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KIM, TRUMP E A UNIÃO DAS COREIAS

São duas da manhã de 21 de abril de 2.020 e algumas mídias mundiais informam a morte cerebral do ditador Kim Jong-Um após complicações em uma cirurgia cardio vascular acontecida em 12 de abril.

Imediatamente começam especulações sobre sua sucessão. O nome mais forte é o de sua irmã, Kim Yo Jong. Qual a importância disso no cenário mundial? Toda!

Antecedentes

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a Coreia foi dividida em duas, no paralelo 38. Com a derrota do Japão, russos ocuparam o norte e norte-americanos o sul da Península Coreana, sendo que os soviéticos deixaram a Coreia do Norte em 1948, logo após a divisão do país em Norte e Sul. Contudo, a Guerra da Coreia se deu logo em seguida, entre 1905-53, sendo que, na verdade, nunca terminou – somente foi assinado um armistício, nunca a paz definitiva.

A Coreia do Norte, com apoio da China no verão de 1950, invade a Coreia do Sul e o Conselho de Segurança da ONU (CSONU), liderado pelas ações dos EUA, conclama os países membros a fazerem o mesmo para defender o território Sul coreano. A guerra foi muito dura e o seu fim controverso, sem declaração de Paz dos dois lados, apenas com uma implementação de uma zona neutra na fronteira, deu início ao período chamado de Guerra Fria. De um lado os comunistas representados por China e URSS e do outro os países capitalistas, representados por EUA, Inglaterra e França (os cinco integrantes membros permanentes do CSONU, até hoje).

Setenta anos depois, vemos o desencadear, novamente, de uma 3ª grande guerra por meio de um hoax (boato) de pandemia mundial, curiosamente iniciada pela China e “bem controlada” no território russo (antiga URSS) com enormes consequências econômicas e sociais para EUA (maior número de casos); Inglaterra e França, somando mais de 30.000 mortos em 3 meses.

O jogo de Xadrez

Com a morte cerebral do ditador Kim Jong-Um abre-se uma oportunidade para a expansão da China sobre a península coreana ou para a união das Coreias, que foram divididas entre os mundos capitalista e comunista de meados do século XX.

Este artigo não vai tratar sobre os deslocamentos militares da frota do Pacífico para os estreitos de Taiwan ou para o mar da China, nas proximidades das Coreias. Também não vai tratar sobre exercícios e manobras militares nas fronteiras com a zona desmilitarizada e não vai tratar sobre ou aumento de tensão militar com vôos provocativos de aeronaves russas sobre a 6ª frota no mar mediterrâneo.

Vamos falar de uma trama que passou despercebida em 2018, envolvendo a filha do presidente TRUMP, a irmã de KIMJONG-UN e o encerramento do programa nuclear da Coréia do Norte, cujos reflexos podem levar o mundo a ver a união das Coréias e a diminuição do poder geopolítico Chinês.

Desde 2006 a Coreia do Norte vinha realizando testes nucleares e aterrorizando o mundo com ameaças de desequilíbrio da estabilidade nuclear já estabelecida desde o final da Guerra Fria (1988).

Em setembro de 2017 as ameaças aos EUA começaram a ficar mais sérias. Em 22 foi anunciado o teste de uma bomba de hidrogênio e em 29 a Coreia do Norte comemorou o lançamento, bem sucedido, de um míssil transcontinental. No mesmo dia a Coreia do Norte se auto declara um “Estado Nuclear” com capacidade de lançamento de mísseis que poderiam atingir o território dos EUA.

Então, em Janeiro de 2018 aconteceu uma troca de farpas, consideradas pela mídia mainstream como “infantil” entre Donald TRUMP e KIM Jong-Un. Em uma mensagem de ano novo, no dia 1º de janeiro de 2018, o ditador norte-coreano afirmou: “ …não é uma simples ameaça. Eu realmente tenho um botão nuclear na minha mesa. Todo o território continental dos EUA está ao alcance de um ataque nuclear”. Em resposta, TRUMP, no dia seguinte respondeu em seu Twitter: “eu também tenho um botão nuclear, e o meu é muito maior e mais poderoso que o dele, e o meu botão….funciona!”.

Apesar da troca de farpas, o ditador se propôs a reabrir conversas com a Coreia do Sul durante as olimpíadas de inverno que ocorreriam meses depois no território sul coreano. Então, inicia-se uma série de eventos no mínimo curiosos envolvendo todas as partes e o jogo geopolítico mundial.

Em 16 de janeiro o Japão, separado da Coreia do Norte pelo Mar do Japão, apenas, emite um alerta de ataque aéreo e alertou todos os seus cidadãos, recomendando à população abrigar-se em seus prédios ou nos bunkers coletivos. Minutos depois, a rede japonesa NHK, corrigiu o “erro”, informando ser um alarme falso.

Mais intrigante vem depois em maio de 2018. Lembram da abertura de negociações com a Coreia do Sul? Que seria nas olimpíadas de inverno? Inexplicavelmente, o ditador norte coreano manda para a assistir à final dos Jogos em Pyeongchang um distinto membro de sua dinastia, sua irmã KIM Yo-Jong, a mesma que hoje é cotada para substituí-lo no poder.
Ainda mais intrigante foi a determinação de Donald Trump que sua filha, Ivanka TRUMP participasse da cerimônia de encerramento. Os jornais internacionais noticiaram: “ Filha de Donald Trump e líder de delegação norte-coreana (sem citar o nome) participaram da cerimônia. O presidente sul coreano indicou intenção do Norte de abrir conversas com os EUA”. A questão é: as negociações de paz não eram entre as Coreias?

Um parênteses. Nos anais do direito internacional e dos tratados de paz entre cidades estado, na Idade Média, a humanização da guerra tomava forma pela troca de reféns ou pelo casamento entre os filhos dos beligerantes. Normalmente, os reféns eram nobres ou membros das famílias reais e suas presenças garantiam o juramento e a não violação de acordos ou direitos que não pudessem ser reparados, como por exemplo, o assassinato de uma magistrado, nobre ou até mesmo do rei.

A Olimpíada é representativa nesse momento e vale ressaltar. A Olimpíada é o período de 4 anos entre os Jogos Olímpicos, uma pausa nas guerras da antiguidade, para que as nações se enfrentassem em jogos e pudessem ter uma possibilidade de minimizar os antagonismos e acordar tréguas temporárias ou definitivas.

Dito isto, as presenças da irmã de KIM e da filha de TRUMP nos remete a um acordo sério e cujas consequências poderiam ter sido fatais, como uma hecatombe nuclear. A presença das duas na cena de negociação entre Coreia do Sul e do Norte, com um aceno diplomático aos EUA, parece muito com uma troca de reféns do século XXI, uma garantia de que nenhum mal seria feito durante as negociações.

A Geopolítica Moderna

Misteriosamente em 26 de abril de 2018 a Coreia do Norte declara encerrada e fechada a área testes nucleares Punggye-ri, próximo ao Mar do Japão. A alegação do ditador foi a de que houve um desabamento inesperado e que por isso determinava o fechamento. Será que os sistemas de alarme do Japão, meses antes, não identificaram a demolição daquela instalação, por sabotagem ou ataque de forças especiais/ drones e emitiram um alarme como se fosse um lançamento de mísseis sobre aquele país e, quando viram o erro, noticiaram como alarme falso? Será que este foi o motivo do twitter sarcástico de Trump para Kim Jon-Un? Nunca vamos saber.

O que podemos afirmar é que no dia seguinte, Kin Jong-Un e o presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in deram as mãos e pela primeira vez, um mandatário da Coreia do Sul pisou na Coreia do Norte, selando um acordo de paz e encerrando 68 anos de guerra declarada.

Se a morte de KIM Jong-un aconteceu mesmo no dia de hoje, 21 de abril de 2020, neste momento conturbado de pandemia mundial, suspeitas sobre guerra biológica da China contra o mundo, derretimento de economias e desordens sociais de todo o tipo, de forma natural ou acidental (consideremos assim), talvez nunca iremos saber. O que se pode inferir é que o momento é ideal para uma investida dos EUA sobre a fronteira, real da China, ou seja, uma retomada da Coreia do Sul do território norte coreano, levaria os EUA para uma posição geoestratégica análoga a uma espinha na garganta.

O acordo político pode ter sido costurado pelas duas jovens “reféns” naquele fatídico encerramento de Jogos Olímpicos, pode ter sido um dos movimentos do jogo de xadrez que colocará, em breve, uma possível aliada dos EUA no comando da Coreia do Norte, permitindo àquele país a derrubada das severas sanções econômicas impostas pelos EUA, uma possível reunião do povo das Coreias (são todos familiares) separados insanamente por uma linha imaginária, o paralelo 38, e o tão sonhado progresso e eliminação da pobreza daquele tão sofrido povo.

O cenário geopolítico atual é de movimentos preparatórios para a retomada econômica e evolução do nosso mundo, como nunca mais visto desde o final da II Grande Guerra em 1945.

Clynson Oliveira, para Vida Destra, 21/4/2.020.

Sigam-me no Twitter! Vamos falar mais sobre o tema! @ClynsonOliveira

 

2 COMMENTS

  1. Faltou a devida considera sobre a performance dos falcões norte-coreanos, nesse cenário imaginado. Vão os falcões simplesmente submeterem-se, após tantos anos de doutrinação de guerra marxista?!?!???? Não percamos os próximos (quentes) capítulos!

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PhD em ciências militares e guerra psicológica pela ECEME e Mestre em gestão de projetos pela FGV Atuou em mais de 10 países incluindo EUA, Haiti e Índia É professor de MBA de Gestão Empresarial e Financeira da Universidade Estácio de Sá e empresário na área de consultoria em inovação e economia digital