Objetivo é declarar fim da guerra entre as duas Coreias
Pyongyang, Seul, Pequim e Washington chegaram a um eventual “acordo de princípio” para declarar o fim da guerra entre as duas Coreias, quase 70 anos depois, informou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Em Camberra, onde está numa visita de quatro dias, Moon afirmou estar convencido de que as quatro partes (Coreia do Norte, Coreia do Sul, China e Estados Unidos) concordaram com um “acordo de princípio” para uma declaração de paz.
Segundo o The Guardian, o presidente da Coreia do Sul admitiu que as negociações sobre a guerra 1950-53 estavam sendo impedidas por objeções norte-coreanas à atual “hostilidade dos EUA”.
“Por esse motivo, não podemos nos sentar para negociar as declarações entre a Coreia do Sul, a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, afirmou em entrevista coletiva.
“Esperamos que as conversações sejam iniciadas. Estamos fazendo todos os esforços para isso”, acrescentou.
Para Moon, é “importante acabar com um armistício instável que existe há quase sete décadas”, e “uma declaração de paz pode melhorar as perspectivas de avanço do programa de armas nucleares de Pyongyang”.
Essa declaração “vai nos ajudar no início das negociações para a desnuclearização na Península Coreana”.
Poucas horas depois das declarações de Moon Jae-in, o ministro sul-coreano da Unificação, Lee In-young, afirmou que o acordo “pode ser ponto de passagem para uma nova fase de paz” e exortou Pyongyang a aceitar a oferta de Seul.
“A Coreia do Norte tem mostrado, nos últimos tempos, uma forma mais aberta de diálogo”, disse Lee.
Segundo o ministro sul-coreano da Unificação, “a Coreia do Norte lançou vários mísseis de curto alcance este ano, mas não fez a situação deteriorar-se severamente nem elevar as tensões a um alto nível”.
A guerra da Coreia terminou em julho de 1953 com um armistício, mas não com o tratado de paz, o que significa que o Norte e o Sul estão tecnicamente em guerra.
Moon, que fez do envolvimento com a Coreia do Norte uma característica-chave da sua administração, está pressionando por um acordo de paz antes de seu único mandato de cinco anos como presidente da Coreia do Sul terminar, na próxima primavera. Em Camberra, o presidente sul-coreano repetiu o pedido pelo fim das hostilidades, que já tinha feito em seu discurso na Assembleia Geral da ONU em setembro. À época, Kim Yo-jong, a influente irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, descreveu sua iniciativa como “uma interessante e boa ideia”.
As autoridades chinesas declararam apoio à proposta, enquanto Seul e Washington estão em fase final da elaboração do projeto da declaração.
A Coreia do Norte disse que não vai se juntar às declarações para colocar um ponto final no conflito, enquanto os EUA mantiverem a sua posição hostil, uma referência à presença de 28.500 militares norte-americanos na Coreia do Sul e aos exercícios militares anuais que Pyongyang considera ensaio para uma eventual invasão.
A opinião de Seul e de Washington está dividida sobre a assinatura de um um tratado de paz formal, enquanto a Coreia do Norte continuar a desenvolver armas nucleares e mísseis balísticos num desafio às sanções da ONU.
Os apoiadores de Moon concordam que a assinatura de um “acordo de princípio” normalizaria os laços com Pyongyang e encorajaria o regime a retomar as negociações nucleares. Para os críticos, isso recompensaria o comportamento provocador do regime de Kim Jong-un e poderia ameaçar a presença de militares norte-americanos no sul.
*Esta notícia pode ser atualizada a qualquer momento
*Fonte: Agência Brasil
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