Vamos falar do mal do século?
Por definição, o narcisismo é o amor pela própria imagem. Portanto, uma pessoa narcisista se utiliza dos seus meios mais eficazes e menos simpáticos para se colocar em patamares inacreditáveis, até mesmo ilusórios. Conhecida a característica no âmbito individual, falemos agora da esfera coletiva, quando essas atitudes se pluralizam e tangem um grupo.
No Brasil do século XXI, especialmente na década vigente, o “modus operandi” dos grupos ideológicos de esquerda se articulam justamente através de namoros às suas ideias, da paixão às suas imposições e do afeto aos seus mecanismos. Em virtude disso, entretanto, criou-se um círculo vicioso cuja formatação está pautada tão somente em um lado da história: o lado deles. Nesse contexto, as propagações e indagações dessas fórmulas – unanimamente indissolúveis – acusam de excludência, mas expurgam o contraditório; acusam de apropriação, mas tornam-se alheios às suas origens as minorias que os cercam; exclamam por equidade, porém, arrogantes e autoritários, explicitam um complexo de superioridade.
Conforme já alinhado na proposta do sub-título, considero o Sr. Narciso um avassalador e poderoso mal do século. O apelidei assim, mas seu nome está patrocinado nas revistas, nos jornais, nas camisetas, peitos e testas, aquele nome falso, amador, sem registro em cartório, inventado, sobreposto, deturpado, consumado: esquerda é o seu nome. Aliás, errei e retifico: não posso chamá-lo de senhor, essa alcunha não lhe cabe, essa condição não lhe vangloria nem lhe satisfaz. Corrijo-me: é Dr. Narciso, formado na arte de se sobrepor por si mesmo, na academia das utopias absurdas, no exercício das manifestações escusas.
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