Minha sábia avó já dizia que “confiança é algo que se perde uma única vez”. Isso é especialmente verdadeiro quando, como na música “Chora” de Neoci Andrade, Jorge Cruz e Edel Lima, no refrão, diz: “ Você pagou com traição/ A quem sempre lhe deu a mão”.
Trago esse assunto à baila porque hoje, dia 23 de julho de 2020, a imprensa divulga, com certo destaque, que o ex-Juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, tem perdido relevância e apoio popular desde que vergonhosamente traiu a confiança do Presidente que sempre o apoiou, especialmente quando esteve na berlinda em função de vazamentos feitos pela Intecept. Penso que esse seja o justo preço que paga pelo vergonhoso ato de traição.
É bem verdade que ele não foi o único a ter retribuído com traição o apoio recebido do Presidente, mesmo quando ainda candidato. Como se esquecer de nomes como o de João Dória, Witzel, Joice, Frota e Mandetta? Impossível, não é?
Na mesma linha da fala de minha avó, há um provérbio árabe que diz: “Se me enganas a primeira vez, a culpa é sua; se me enganas a segunda vez, a culpa é minha”. De fato, se existe algo difícil de perdoar é a traição. Mesmo que o perdão exista, até mais para aliviar as mágoas de quem foi traído do que o caráter do traidor, o ato jamais será esquecido. Portanto, caros leitores, voltar a confiar em traidores é uma verdadeira temeridade, pois a traição raramente é um ato de impulso, sendo antes uma demonstração de falta de ética e de caráter.
Nesta mesma data, o ex-ministro da Saúde, o Mandetta, declarou que cogita candidatar-se à Presidencia da República nas próximas eleições, compondo uma chapa com Sergio Moro como vice. Justificou-se dizendo que ele, Mandetta, tem mais traquejo político que Moro e que este errou muito em sua saída do Ministério. Se entendi corretamente, Mandetta sentiu a necessidade de desfazer ainda mais de Moro para justificar a própria pretensão. Um claro sinal de quão pouco ético e traidor é. Moro não se pronunciou a respeito, mas imagino que vá recusar sem mesmo agradecer a pública indicação. Ele pode não ter o caráter que imaginávamos, mas não creio que seja tolo bastante para confiar num outro traidor.
Você, leitor, teria coragem de confiar seu voto numa chapa encabeçada por esses dois? Eu, seguramente, não.
Laerte A Ferraz, para Vida Destra, 23/07/2020
Sigam-me no Twitter! Vamos discutir o tema! @FerrazLaerte
- Lulopetismo em estado terminal - 14 de setembro de 2022
- Apesar de tudo, as Eleições - 4 de julho de 2022
- A corda - 26 de abril de 2022
Como sempre, brilhante artigo meu amigo.
Realmente não tem como confiar em que te deu uma “facada”
Coisa simples, mas penso que merece reflexão da população. Afinal, ainda há quem acredite no Moro.
Seguinte, quando alguém falha redonda mente conosco e nos pede desculpas devemos entender e perdoar , claro não podemos exigir de nós mesmo ou de outros o retorno a situação anterior, de amizade e confiança mas,tocar a vida sem tanta cobrança, dá para fazer isso! No caso do moro eu entendo que ele traiiu a confiança dos seus defensores, a minha por exemplo, fui algumas vezes para a Paulista com faixinha dele… Curiosamente não me senti idiota com relação ao moro, pois fingido e sonso foi ele, o problema é dele! Agora eis que surge Roberto Jefferson, eu apoio com… Read more »
Moro jamais apoiou Bolsonaro da forma como Roberto Jefferson está fazendo. Aliás, Bob Jeff sabe que a escolha dele não tem volta.
Parabéns por mais um excelente artigo, meu amigo!
Respondendo à pergunta feita em seu artigo: nem morto!!
Obrigado, amigo.
São traidores, estavam conspirando contra o Brasil!!!
É o que penso.
Jamais confiaria!!
Brilhante artigo.