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Caixa-Preta da Política – 1ª Parte A busca

Trago aqui, a versão da thread que postei no Twitter.

O objetivo é traçar um panorama de como chegamos ao atual estado de coisas. E alertar do risco que corremos: enquanto muitos ficam discutindo nomeação no STF ou sobre IRONIA do Presidente, muito se faz nas sombras da política.

Este é um artigo em duas partes. Aqui é a evolução histórica – a busca da caixa-preta da política. A segunda vai “abrir” a caixa-preta: analisar sua origem e como funciona.

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Quando o Presidente da República precisar se justificar por fazer seu trabalho, é sinal que algo muito grave está acontecendo. Culpam a bússola por apontar para o Norte. É hora de parar, para entender o quadro.

A primeira vista temos duas situações antagônicas: de um lado, Maia e Alcolumbre, tentam tratorar a Constituição e o Regimento Interno para se reelegerem.

De outro, manobram claramente para retirar o estatuto da reeleição de postos do Executivo e, é claro, atingir o Presidente Bolsonaro.

Casuísmo! Bradam alguns. Mas a situação é muito mais complexa do que um mero casuísmo…

Para este intento, contam com uma ajudinha da esquerda, especialmente de FHC, o mesmo que moveu céus e terras para se reeleger, e que agora diz (sem ficar corado) que “errou”…

Sua excitação em “ajudar” o país continua firme, como fez na Constituinte, em que comandou o texto do Art. 142 – calando as Forças Armadas – e dando poderes ao PR para acioná-las.

Hoje, ele inverte aquilo que disse (mas é desmentido pelos registros). Sim! Só o PR pode aplicar o Art. 142.

Alguns irão apelar, ainda que corretamente, ao ativismo judicial: a esquerda, sem ganhar as eleições, governa com uma “ajudinha” de outro Poder.

E tal Poder não se acanha.

Falam abertamente sobre o alcance do Ativismo Judicial:

“Em diferentes partes do mundo, supremas cortes destacaram-se como protagonistas de decisões envolvendo questões de largo alcance político, [políticas públicas] ou escolhas morais em temas controvertidos na sociedade.

A ideia de ativismo judicial está associada a uma participação mais ampla e intensa do Judiciário na concretização dos valores e fins constitucionais, com maior interferência no espaço de atuação dos outros dois Poderes. A postura ativista se manifesta por:

(i) aplicação direta a situações não contempladas e independente de manifestação; (ii) declaração de inconstitucionalidade de atos do legislador, com critérios menos rígidos; (iii) imposição de condutas ou abstenções ao Poder Público (políticas públicas)”

E isso, em 2008!

Atualmente vemos outros demonstrarem que a ideia está a pleno vapor (Veja o vídeo do tweet).

Mas, toda essa mudança de paradigma, de padrões de conduta, aconteceram do dia para a noite? Não. Isto vem acontecendo há décadas, dia a dia, debaixo de nossas barbas, na maior obra de reengenharia social da História. E não só no Brasil. Vamos retroceder mais um pouco, à época da Revolução Sexual dos anos 1960.

As feministas ganharam espaço. Em 1967, durante debate na TV, a então Dep. Conceição da Costa Neves não permitia que o Coronel Fontenelle, da reserva da Aeronáutica, respondesse suas agressivas investidas.

Ele veio a falecer diante das câmeras, ao vivo.

Daí pra frente tudo mudou. A grade da programação tinha: TV Mulher, Malu Mulher, Xênia, etc. Falavam da violência contra a mulher: os condenáveis crimes passionais. Claro que somos contra isto, mas a fresta aberta contra a injustiça foi arrombada com força.

E a Janela de Overton se moveu.

Foi quando, em 1977, o divórcio foi instituído oficialmente, no Brasil. Sim, em pleno Regime Militar, salvo melhor juízo, defensor da família. Não vamos nos ater à necessidade ou não do instituto. Quero chamar a atenção para um momento em que a sociedade começou a ser acossada.

“Esqueça a Igreja! Chega de falar de pecado! Viva sua vida sem trauma”, enquanto começavam a chamar bandidos de “vítimas da sociedade” – numa maligna manobra de inversão de situações: viver como se não houvesse o amanhã, mas sentir-se culpado devido à “desigualdade social”.

Até chegarem ao golpe decisivo: O que interessava, naquela altura, é que todos tinham de ter uma OPINIÃO. Não importava qual.

Se filmavam um parquinho infantil, chegavam a  perguntar a uma criança o que ela achava: “Eu gostei”, dizia com a boca cheia de sorvete. E nós achávamos bonitinho…

Percebeu que o FOCO mudou?

Indiretamente era como se dissessem: “Chega de FATOS! Esqueça a CIÊNCIA! O que importa é como você se SENTE.” Chegaram a criar um programa de TV chamado “OPINIÃO”. E diziam: “Não confie em ninguém com mais de 30.” Escutei muito esta frase. Por quê?

Com mais de 30 a pessoa conseguia entender o que era o comunismo.

E isto não poderia acontecer. Então, chega de “socialismo científico”: foco no SENTIMENTO. Afinal, o sujeito tem direito de se “sentir bem”, mesmo diante de execuções, como o jogador Sócrates, adorador de Fidel.

Nem imaginávamos criar o Monstro que, hoje, quer nos engolir. Aqui começamos a notar posturas totalmente contraditórias.

Qual o motivo da mudança? Após a morte de Stalin, Kruschev o acusou de vários crimes. Os podres socialistas chegam aos livros e culminam no “Livro Negro do Comunismo”.

Então era preciso preparar uma rápida FUGA DA REALIDADE. A era das drogas ajudou, mas o endeusamento à OPINIÃO foi fundamental para alcançar esta meta e escamotear os crimes comunistas (assunto que tratarei em uma série especial de artigos).

Com o passar do tempo, chegaram ao jornalismo de opinião: de repente, âncoras de jornais da TV, precisavam OPINAR – coisa impensável, até então: “apenas REPORTAMOS o que acontece”. Foi assim que Cid Moreira e Sérgio Chapelin saíram do Jornal Nacional, em 1996.

Desde então surgem inúmeros disparates contraditórios, num crescente, até os dias de hoje. Quer ver?

Começando pelo PCdoB, partido que defende a DITADURA DO PROLETARIADO, dizendo que “a democracia é indispensável” – para seus planos, claro.

Ou a proposta comunista de destruição da família, admitindo incesto e pedofilia como norma, como expliquei nesta thread (abaixo).

Em 2010 encontramos outra pérola: diziam que CRÍTICA à imprensa NÃO ERA ATAQUE à liberdade de imprensa – exatamente o OPOSTO do que vemos hoje em dia!

Após a eleição de um Presidente conservador, eis que as opiniões, antes contra militares e corruptos “de direita”, muda de foco.

O povo desperta e começa a OPINAR CONTRA a esquerda. E isso, para eles, é inadmissível! 

Aceitam que se opine contra tudo, menos CONTRA A ESQUERDA!

Então chegamos ao extremo oposto daquela reengenharia: a OPINIÃO, antes endeusada – a ponto de ser, teoricamente, protegida pelo Art. 5º da CF88 – num passe de mágica, passa a ser perseguida pela PL2630, obra de Alessandro e Tabata Amaral, em companhia do sinistro Inquérito 4781/STF.

Mas, como é possível que a opinião, arma tão usada pela esquerda, hoje seja condenada pela mesma esquerda? Seria contradição? Loucura? A verdade nos leva a descobrir a aptidão camaleônica da esquerda, que defende a vida da “cumpanherada”, mas mata o feto indefeso.

A dúvida de como a esquerda se transmuta em seu contrário pôde ser encontrada, não na sua ideologia, como se pensa de imediato. A ideologia se apoiou num princípio, que foi bastante deturpado com o tempo.

E é sobre isso que falarei em meu próximo artigo. Qual é esse princípio?

Realpolitik.

Vou contar como este princípio tem destruído o mundo que conhecemos.

[continua…]

 

Angelo Lorenzo, para Vida Destra, 10/10/2020.
Vamos discutir o Tema. Sigam-me no Twitter @PlenaeVitae e no Parler @Plenaevitae

13 COMMENTS

    • Obrigado, Veiga! Na verdade, com o que estamos vivendo hoje, fui olhando para o passado. Triste foi descobrir que fomos manipulados sem saber. A ideia é evitar que isto se repita, conhecendo o comportamento esquerdista.

  1. Infelizmente só consegui entrar no artigo agora e divulgar por causa do pico de energia aqui.
    Mas mais uma vez, parabéns pelo trabalho em reunir informações, catalogar e transformar isso tudo em artigos de excelente qualidade.

    • Sou grato pela oportunidade, amigo Nunes! Louvado seja Deus!
      Deus abençoe sua iniciativa com o Vida Destra e, também, todos os passos de sua vida! Glória!

  2. Ângelo, que bom ler seu artigo. Isso nos ajuda refletir sobre os acontecimentos atuais, baseados em atitudes políticas perversas que invertem à mão na educação de crianças e, jovens! Muito obrigado ?!
    Já estou torcendo pelo próximo artigo?
    Abraço!

  3. No artigo inaugural de @plenavitae sobre a busca da caixa preta da política, vemos que, quando serve para eles, tá ok. A análise da evolução televisiva mostra um mito das cavernas. A esquerda pode ter opinião, a direita não.

  4. Ouso dizer que vc está cada dia melhor Angelo. Vc cresceu muito. Obrigada por ter paciência de pesquisar, organizar, e escrever tudo com tanto carinho pra nós, seus leitores. Deus continue lhe dando discernimento e conhecimento. ?

  5. Vivemos um golpe de estado de implementação gradual. Estamos como o sapo que começa a ser cozido em água fria e não pula da panela conforme a água vai esquentando.
    A democracia, hoje, é o regime que só vale o que a esquerda diz ser certo. Temos que reagir antes de sermos cozidos. Excelente Angelo.

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Engenheiro, católico atuante, conservador e estudioso do marxismo. "A verdade liberta".