A arte é uma das atividades que mais encantam os seres humanos de todos os lugares, desde há muitos séculos. É uma necessidade íntima que se reverte em ações, por meio da música, da literatura, da dança, da pintura, da escultura, do teatro e de tantas outras mais. É um pouco difícil encontrar quem não aprecie algum tipo de arte, mas é bem comum achar quem goste de vários. Há, ainda, os mais apaixonados, que acreditam que a arte humaniza, melhora, eleva as pessoas. Confesso que sou uma dessas.
Quando tive o prazer de participar do podcast do Vida Destra sobre arte e degradação da cultura, veio em mim uma vontade também de escrever sobre esse assunto, pois ficou claro para todos os meus amigos naquele bate-papo que, infelizmente (não sei a intenção real por trás), alguns grupos distribuídos pelo mundo afora estão tentando desvirtuar o encanto promovido pelas artes e para isso utilizam-se da degradação, do escatológico, do grotesco, enfim, tudo que imprima o feio e o repugnante naquilo que antes tinha o papel de fascinar.
No Brasil, as coisas para esse lado também não andam bem. Grupos de medíocres, aproveitando-se dessa onda insensata, apoderaram-se desse setor e se infiltraram, principalmente, nos órgãos governamentais para tirarem o máximo de proveito, em situações absurdas e inadmissíveis. O que importa para esses aproveitadores não é um trabalho bom e de qualidade, mas, sim, o dinheiro e a fama fáceis, a eles nunca merecidos.
Vejo atualmente críticas aos novos gestores da Secretaria Especial da Cultura, que está subordinada ao Ministério da Cidadania. Sempre críticas políticas, fundamentadas no famigerado “politicamente correto” ou em outras estupidezes mais. Esse tipo de comportamento, no mundo prático e real, de pouca coisa vale, pois o que o povo brasileiro espera, em relação à nossa arte e à nossa cultura, é que elas sejam resgatadas do submundo da banalidade em que foram enterradas nessas últimas décadas.
Em meio a tantas notícias fabricadas para destruir este governo a qualquer custo, procurei em fontes confiáveis e encontrei algumas boas novas, como por exemplo o investimento de R$ 10 milhões anunciado pelo secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, para projetos musicais. Não preciso nem perguntar por que uma nota dessas não é digna de comemoração por alguns “artistas” por aí. Agora, aqueles que querem realmente trabalhar e apresentar bons projetos devem estar exultantes de alegria. Peças musicais apresentadas a um público totalmente carente nesse aspecto, como somos nós, devem chocar, mas chocar de tanto deslumbramento.
Outro fato que me chamou a atenção foi a recuperação de mais de R$ 2 milhões para os cofres públicos, fruto de apuração interna da Secretaria Especial de Cultura de inconsistência na execução de um contrato. Isso nos leva a mais uma triste constatação sobre o que vinha sendo feito com o dinheiro do contribuinte. Em todas as áreas, o que se comprovam são desperdícios, ilícitos, total descontrole e irresponsabilidade. Realmente é impossível obter-se algum resultado, mínimo que seja, se a administração dos recursos não é feita de forma razoável.
A minha certeza é de que, de agora para frente, ainda veremos bons resultados nesses campos, arte e cultura, que a muitos são tão preciosos. É um longo caminho para o Brasil trilhar, mas já o iniciamos e apenas temos que não nos deixar influenciar por aqueles que querem destruir essa dádiva a todos ofertada e, ainda, não podemos perder a trilha da virtude, qualidade esta inerente à verdadeira arte.
Romana de Castro, de Brasília para o Vida Destra, 17/12/2019.
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