Uma cena cinematográfica das manhãs, principalmente, nas grandes cidades, há algumas décadas:
– Extra, extra, leiam o jornal de hoje! Notícias fresquinhas, extra!
– Garoto, eu quero um.
– Obrigado, senhor.
– Nossa, que bomba esta notícia! Como deixamos chegar a este ponto?
E o leitor conferia as matérias publicadas, com atenção, com preocupação, com alegria, com tristeza, tudo a depender do que estava escrito lá. Mas por que se preocupar tanto, apenas por alguém ter escrito um texto em um papel? Porque os leitores de ontem acreditavam no que era publicado, porque eles não tinham dúvida em relação à responsabilidade daquele jornal ou revista em publicar o verídico. Possibilidades, mentiras, impossibilidades, temas assim eram destinados ao gênero literário: literatura fantástica, ficção científica, tragédia, romance, e por aí vai.
Os tempos passaram e as coisas mudaram. Mudaram os objetivos dos jornais, mudaram as intenções de quem os publica, mudaram as visões de quem os lê.
Chega-se nos dias de hoje: muitos querem saber o que acontece, principalmente, no meio político. Por quê? Porque os brasileiros descobriram muita bagunça em seu terreiro, muito mais do que supunham haver. Descobriram também que têm voz além das lamúrias de botequim e de padaria. Descobriram que têm poder. Não sabem ainda qual é o tamanho desse poder, mas têm certeza de que o têm!
Nestes tempos, que abarcam os ansiosos por notícias verdadeiras, milhares de bocas famintas pelo conhecimento dos fatos indagam, o que está acontecendo no dia a dia dos bastidores dos meios de comunicação em massa? Completas falsas notícias; mezzo falsas notícias; notícias encomendadas para queimar um, derrubar outro, elevar mais uns tantos. E, para espanto de muitos, às vezes, notícia cem por cento factual, para que a máscara do editor não caia inteiramente.
Com isso, esse mesmo povo olha admirado e se pergunta: não seria a hora de o jornalismo se debruçar em cima de investigações sérias e divulgar, sem interesse oculto (já nem está tão oculto mais), a veracidade dos acontecimentos? Tanto para se falar, e o que se veem são fofocas, suposições maldosas, falas retiradas de seus contextos?
É difícil tentar adivinhar o que será desses meios de comunicação desacreditados pela maioria. Bem, tampouco importa. O que é relevante e já pode ser percebido, principalmente pelos mais atentos, é que, no meio desses abutres, que esperam conseguir carniça com seus venenos lançados à nossa sociedade, estão aparecendo outras vozes, aquelas que são o sonho de consumo de quem quer a verdadeira informação. Pessoas que resgataram o dom da comunicação, por meio da verdade, para o alcance do bem comum.
Cabe agora a cada leitor ter o discernimento de eleger quem merece a sua confiança.
Em paralelo a isso, o individual também ganha importância. A possibilidade de se verificar na fonte a veracidade dos fatos é muito maior atualmente. Um campo enorme de informações do passado e do presente, disponíveis com apenas alguns toques no teclado de um computador ou celular. Não há desculpa para não saber o que está acontecendo, não custa dizer: quem não gosta de política, acaba sendo governado por quem gosta!
Se, mesmo assim, algumas pessoas ainda não quiserem saber, não farão questão dessa desculpa, nem se importarão em ser conduzidos, o que fazer? Mas melhor pensar que não está mais sendo assim, aliás, ao contrário: a maioria agora faz questão de saber tudo, de o saber bem, de ocupar seu espaço no tabuleiro desse imenso xadrez.
Essa será a receita de nosso sucesso, vamos incluir a todos, nesta conclusão: a possibilidade de nos tornarmos finalmente os donos do nosso destino, uma nação consciente de seus deveres e direitos.
E agora alguém pergunta: “Tudo bem, mas quais são os ingredientes dessa receita, visto que, em uma receita, são eles, principalmente, os que influenciam na qualidade do produto final?”
A resposta repousa, senhoras e senhores, na vontade que surgiu em cada um de nós de tomarmos as rédeas da situação; a recusa às publicações manipuladoras, principalmente do que é chamado “grande mídia”; o surgimento de publicações confiáveis, em oposição a esse jornalismo nada isento; a facilidade em se pesquisar os acontecimentos diretamente em sua origem; o aprendizado acumulado em cada um de nós, somado à nossa capacidade de raciocínio.
Por fim, deixa-se um recadinho: a hora de se fazer algo chegou, não se pode deixar que ela se vá, juntos brasileiras e brasileiros pensam melhor e podem mais. Das trevas, virá a luz!
- Era uma vez… - 2 de junho de 2020
- SE FOSSE VOCÊ, O QUE FARIA? - 30 de maio de 2020
- EU ESTAVA LÁ! - 24 de maio de 2020