Brasileiros poderão usar Pix para fazer compras em alguns comércios da Argentina. Pelo menos esse é o plano da Fiserv, fintech americana, que está desenvolvendo um projeto de digitalização de pagamentos na América Latina para permitir que os negócios da Argentina aceitem pagamentos feitos com o Pix.
A Fiserv já atua no Brasil e tem experiência em viabilizar pagamentos Pix desde 2020, quando o sistema foi lançado.
Na visão da fintech, a capacidade de aceitar um meio de pagamento eletrônico adicional pode aumentar a eficiência e reduzir os custos para o comércio. Do lado do consumidor é uma forma de administrar seu dinheiro durante a viagem sem precisar fazer câmbio, por exemplo.
Como vai funcionar?
A operação com Pix no estabelecimento argentino será feita via QR Code, nos mesmos moldes que funciona por aqui atualmente, por meio de uma tecnologia provida pela fintech para os comércios. O cliente escaneia o QR Code com o valor da compra, é direcionado ao aplicativo do banco brasileiro e efetua o pagamento via Pix.
O valor que aparecerá para o cliente pagar estará em pesos argentinos, mas o dinheiro que sai da conta do cliente é o equivalente em reais com a conversão cambial no momento da compra e a taxa de IOF aplicada a transações de câmbio já embutidas no valor final.
A solução será oferecida para os clientes da Fiserv na Argentina e potenciais novos estabelecimentos que se interessarem. A empresa revelou ao InfoMoney que tem mais de 400 mil comércios que são seus clientes no país dos hermanos.
“Nosso objetivo é conectar todos os tipos e tamanhos de empresas com as mais diversas modalidades de pagamento, instituições financeiras e provedores, para facilitar a aceitação de múltiplas opções na hora de pagar e ajudar cada comércio no crescimento do seu negócio”, disse Jorge Valdivia, gerente geral da Fiserv no Brasil.
Vale lembrar que a iniciativa da Fiserv não tem relação com outras ventiladas nos últimos meses. O próprio Banco Central do Brasil afirmou em evento recente em Brasília, chamado Criptorama 2023, que o projeto do Pix Internacional está nos planos e o objetivo é tornar as transferências para outros países mais baratas e eficientes.
Carlos Brandt, responsável no BC pelo Pix, já afirmou que hoje as transferências transfronteiriças têm desafios como falta de transparência, alto custo, baixa velocidade e acesso limitado, problemas que o Pix pode ajudar a resolver.
Por enquanto, a autarquia está estudando formas de viabilizar esse projeto e ainda não há data definida para ele sair do papel.
Além disso, outra iniciativa, sem participação do BC, também está sendo analisada: batizada de Nexus, está sob o guarda-chuva do Bank for International [ Settlements (BIS), instituição conhecida como o “Banco Central dos bancos centrais”. Com sede na Suíça, o BIS lidera o projeto que, se aprovado, pode conectar mais de 60 países que já disponibilizam algum tipo de sistema de pagamento instantâneo.
O primeiro protótipo do Nexus, na etapa POC, conecta hoje três sistemas de pagamento: de Cingapura, da Malásia e da Zona do Euro, esta representada pelo Banco da Itália. O experimento, no momento, processa pagamentos simulados, sem o uso de dinheiro verdadeiro.
*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento
*Com informações da Infomoney
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