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A Origem do Conservadorismo Brasileiro – Parte II (Final)

Prezados leitores:

Trazemos até vocês mais um excelente artigo do nosso parceiro de conteúdo, o site Ser Conservador. Apreciem a segunda parte deste rico estudo histórico, escrito pelo Lucas Valandro de Carvalho. Caso tenham perdido a primeira parte, ela pode ser facilmente acessada através do link abaixo:

Parte I 

 

A Origem do Conservadorismo Brasileiro

Parte 2 (Final): Idade Antiga Tardia e a criação do Estado Lusitano

 

Por Lucas Valandro de Carvalho                                                                                      @LcCarvalho_99

 

Caros leitores, esta será a coluna final abordando o fim da Idade Antiga Tardia, sobre a fixação do Reino dos Godos, a partir do século V, que percorria o sul da França até o fim da extensão sul da Península Ibérica. Este artigo vai tratar um pouco da relação entre os Godos e os povos já existentes na região, porém, apenas os Suevos tiveram uma real proximidade e mesmo com conflitos entre eles, tiveram o compartilhamento de suas culturas. Todavia, após a queda do Império Romano, e com a Igreja Católica concluindo a sua estrutura e a catequização da maioria dos povos germânicos, estes povos saiam de suas terras de origem para, ou saquear outras nações, ou apenas para anexar um território e assim conduzir a vida de seu reino.

Iniciada a introdução, esta coluna abordara inicialmente a convivência entre os Godos e os Suevos. Quem eram os Suevos?

Os Suevos foram um dos primeiros povos que migraram durante o período das invasões bárbaras contra o Império Romano, e que anexaram e se fixaram na Região da Lusitânia, e fundaram sede onde é a atual cidade do Porto (Portugal), no ano de 409 d.C. Segundo Dan Stanislawski, “o modo de vida dos portugueses da região nortenha foi herdado dos suevos, principalmente por predominarem as pequenas propriedades rurais contrariamente à região sul de Portugal onde predomina o grande latifúndio. Aos Suevos também se atribui a introdução do arado quadrado na Península

Os Suevos eram uma tribo germânica originaria da região norte da Alemanha, que por consequência das invasões feitas pelos Hunos, tiveram que migrar e invadir os povos locais dos Galaicos. No ano de 438, o Rei Suevo, Hermerico, cansado dos excessos de batalhas, ratificou a paz com os Galaicos, e se fixaram em definitivo antes do fim de seu reinado. Ele também aproveitou o momento, abdicou do trono do reino e nomeou como sucessor seu filho Réquila I, que ao contrário do seu antecessor, foi extremamente agressivo com a Igreja Católica, e criou conflitos desnecessários; o seu reinado é considerado por muitos historiadores das migrações barbaras pela Europa, um dos mais violentos deste período. Adendo: Os Suevos eram um povo ligado às tradições católicas, principalmente o filho de Réqula I e seu sucessor, Rei Requiario, que de certo modo impôs os dogmas e sacramentos para que o seu povo seguisse; da mesma forma que os Visigodos, que ocuparam a região sul da Península Ibérica.

As cidades consideradas as sedes do Reino Suevo, eram a atual cidade de Braga e o condado de Portucale, atual Porto, que alguns séculos depois, se emancipariam do Reino da Galícia e se tornariam o Reino de Portugal, no ano de 1091, que tem como referencia histórica, o período das grandes Cruzadas dos reinos europeus para Jerusalém.

Também um fato interessante abordado no livro Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas, que explica o reinado de Teodemiro, onde ele apresenta a relação de 134 paróquias e 13 dioceses e indica a existência de uma diocese étnica, para os cristãos de origem bretã, cristãos da Grã Bretanha que fugiram das invasões dos Anglo-Saxões. O Paroquial refere ainda à existência de vários “pagus”, que seriam paróquias de cristãos arianos, constituídas por suevos que não aceitaram a conversão ao catolicismo, algo bastante comum na Europa antes da queda real do Império Romano do Oriente.

Pois bem, estes dois povos, os Visigodos e Suevos, foram os protagonistas na formação primária do Estado de Portugal, durante o período da Idade Antiga Tardia. Veremos nos próximos artigos as invasões dos Mouros a toda Península Ibérica e também a influencia islâmica forte que ainda está presente nos dias atuais em toda a região sul de Portugal e da Espanha. As guerras de reconquistas da Península Ibérica, que o Rei Francês, Carlos Magno executou com maestria para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica e dos reinos Espanhóis e do Condado de Portucale, que fez uma verdadeira Cruzada nesta região da Europa, mostrou a força dos cristãos nas reconquistas das terras perdidas contra os califados islâmicos.

Portanto, a primeira parte deste estudo tratou de forma resumida dos eventos históricos que formaram o povo português, com muitas influencias externas, devido aos constantes movimentos de migração, ocasionados primeiramente pelos Visigodos, como efeito da invasão de Roma por Alarico I, ex-general Romano, inclusive; um excelente livro que pode explicar com detalhes sobre este período que definiu a formação de diversos Estados por toda Europa, foi escrito por Michael Kulikowski, Guerras Góticas de Roma. Vale muito a pena comprá-lo, possui um conhecimento valoroso para quem gosta de estudar a história antiga.

Enfim, este artigo é curta, digamos uma continuação da primeiro, onde foi abordado com mais detalhes este período; porém, pretendo escrever de forma mais detalhada e com mais informação, e em breve estará disponível no Ser Conservador. Então até estarem cem por cento completas, os próximos artigos sobre o período da baixa Idade Média que envolve a criação e independência de Portugal, a formação cultural, filosófica, militar e econômica do Reino Português, demorará um mais para ser escrito, porque exigem muita pesquisa e fontes aproximadas da fonte primária destes eventos históricos, relatos de civis, padres e também das autoridades que regiram o nascimento do Reino de Portugal.

Como um historiador em formação (estamos sempre estudando, adquirindo mais conhecimento para assim transmitir aos leitores, estudantes e também curiosos sobre fatos históricos), é necessário passar os fatos como eles foram, sem imputar narrativas da atualidade para o que aconteceu naquele período, e devo-me ater ao que está descrito e como as coisas funcionavam, pois é algo errado para um historiador misturar as coisas. Um exemplo simples, é a teoria de luta de classes, nesta época ninguém pensava assim ou tinha noção sobre estas divisões sociais, era cada um por si, então, não existia na mentalidade daquele povo, a luta por direitos e deveres dos governantes, ou os governantes tinham que fazer a vontade do povo, senão os mesmo caiam. Se não fosse por conspiração dos políticos, ou como era comum nas tribos germânicas, de civis que matavam o Rei da tribo e assim um novo líder surgia. A Série Barbares, mostra com detalhes nos primeiros episódios esta forma de mudança de dinastias no comando das tribos germânicas, diferente da forma que era por exemplo com Roma, onde após a conquista dos Gauleses, Júlio Cesar, foi assassinado pelo seu filho adotivo e o Senador Caio Cássio, nas escadarias do Senado Romano. Então são apenas um dos exemplos citados, não se pode brincar com a história e com seus documentos encontrados, que uma hora ou outra, são produzidos artigos acadêmicos, livros, que viram inspirações artísticas, como artes cênicas (cinema) e teatrais.

Conclui-se que a origem dos portugueses atuais, e que boa parte dos brasileiros tem em sua genética, tem uma ligação distante com os povos desta região, como os lusitanos e hispânicos, antes da invasão Romana, carregado com a bagagem da troca de costumes, comércio e crenças; e ante a invasão dos povos germânicos, fugidos das invasões brutais dos Hunos, comandados por Atila. Todavia, todo descendente de português carrega em seus genes, traços destes povos que habitaram esta região. E para aumentar a curiosidade, mas que será abordado em outros artigos,  há as migrações dos judeus para a Península e muitos outros detalhes deste período, inclusive desmistificar as razões que levaram a conflitos entre cristãos e judeus (algo que vai ser abordado num futuro próximo), que influenciou muito nos séculos após a formação do Reino Português,  por exemplo, na Era Ultramarina.

Desde já agradeço por lerem os artigos, o foco é levar conhecimento ao público. O que não é ensinado no colégio, e que sim, poderia ser ensinado, pois são coisas que levaram a formação do nosso país, por vários eventos distintos. E a produção de conhecimentos do passado que ainda resulta em influência no presente, deveriam sim ser transmitidos aos estudantes, para que saibam a formação e história do nosso país e do povo que colonizou nossas terras, que há 199 anos se tornaram independentes de Portugal. A melhor maneira de mudar os erros do presente é mapeando as ações do passado, tanto as que funcionaram, como as que não deram certo,  e que devem servir como alerta, de que não se deve agir daquela forma.

 

 

Ser Conservador para o Vida Destra, 26/04/2021.                                                  Visitem o nosso site: serconservador.com.br                                                           Sigam-nos no Twitter: @conservador_ser

 

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