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Caça às bruxas, Séc. XXI

Segundo consta, “a caça às bruxas” foi um movimento de perseguição social e religiosa iniciada no século XV, com leis específicas, criadas por Reis e governantes.

O conceito de bruxaria surgiu na Idade Média, atingindo seu apogeu nos séculos XVI a XVIII, principalmente na Europa. 

Segundo o livro Martelo das Feiticeiras, bruxa (ou bruxo) era alguém que praticava magia para fins malignos, com a ajuda do demônio.

Porém, nem todos os acusados de bruxaria, praticavam o mal. Às vezes eram só mulheres, camponesas pobres que viviam sozinhas em pequenos casebres, e que, para sobreviver, normalmente atuavam como curandeiras fazendo simpatias, chás e remédios naturais.

Então, bastava alguma acusação, por motivo de inveja, antipatia, discordância e/ou brigas, para que já fosse condenada como bruxa, devido à histeria do vilarejo.

Os juízes examinavam o corpo das supostas bruxas em busca de “marcas do Diabo” – verrugas, sinais de nascença ou simples cicatrizes. Torturadas física e psicologicamente, normalmente confessavam, mesmo se não tivessem parte com o mal. E o destino: a fogueira.

Porém, atualmente, o termo “Caça às Bruxas” ganha um novo significado.

Com o surgimento do fascismo, nazismo e Socialismo/comunismo, caça às bruxas passou a ser sinônimo do que conhecemos como acusações, prisões e condenações arbitrárias.

Os regimes totalitários, normalmente, não precisam de justificativas para essa  prática,  afinal, fizeram genocídio contra os que se opõe a sua autoridade. Ainda hoje, temos exemplos como China, Coreia do Norte, Cuba e Venezuela entre outros.

A Cristofobia, como citei em artigo, nada mais é, do que uma “caça às bruxas”.

Mas, também, encontramos caça às bruxas em democracias. E um bom exemplo disso é o que acontece, hoje, no Brasil, e que foi imposta por quem deveria ser o guardião da Constituição Federal.

Em 27 de maio deste ano, o STF, baseado no inconstitucional inquérito 4781 (fake News), começou uma caça as bruxas, contra jornalistas, blogueiros e influenciadores digitais, pelo simples fato de serem apoiadores do presidente Bolsonaro, ou por certas atitudes contra o supremo e seus ministros.

Porém, a história não para por aí. E quero chamar a atenção à PL 2630/2020 aprovada no Senado, em 30/06, que, ao chegar a Câmara dos deputados, ganhou um texto substitutivo de autoria de deputado comunista Orlando Silva (PCdoB-SP). O novo texto prevê até 5 anos de reclusão para quem disseminar fake news capazes de “ameaçar a integridade mental” e a “higidez do processo eleitoral”.

Veja o que diz o trecho do substitutivo de Orlando Silva:

“Promover, constituir, financiar, ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, ação coordenada, mediante uso de robôs e outros meios para disparo em massa de mensagens que veiculem conteúdo passível de sanção criminal ou fatos sabidamente inverídicos capazes de colocar em risco a vida, a integridade física e mental, a segurança das pessoas, e a higidez do processo eleitoral pena: reclusão, 1 a 5 anos e multa” (grifei) 

O que seria “integridade mental”?

Se eu falar: “parece que o supremo Fulano de Tal solta todos os investigados que pedem HC a ele” – estou somente emitindo minha opinião, e não seria ofensa, nem ataque.

No entanto, se o Ministro Fulano de Tal disser que ficou mentalmente abalado poderá me processar.

E, note que a definição do que é “capaz de ameaçar a integridade mental” será feita, claro, pelos políticos.

Ou seja, vão intensificar a chamada caça às bruxas a opositores e a quem questionar sua atuação parlamentar – mesmo que se tratem apenas de opiniões (aliás, protegidas pela Constituição) agindo tão arbitrariamente, quanto no Séc. XV.

 

 

Adilson Veiga, para Vida Destra, 06/10/2020
Vamos discutir o Tema. Sigam-me no Twitter @ajveiga2 e no Parler @AJVeiga

12 COMMENTS

  1. No excelente art. de @AJVeiga s/a caça às bruxas,q vamos dar os nomes aos bois, q com o substitutivo do comunista quer fazer aos conservadores e bolsonaristas por opiniões dadas.Até o desagrado pela indicação do Min., gera o cancelamento e colocação na fogueira de formadores de opinião como Allan e Ruschell.

  2. É isso mesmo, Veiga. O STF e o Congresso Nacional estão reinstituindo a Inquisição no Brasil. Se utilizam de denominações que não podem ser devidamente conceituados para definir crimes. Um absurdo. Chega a ser até cômico, pois como falar que se atingiu a integridade mental de um político? Eles têm isso? Antes dessas iniciativas totalitárias, deveriam exigir integridade moral de congressistas e magistrados.

  3. Muito bom!

    Texto conciso e objetivo e com informações contextualizadas. Os fatos, e principalmente os leitores agradecem.

    Parabéns.

  4. Parabéns, Veiga! Assunto seríssimo! E o substitutivo precisa ser derrubado. Suas hipóteses farão meter na cadeia qualquer um. E eles esquecem que isto poderá ser usado contra eles, no futuro. É o resultado de quem só pensa no hoje.

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