A aliteração é pertinente, mas até ela é um engano! Olhar para Luiz Inácio e ver apenas um corrupto é o maior erro que colabora com a manipulação por tergiversação, é a evasiva, “cortina de fumaça” e subterfúgio para dissimular e esconder o que devíamos ter visto de tão claro, óbvio e ululante.
Desde o início de 2019 esse expediente tem se tornado mais claro ainda, todo dia algo “aparece”, normalmente sem importância, para nos tirar a atenção daquilo que é essencial.
Porém, a tergiversação maior vem de muito tempo, sua aplicação se tornou enorme com o episódio do Mensalão, pois ali estava claro o ataque inquestionável à democracia, através da compra do Legislativo pelo Executivo. Não matamos, então, o mal pela raiz, eles não iriam parar, não pararam, vejam que após o Mensalão veio o Petrolão, para nos assolar de vez em sempre.
Há um estudo muito importante no Direito Penal que analisa a motivação do crime: trata-se de uma interessante perspectiva que colabora na compreensão dos mais diversos delitos.
É a motivação que esquecemos de perceber nesse apanhado sistêmico de corrupção. Acontece que imaginar que os desvios absolutamente inacreditáveis de recurso público seriam apenas “um ato de corrupção” é de uma falha de mesma proporção dos desvios, pois tais valores astronômicos e nunca antes testemunhado na Humanidade têm uma razão de ser para os criminosos.
Achar que o fruto destes crimes se resumiam a ter uma vida de bilionários é deixar de entender aquilo que devemos combater sob pena da cíclica história se repetir e de não aplicar a repugnância na medida devida, diga-se, que jamais será exagerada.
Inácio, com sua “entourage”, preparou muito mais que um “projeto de poder” para o Brasil, não queriam apenas se manter ad eternum no poder, o que já seria de uma vilania inominável, mas também preparou um “projeto de poder” em toda a América Latina e África, tudo financiado com os tributos pagos pelos cidadãos brasileiros.
Temos que promover muitas mudanças no país, mas comparar o que foi feito com as riquezas do Brasil a um mero ato de corrupção, não! De jeito nenhum! Ainda viveremos as consequências desses atos por muito tempo, sequer sabemos a real dimensão deles, a exemplo do que se descobre diariamente na Amazônia, na guerra cultural e nas investidas internacionais.
É sob esse aspecto que encontramos as falhas que as instituições jamais irão resolver: há interesses nesse jogo de dissimulação para que as vítimas desse crime assombroso não percebam que não há qualquer medida real e direta contra os meios que possibilitaram tamanha barbárie lesa-pátria, e mesmo com todo o esforço do atual Governo, nada está sendo efetivamente feito em relação ao cerne do problema.
Continuamos cegos e reféns da criminosa ideologia, dos meios de produção de “informação”, da classe artística, da doutrinação escolar, do estado paralelo do tráfico e da violência, do Legislativo, do Judiciário, do Foro de São Paulo e dos milhares de organismos não governamentais que mobilizam a logística e capilaridade da estrutura de engodo e contaminação das instituições!
Tentam a todo custo iludir e mascarar o cerne da questão e em discussões “políticas” o debate não passa do “desvio em uma estatal, uma licitação, um banco público”… Claro que são importantes, a corrupção é inconcebível e insuportável, mas para onde estavam indo esses recursos?! O que foi feito com o vultuoso desvio?! Onde estão?! Quem são os interessados?! Quem são os que cobrem os olhos do cidadão brasileiro?!
Acaso não se procure por essas respostas e se dê a devida resolução ao aparelhamento, um dia, alguém com a “legitimidade dos criminosos” sairá de sua jaula para mobilizar esses mesmos “perdidos” recursos e recomeçar com o mesmo foco de 1980, talvez com outro nome fantasia, mas com a mesma vilania de sempre.
Sentiremos na própria pele como pior que ser vítima de um saque é ser o financiador de quem nos saqueia!
Talvez essa seja nossa última chance de pará-los e esse serviço é de nossa total responsabilidade!