioria se mestiçaram; serve como capa para a antimestiçagem, para uma diversidade que não tolera o mestiço, por ser a passagem da diversidade para a homogeneidade e, como dissemos, um obstáculo a quem quer lucrar com divisões raciais.

Um exemplo disto: enquanto no Brasil desde a Constituição de 1988 foram criados sem empecilhos o Dia Nacional da Imigração Japonesa, o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, o Dia Nacional do Imigrante Italiano, o Dia Nacional da Imigração Judaica, o Dia Nacional da Comunidade Ucraniana, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, e, em 2018, o Dia Nacional da Imigração Chinesa, permanece engavetado o PL 5551/2016, que visa a criar o Dia Nacional do Povo Mestiço.

Com a palavra, o Magalu:

“Nossa empresa acredita na força de diversidade e na importância da pluralidade dentro da organização. Vivemos em um país em que a maior parte da população é negra (…).”

Não há nada de novo no Magalu repetir a mentira petista transformada em lei que carimba pardos como negros.

Nada de novo no Magalu defender imperialismo pan-africanista que se alimenta de nativos mestiços.

O que há de diferente no caso do Magazine Luiza é que mostra que o negrismo já está confiante na ocupação das instituições que deveriam combater racismo, o suficiente para se arriscar a publicamente criar um programa deste tipo.

E nisto há outro aspecto sinistro: o sistema de cotas não só seleciona pretos e pardos escuros, seleciona negristas – que se declaram “negros”, não mestiços. Negristas em sua maioria identificados com os movimentos de esquerda. Facilita a eles ocuparem cargos de influência, propiciando, como faz parte da mentalidade comunista, o fechamento de portas, inclusive fora de cotas, a pretos e pardos de direita.

A palavra de novo ao Magalu,

“Quantas pessoas negras/organizações participaram da construção do processo/programa?

“A Magalu acredita que, mais do que dar oportunidade, precisamos dar protagonismo à pessoas negras em programas como esse. É por isso que um grupo de colaboradores autodeclarados negros participaram da construção da estratégia do programa.”

O Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, que atualmente enfrenta no Amazonas a tentativa de movimentos negristas excluí-lo da “diversidade” do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, publicou uma Carta aberta para o Magazine Luiza condenando e desmascarando o programa.
Para evitar sistemática exclusão de eventos e conselhos, o movimento mestiço criou leis no Amazonas e em outros Estados que asseguram a representação mestiça se e onde houver representação de movimentos negros ou de outros grupos. Resultado: os negristas tentaram invalidar a legislação e, sem conseguir, preferem estacionar à permitir que a agenda de divisão racial do PT, PCdoB e, agora, do Magalu fracasse.

 

Leão Alves, para Vida Destra, 23/9/2020
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2 COMMENTS

  1. Parabéns, Leão. Em nome do combate ao racismo, esse sentimento e prática abomináveis, a esquerda o promove para justificar o conceito da “luta de classes” que somente existe como tal e não como o suposto fenômeno inventado por Marx.

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Ex-presidente e atual secretário geral do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro (Nação Mestiça), médico formado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).