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Série Atletas Olímpicos Brasileiros 3: Adhemar Ferreira da Silva

Por Lucas Barboza                                                                              @BarbozaLucaas

 

Adhemar Ferreira da Silva nasceu em São Paulo no dia 29 de novembro de 1927, foi o primeiro atleta brasileiro bicampeão olímpico, o primeiro sul-americano bicampeão em eventos individuais, recordista mundial do salto triplo cinco vezes e o primeiro a ultrapassar a marca de 16m no salto triplo.

Em Helsinque, em 1952, conquistou a medalha de ouro no salto triplo, batendo o recorde mundial, e em Melbourne, em 1956, conquistou novamente o ouro. Nos jogos Pan-Americanos de 1951, em Buenos Aires, de 1955 na Cidade do México e de 1959 em Chicago, foi também coroado com o ouro, superando pela segunda vez, em 1955, o recorde mundial.

Foi pela sonoridade de uma palavra que Adhemar se tornou uma lenda do atletismo mundial. Em 1947, conversando com José Márcio Cato, integrante da equipe de atletismo do São Paulo, ele gostou da palavra atleta e começou a praticar o atletismo defendendo as cores do São Paulo Futebol Clube.

“Achei a palavra atleta bonita e decidi que queria ser um” – disse Adhemar.

Aos dezoito anos, após receber uma instrução básica, ele saltou 12,9m, impressionando Dietrich Gerner, então técnico do clube. Sua primeira competição oficial foi o Troféu Brasil de 1947, com a marca de 13,05m. Em 1950, igualou o recorde mundial de Naoto Tajima, de 16m, que estava em vigor desde 1936. Em 1951, no Rio de Janeiro, superou em 1 centímetro o recorde, batendo assim 16,01m, tornando assim o primeiro atleta da modalidade a ultrapassar 16m.

Nos jogos de Londres, Adhemar ficou apenas em 11° lugar, mas em Helsinque, em 1952, bateu o recorde mundial do salto triplo quatro vezes na mesma tarde, saltando 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m. Para agradecer os aplausos correu 400m da pista atlética, criando assim a famosa “volta olímpica”. Antes da prova, ele pediu à cozinheira finlandesa que conhecera, um prato especial para sua volta: bife com salada. Ao voltar, Adhemar encontrou o prato e um bolo com a inscrição “16,22”.

Em Melbourne, em 1956, dias antes da prova Adhemar teve uma dor de dente intensa que poderia atrapalhar seu desempenho na prova, mas uma providencial ida ao dentista para uma punção resolveu o problema. Após um duelo com o islandês Vilhjálmur Einarsson, ele se consagrou bicampeão olímpico, com a marca de 16,35m. Esse feito só foi igualado 48 anos depois com os iatistas Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira e com os jogadores de voleibol Giovanni e Mauricio, todos em Atenas, em 2004.

Com problemas de saúde, Adhemar não conseguiu passar das eliminatórias para os jogos de Roma em 1960, saltando apenas 15,07m. Os saltos de Adhemar inauguraram a mítica tradição do Brasil nas provas de salto triplo, após ele surgiram nomes com Nelson Prudêncio, João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, e Jardel Gregório.

Em 1993, recebeu o titulo de Herói de Helsinque, junto com Emil Zatopek, e em 2000 o Comitê Olímpico Brasileiro o agraciou com o Mérito Olímpico. Em 2012, mesmo que postumamente, foi imortalizado no Hall da Fama do atletismo, sendo o único Brasileiro no salão da Federação Internacional de Atletismo.

 

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