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Carro popular lançado por Itamar custaria hoje R$ 80 mil, diz presidente da Anfavea

O governo já acenou com a intenção de buscar um modelo que custasse menos do que isso; entre R$ 45 mil e R$ 50 mil. Os preços dos carros mais baratos vendidos no Brasil hoje giram em torno de R$ 70 mil. “Não sabemos se é ou não factível e nem tampouco se haverá renúncia fiscal. Por enquanto estão sendo feitas simulações”, destaca Leite. Segundo ele, a Anfavea não se envolverá diretamente nessas negociações porque não se trata de um plano que envolve todas as associadas.

A entidade apenas ajustou o valor do que era o popular lançado no início da década de 1990 para os dias atuais, com base nos índices de inflação, e chegou à conclusão de que aqueles modelos custariam hoje em torno de R$ 80 mil. Na época, foram lançadas versões de populares variadas. As mais vendidas foram as do Fusca e do Gol, da Volkswagen, e do Uno Mille, da Fiat.

“Estamos falando de um tipo de veículo que na época não tinha sequer o retrovisor do lado direito, apenas o do motorista. Hoje os carros têm itens (obrigatórios) como airbag e freios ABS (sistema de frenagem que evita que o veículo derrape)”, diz Leite.

O dirigente aponta, ainda, as questões de perda de renda e restrições ao crédito, que o brasileiro enfrenta hoje. Ao mesmo tempo, ele concorda que incentivar o chamado “popular verde”, que privilegiaria o uso do etanol, é uma boa alternativa para buscar meios de descarbonizar o transporte.

Leite aponta um recente programa governamental do Chile que permitiu o uso de fundos da previdência (similares ao FGTS no Brasil) para estimular a venda de veículos. Segundo ele, um programa semelhante poderia ajudar.

A Anfavea, diz ele, tem especial interesse em discutir a renovação da frota. “Porque os carros velhos poluem 20 vezes mais que os novos”, afirma. Segundo o executivo, essa reivindicação não pode ser tratada como a de um setor que deseja simplesmente um mercado mais aquecido. “É uma questão social, de emissões e de segurança”, completa. Um programa nessa linha diz, não precisa necessariamente focar na troca de um carro velho por um zero-quilômetro. “A troca por um usado mais novo já vale”.

A Anfavea tem mantido conversas com o governo na direção de reduzir incentivos à entrada de carros importados. Hoje há isenção de Imposto de Importação para automóveis 100% elétricos, por exemplo.

Ao divulgar os resultado do setor no primeiro trimestre, o dirigente destacou que da indústria automobilística dependem 1,2 milhão de empregos, levando em conta toda a cadeia que a envolve.

Por enquanto, o nível de emprego nas montadoras tem se mantido estável, com ligeiro avanço de 0,4% em março na comparação com um ano atrás. Os fabricantes de veículos empregam 101,6 mil pessoas.

Mas a paralisação de oito fábricas e fechamento de dois turnos em março preocupa Leite. Segundo ele, é também preocupante a constatação da entidade de que, mantido o ritmo de produção dos três primeiros meses do ano, essa indústria encerraria o ano com 30 mil veículos menos do que o estimado em janeiro, que indicou, para 2023, um mercado muito semelhante ao de 2022.

A Anfavea não vai, por enquanto, alterar as previsões. Segundo Leite, a entidade vai aguardar que as próximas medidas macroeconômicas levem a um reaquecimento da demanda.

Em meio a esse cenário sombrio, os trabalhadores da Volkswagen de São Bernardo do Campo receberam uma boa notícia na véspera da Páscoa. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa anunciou, que contratará 100 trabalhadores por tempo determinado para atender à necessidade de elevar a produção da picape Saveiro.

*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento

*Fonte: Valor Econômico

 

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