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A PANDEMIA DA LIBERDADE

O exagero cegou o discernimento do mundo. O que diria Platão, milhares de anos depois de seu “mito da caverna”?

Nunca um vírus foi mais propício para quem minguava por sua absoluta falta de credibilidade. Agora, de lambuja, ainda conta com confinados vendo a “luz” através de sombras em suas paredes da caverna, pessoas que estavam se libertando do jugo do terrorismo psicológico. Mas, não bastasse isso, o confinamento reimputou a todos as correntes que o filósofo grego já havia percebido.

Os que se locupletam com um cenário aterrorizador não vão parar, ganham fortunas e poder, ainda que em prejuízo desumano da sociedade, traçam em linhas e imagens distorcidas um mundo apocalíptico lá fora, mas quem vai lá olhar? O forte poder do instinto de sobrevivência alimenta o medo, apesar da lógica necessidade de controlá-lo.

Todo o mal que estava inerte, fraco e descrente, agora, se une e oportuniza a chance em meio a uma calamidade, transformando algo que requer cautela em uma tragédia demagógica e alarmista. Como animais medíocres, vão testando suas mordidas até onde podem e, inacreditavelmente, avançam sem problemas.

Que país do mundo ocidental conseguiria a façanha de destruir o maior bem de primeira geração dos direitos fundamentais? Só uma ditadura chinesa! A pandemia era a resposta para uma economia à beira do colapso, que precisava de uma contenção de oferta – ainda que isso significasse violação de Direitos Humanos básicos. Isso ficou visível quando uma cidade de 11 milhões de habitantes foi absolutamente presa, bloqueada e jogada a própria sorte. Ela, a China, dentre muitos direitos que não respeita, realmente não tem qualquer compromisso com os Direitos Humanos. Essa é colosso que se fez a margem da lei, sem respeitar marcas, patentes, direitos trabalhistas, bilateralidade jurídica, limites ambientais e que não tem qualquer preocupação com seu próprio povo, destitui de si a importância de compreender o Valor da Liberdade e está impondo essa inconsciência ao Ocidente, pois os fatos que se seguiram, viabilizaram, com ou sem sua ajuda, toda a vilania mais repugnante do mundo.

Os Direitos Humanos, justamente criticados pela distorção dos seus pseudo-operadores, são a obra civilizatória que nos fez chegar até aqui, são a base para o que se chama de Democracia, são, principalmente, os direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à participação política e religiosa, à inviolabilidade de domicílio, à liberdade de reunião. Percebe-se que Liberdade é o Valor que se repete e é plenamente a base filosófica desses Direitos que fundam a Humanidade.

Contudo, ainda que baseados nesses critérios humanos de Liberdade e Democracia, cada vez mais países livres se comportam como totalitários sob o jugo do pânico, a sociedade está sobre o domínio absoluto da ausência do senso de liberdade, em meio a desordem que esse pânico causa, abrindo mão a troco de hipóteses.

No Brasil, está muito clara a ação dos Estados por seus governadores, da mídia “fiqueemcasa” de influência externa e de abutres de ocasião que se refestelam com o panorama ao qual não desejam nem de longe ter fim, assim seguem revelando seus temperamentos mais absolutistas: “­-No meu estado, quem manda sou eu”; “-Aqui é assim, o MP já tá sabendo, se sair pra rua vamos prender todo mundo”, “-Soube que vai ter uma carreata… joguem pedras nos carros deles”, as citações seriam infinitas, pois a produção de mentiras, loucuras, difamações, injúrias nesse momento de oportunismo é enorme.

Mas nada disso se propaga em vão, a mídia nunca sentiu tanto poder, acontece em meio a um paradoxo absoluto, cuja restrição de opinião se assemelha a tabus típicos que servem de meio para calar os que pensam distintamente, sempre com falácias e narrativas que não se aplicam e com ameaças absurdas e transcendentais de incriminar alguém, até por homicídio, por emitir sua opinião! É inacreditável como nossos valores foram tão excluídos que até nossa fé se tornou, curiosamente, um “problema”. Está claro, não querem que encontremos força.

A Liberdade está sendo eliminada a passos largos e o medo irracional é o culpado. O Estado nasceu por isso, foi a insegurança que nos forçou a abrir mão de parte de nossa Liberdade para que uma ficção jurídica, o Estado, em nome de todos, pudesse nos garantir Paz e coesão.

O Estado cresceu até o ponto que a própria sociedade impôs limites, através de leis, que, por sua vez, avançaram até a consolidação dos Direitos Humanos. Agora, por aceitarmos resignados, estamos regredindo a uma perigosa queda de retorno, incerto e temerário. É um curioso caso de “Capitis Diminutio” coletiva de “Alieni Iuris” do “Status Libertatis” que nem os Jurisconsultos Romanos poderiam imaginar.

A Civilização se moldou através da coragem, luta e desejo de se libertar, então, por qual motivo estamos optando por nos eximir de lutar? Quantos morreram para que fôssemos livres? Será que as pessoas não perceberam o que está em jogo? Será que nossa pacífica sociedade perdeu o instinto de luta que, mais que o de sobrevivência, nos fez ser diferente de todos os animais?

Não! Nosso desejo por Liberdade é tamanho que faremos o sentido inverso do vírus, nossa “epidemia de Liberdade” vai contaminar todas as pessoas de todas as Nações, sobretudo o império de Xi Jinping que sentirá o que é uma pandemia de verdade.

Pânico não guarda semelhança com Cautela, Saúde não é nada sem Liberdade e Liberdade não se conquista em casa!

GVBA, para Vida Destra, 31/3/2.020.

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