A PANDEMIA COVID 19 instaurou-se no mundo a partir de janeiro de 2020, matando mais de 1,8 milhões de pessoas no mundo. Um vírus novo e tão mortal quanto sua bisavó, a Influenza, na década de 20 do século XX.
As duas pandemias tiveram conotações parecidas de histeria e terror na incerteza dos governos sobre o “como proteger seus cidadãos?”. O século XXI trouxe à tona uma onda nova de divergências ideológicas, calcadas nas diferentes visões de mundo entre gerações e na velocidade e acessibilidade das redes sociais.
As pessoas passaram a ter acesso a trilhões de bites de informação, passaram a se importar mais com saúde, buscando informações sobre tudo, até sobre política, depois de anos dormentes e acomodados com a situação em que viviam em relação aos seus representantes nos Três Poderes da República.
Então, a ONU em 2020, por meio a Organização Mundial de Saúde pautou a maior parte dos governos do mundo sobre como combater o vírus, isolando as pessoas e matando as economias dos países.
A implementação de uma normatização global de comportamento padrão, chamada por alguns de movimento “globalista” trouxe em si uma contraposição de entre posicionamentos ideológicos liberais e conservadores. A agenda do globalismo é representada pela agenda 2030 da ONU que orienta para uma série de iniciativas que tendem a tornar o mundo melhor.
O COVID 19, estranhamente, leva à implementação de um grande “reset”, onde o mundo só se torna melhor com a implosão do atual sistema capitalista dominante, por um sistema híbrido onde a economia é aberta (a poucos trilionários – chamados de metacapitalistas) e fechada (comum a todos) onde o povo tem a liberdade de fazer o que quiser, desde que cumpra todas a ordens emitidas, fique em casa, use mordaça (máscara) e receba apenas o necessário para sobreviver (ajuda financeira governamental), deixando a política para os que entendem de como extorquir, ganhar sem trabalhar e obter o máximo de benefícios próprios.
Uma audaz tentativa de centralizar cada vez mais poder e recursos financeiros, sob uma bandeira alegre de respeito cultural, ao meio ambiente e distribuição de renda. George Orwell teria inveja de como conseguiram ir além do controle total do estado pelo “Big Brother” por ele descrito no livro 1984.
A pós-verdade se encaixa neste contexto ao se posicionar no centro dos esforços para a conquista de corações e mentes. Cada grupo social pode ser identificado, em especial, pelo conjunto de crenças que os une em ideal. As redes sociais com seus algoritmos e cientistas de dados lucram e aumentam diariamente suas vendas com isso. Para testar, comente sobre “comprar tênis” próximo ao seu celular e depois de algumas horas, veja se não chegará uma tsunami de propagandas sobre o assunto.
Há grupos que consideram o “terraplanismo[1]” como ciência e outros tantos que afirmam que há estudos comprovados de que a “ideologia de gênero[2]” é ciência, também. Há outros grupos sociais que discordam de um e de outro e há grupos que discordam dos dois gêneros.
Da mesma forma, há grupos que defendem o tratamento precoce com hidroxicloroquina, recentemente dita “eficaz” pela Associação Americana de Medicina, e outros que defendem que não se deve tratar, pois pode haver efeitos adversos. Estes mesmos que odeiam a cloroquina são os que defendem a vacinação em massa da população, de forma obrigatória, de uma vacina desenvolvida em 10 meses, com uma eficácia menor que 50%, menor que a probabilidade de um “cara ou coroa”.
O que se observa é o desmoronamento do termo “verdade” como ele deveria ser. A vigarice é aplaudida como honestidade e os honestos se escondem como ladrões.
Ainda sobre a discussão acerca da obrigatoriedade da vacina contra o COVID 19, alguns parlamentares brasileiros já protocolaram, a toque de caixa, projetos de Lei para criminalizar a simples “vontade” de não se vacinar, sob a justificativa de que “se vacinar é uma questão de amor ao próximo” e com base no art 131 do Código Penal onde, pasme, um cidadão comum será enquadrado como “ameaça à Nação”, por ameaçar as pessoas que não estão contaminadas.
Pare e pense um minuto!
Como o cidadão pode ser ameaça se não sabe se está contaminado? Partindo do princípio que todos estão contaminados? E partindo deste princípio não seria lógico que uma pessoa vacinada não correria perigo algum? E partindo do mesmo princípio não seria lógico que quem não se vacinou assumiu um risco de morte, de SUA própria vida e não de outrem? Então, não seria a criminalização do suicídio? Deixo para que cada um responda aos questionamentos e chegue à sua própria conclusão acerca dos temas “criminalização da vontade” e “obrigatoriedade de vacinação”.
Continuando, há uma proliferação de doutores de twitter e mestres de um slide de Power Point demonstrando conhecimentos de 1 nano milímetro sobre assuntos vastos como saúde, defesa, economia e política. Não há pessoas que se julguem incapazes de opinar sobre qualquer tema, todos querem saber e opinar, mesmo sem conhecimento.
Vivemos então na era da pós-verdade[3] cujo conceito é o de que não importam os fatos, importa apenas se os fatos são aderentes às minhas convicções e crenças em quaisquer áreas. A pós verdade é confirmada sempre que escutamos algo que seja conveniente para certificar que estamos corretos e que os demais estão errados.
Nessa era, a política e suas narrativas estão totalmente desconexas com a realidade vivida pelo homem comum, a proposição de Leis está afastada do real pensamento da comunidade e os julgamentos levam mais em conta “quem” cometeu o crime do que o próprio “crime” em si.
Assim, a politização do combate ao COVID 19 nada mais é do que o emprego dos conceitos de pós verdade para subjugar as vontades. Não há dúvidas de que a guerra da narrativa já fez mais vítimas do que o próprio vírus.
Os ataques do “fique em casa”, “use máscara”, “pare de aglomerar na igreja” são mais danosos do que as “não” contaminações de moradores de rua, aglomerações de baile funk e fila de banco.
Sem dúvida são tempos sombrios em que uma cortina de fumaça encobre a realidade. Manter-se informado é a única defesa!
Clynson, para Vida Destra, 08/01/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Augusto @LuizJacoby
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REFERÊNCIAS
Holanda, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26 ed – São Paulo; Companhia das Letras, 1995.
Bettelheim, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas – São Paulo; Paz na Terra, 1999.
Orwell, George. 1984 – Londres; Secker and Warburg, 1949.
Coutinho, Sérgio. A revolução gramscista no ocidente: a concepção revolucionária de Antônio Gramsci em Os Cadernos do Cárcere/ Sérgio Augusto Avellar. Rio de Janeiro; Bibliex, 2012.
Descartes, René. Discurso do Método. Paris, 1637.
Adler, Alexandre. O Novo Relatório da Cia. Como será o mundo em 2025 – Editora Bizâncio, 2015
Goleman, Daniel . Inteligência emocional: tradução Marcos Santarrita – Rio de Janeiro; Objetiva, 2011.
Dugin, Alexandr. A Quarta Teoria Política – Moscow, 2009.
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¹ Terraplanismo: O modelo da Terra plana é uma concepção arcaica do formato da Terra como um plano ou disco.
² Ideologia de gênero: é uma expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais. Para os defensores desta “ideologia”, não existe apenas o gênero masculino e feminino, mas um espectro que pode ser muito mais amplo do que a identificação somente com masculino e feminino.
³ Pós-verdade é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os apelos às emoções e às crenças pessoais.
- Karol Com 99,3%K - 5 de março de 2021
- Amazônia em Chagas - 19 de fevereiro de 2021
- Imunização Já! - 12 de fevereiro de 2021
Excelente! Realmente estamos vivendo tempos sombrios, mas sempre há uma verdade por trás dos acontecimentos.
Excelente art. de @ClysonOliveira s/a pós-verdade e o COVID-19. Só a título de caracterizar os grupos, q trazem o problema de gênero, temos a obra de arte “A vulva gigante” caracterizada como Land Art, a qual não é por modificar o ambiente.Só na cabeça de uma idiota. Aliás vacinasxremédios a quem interessa indústria farmacêutica?