É inegável que em tempos de crise tudo fica mais difícil de se compreender o que acontece ao nosso redor. As pessoas têm medo, as informações são difusas, muitas vezes “não batem”, pessoas se aproveitam, chefes se escondem e líderes aparecem, não é mesmo? Você saberia identificar os verdadeiros líderes em tempos de crise?
Este texto é dedicado a mostrar a ilusão persuasiva a que somos submetidos, diariamente, nesta crise da COVID-19. Como em uma sala de espelhos de curvaturas diferentes, nem sempre enxergamos a realidade sob a ótica nua e crua. A verdade é que nossos filtros de realidade moldam nossa percepção para aquilo que mais se adéqua às nossas crenças pessoais.
Ontem, conversando com um amigo fiz a seguinte afirmação: “A liderança do Governo Federal estimula a cooperação e dá o exemplo para a solução da crise”. Meu amigo deu um salto para trás e respondeu: “Você tá doido? Aquilo é lá líder? Olha o que o Presidente fez ontem? Saiu e fez aglomeração descumprindo o isolamento e desautorizando seu Ministro, absurdo”!
Então fiz com ele as seguintes reflexões:
A liderança militar foi feita para a “guerra”, ou seja, para o enfrentar o caos total, mortes, feridos e dor. Uma das formas para intervir no combate, em uma guerra, é a presença do comandante na linha de frente. O Presidente estava na linha de frente ontem?
Nesta guerra híbrida, de 5ª geração, a maioria das ações são planejadas de forma centralizada e executadas de forma descentralizada. O que vemos nesta gestão é cada governo estadual e municipal criando suas próprias regras, baseadas em pânico e em uma orientação (já ultrapassada) da Organização Mundial de Saúde (OMS) de isolamento social.
O que o Governo Federal tem feito? Tem garantido recursos financeiros, condições de financiamento, perdão de dívidas aos estados? Tem garantido renda para os autônomos? Tem garantido ao pequeno e médio empresário meios de pagar sua folha salarial? Tem realizado pesquisas e gestão de dados integrada para basear ações? Tem encontrado remédios eficientes, como hidroxicloroquina, para tratar enfermos graves, e os tem salvado com sucesso? A resposta a tudo isso é um esfuziante SIM. Então, o governo federal vem liderando a guerra contra o COVID19? Sim!
O isolamento social é defendido pelo Ministério da Saúde. O que é o isolamento social? O isolamento social que a OMS está orientando é: detecção e isolamento de casos confirmados; identificação, acompanhamento e quarentena de quem teve contato. Isolamento social não é “lockdown” completo, onde temos a quarentena de todos, fechamento de comércios, indústrias e transportes. Então, o Presidente que já foi testado e não está infectado, desautorizou o seu Ministro que defende o isolamento social? Ou existe uma desinformação ilusionista sobre o seu real conceito?
A liderança em tempos de COVID 19 está, sem dúvida alguma, fazendo o possível para proteger a vida e manter a economia funcionando. O obscurantismo que envolve a COVID-19 coloca uma névoa sobre o como resolver a crise. O mundo ainda não conseguiu desatar esse “nó”.
É notável o que os governos dos Estados e dos Municípios vêm fazendo em prol da vida, entretanto, não se pode dizer o mesmo em relação à economia. Os países que fizeram “lockdown” como Itália, Índia e a própria China não conseguiram comprovar a eficácia da medida para a contenção da doença e tiveram, mesmo assim, “explosões” de óbitos.
Por vaidade e falta de apoio político às iniciativas do governo federal, a economia dos Estados tende a implodir em menos de 30 dias. Mesmo que o Governo Federal tenha provido os meios para a renda, se não houver trabalho, não haverá fluxo logístico para que os produtos estejam disponíveis e as pessoas tenham o que comprar com seu recurso financeiro. Pode advir recessão, inflação, fome, miséria e violência, um caos, que não interessa a ninguém.
Será que não é hora dos Estados e Municípios entenderem que a liderança do Governo Federal é a que deve ser seguida, minimizando as possíveis perdas de vida e econômicas, dividindo a responsabilidade para a qual todos foram eleitos, a de governar pelo povo e para o povo?
O resultado dos esforços é inegavelmente positivo, em que pese as mortes já anunciadas (minhas sinceras condolências às famílias), foram 114 mortes em 30 dias em uma proporção de 0,2 mortes/ milhão de habitantes.
O que pouco se observa é uma realidade nunca antes vista por nossa geração, uma liderança genuinamente adequada a tempos de crise, com o foco no mais importante, o brasileiro. Quanto tempo mais vamos negar a realidade e ver que estamos sendo conduzidos de forma mestral, pelo governo federal, durante esta crise?
A resposta cabe a você.
Façamos a nossa parte de isolamento social real, conforme citado acima, continuemos nossas vidas, trabalhando dentro da segurança necessária e possível, pois o utopicamente pensado é realmente impossível.
Clynson Oliveira, para Vida Destra, 30 de março de 2.020.
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Exatamente, mas estamos vivendo uma época do “quanto pior melhor” porque certos governantes e autoridades estão querendo usar os corpos como palanque!! É inegável que mesmo certos óbitos não causados por covid19 estão sendo imputados como tal e não há possibilidade de contraprova pois os caixões são invioláveis “por medida de segurança”.T emos ainda decisões monocráticas pseudo humanitárias quando soltam os criminosos…um médico não pode selecionar o paciente a tratar mesmo que tenha em mãos sua folha corrida , então, nesses casos, veremos criminoso tomando lugar de cidadão de bem em leitos e respiradores…