Nesta série de artigos, sempre publicados às quintas-feiras, analisaremos a obra: Como ser um conservador, do filósofo e escritor inglês Roger Vernon Scruton, que faleceu em 12 de Janeiro de 2020. Acesse o sumário neste link, não se esqueça de colocar o mesmo nos seus favoritos. Lembrando que os títulos e subtítulos podem não ser iguais aos existentes no livro. Sem mais delongas, aproveitem!
Entenda o Nacionalismo e suas verdades – Parte III
Nos países Ocidentais, ainda desfrutamos de liberdades primordiais, que basicamente são as raízes para a ordem política. Podemos discordar livremente e publicamente de outras pessoas sobre questões básicas, como a fé, vida privada, educação, modo de vida. Essa liberdade nos dá a possibilidade de definirmos nossa condição como membros de uma sociedade.
Nos países baseados em ordem religiosa, como por exemplo, vários países islâmicos, a liberdade de expressão e consciência é um ativo escasso e ameaçado.
No fim do século XVII, quando as ideias e a influência do iluminismo se espalharam por todo o mundo cristão, a elaboração e aprovação de leis se tornou vital para nosso relacionamento na sociedade. Além de seculares, essas leis deveriam ser neutras em relação à diversas religiões que “rivalizam” dentro de um país. E a lei secular sempre se prevaleceria em caso de um conflito com a obediência religiosa. A esperança era que esses dois poderes, o sagrado e o secular, estivessem suficientemente separados, para não ter sobreposição de poderes. Se observarmos, em nossa sociedade, a religião se tornou um assunto privado, sem necessidade de interferência pública.
Nossa herança de lei secular é importante e preciosa, é algo que devemos proteger em face as ameaças que pesam contra ela.
Há casos em que a opinião majoritária pode estar errada, o desejo da maioria pode ser malévolo, a força da maioria pode ser perigosa. Há alguém mais importante que a maioria, que é o indivíduo que dela discorda. Devemos protegê-lo, pois ele é o único que pode levantar a questão que nenhuma multidão quer ouvir. Por isso em regimes democráticos, há a oposição e a discordância de opiniões.
Em família, os membros se reúnem para discutir assuntos de interesse em comum e resolução de conflitos, mesmo com todas as divergências, opiniões, conselhos conflitantes e dissensões. Em uma família feliz, todo mundo aceitará ser restringido pela decisão final, mesmo com discordâncias. Ou seja, a família é parte da identidade, é aquilo que não muda mesmo quando as diversas opiniões se modificam e entram em choque.
Essa questão vale para a política. Oposição, discordância, livre manifestação e a solução conciliatória como regra, formando uma identidade comum. As democracias precisam de um “nós” nacional, e não um “nós” religioso e étnico.
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Nunes, para Vida Destra, 18/02/2021
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