Marina Silva, “née” Maria Osmarina da Silva, a eterna candidata à presidência, apelidada justa ou injustamente por desafetos de ET e de Tartaruga do Acre, numa referência pouco elogiosa ao seu aspecto físico, vem, a cada nova aparição pública, perdendo relevância, assim como sua plataforma baseada numa mal definida e pouco convincente sustentabilidade.
Razões para essa perda de prestígio não faltam. Isso teve início quando Luiz Inácio – o presidente eleito duas vezes, tornando realidade a fantasia orgástica das esquerdas alucinadas e delirantes que queriam um operário no poder – deixou de indicá-la como sucessora após o segundo mandato, preferindo alçar a fantasia esquerdista a uma potência mais elevada, apontando como candidata uma ex-guerrilheira, cujos únicos méritos eram ter sido guerrilheira, ter sido prestigiada com cargos, ser supostamente autora de um sempre empacado PAC e com uma imagem cuidadosamente construída nas pranchetas dos marqueteiros de sempre, como tendo um perfil mais técnico. Houve quem acreditasse e o rótulo de “gerentona” colou. Deu no que deu como vimos.
Talvez tenhamos aprendido uma dura lição com isso, pois na sequência ao desastre do segundo mandato da “gerentona”, vimos ressurgir no país uma direita que havia permanecido silente por longos 35 anos e, finalmente, elegemos o único candidato que defendeu valores conservadores, tão caros à maioria do povo brasileiro, e que montou uma equipe como poucas vezes se viu. E estamos ansiosos na torcida de que ele consiga recuperar o campo devastado deixado pelo lulopetismo.
Mas voltemos à Marina.
Quando o poste escolhido por Luiz Inácio concorreu pela segunda vez em 2014, ficou bem evidente que muitos eleitores das esquerdas até preferiam a senhora do Acre, apesar dos apelidos, talvez prevendo o desastre que seria a reeleição do poste. À época, suspeitou-se de manipulação das urnas, pois quem disputou com Dilma o segundo turno das eleições foi Aécio Neves, considerado um candidato menos forte, numa eleição que, segundo Luiz Inácio, seria um verdadeiro referendo entre o progressismo canhoto e a direita, como se Aécio fosse de direita.
Nessa ocasião, a ressentida Marina acabou apoiando, a contragosto, o candidato do PSDB no segundo turno, deixando claro, entretanto, que liberava seus eleitores para votar conforme a própria consciência. E novo desprestígio aconteceu, pois o poste levou a melhor, mais uma vez sob a suspeita de manipulação das urnas.
Após as eleições, Marina recolheu-se por longos quatro anos, dedicando-se a construir seu próprio partido e lançando-se novamente como candidata em 2018, sempre batendo na surrada tese da sustentabilidade, como se o Brasil fosse uma imensa floresta Amazônica e a solução de todos os problemas nacionais se resumisse à agricultura familiar e à coleta de látex nos seringais. Foi sua terceira tentativa frustrada.
Lula poderia ter apontado o dedo indicando Marina em 2018, sua ex-ministra do Meio Ambiente pelo PT nos idos de 2003 a 2008. Mas, talvez prevendo decisões favoráveis às manobras jurídicas de seus advogados junto ao STF que poderiam viabilizar sua candidatura, tida como garantida vitória, preferiu indicar outro poste que seria seu vice caso as manobras tivessem dado certo e, novamente uma mulher, desta vez do PCdoB – um mero puxadinho do PT – como vice do seu vice. Novo desprestígio para Marina que não conseguia obter qualquer sinal de favorecimento de seu antigo mentor.
As manobras jurídicas de Luiz Inácio não tiveram efeito e contrariando todos os institutos de pesquisas, opiniões de articulistas e de blogueiros a soldo e contra a torcida quase escancarada de artistas globais e quase descarada da imprensa alinhada, Bolsonaro venceu.
Por algum tempo, Marina eclipsou-se na obscuridade da mata fechada, recolhendo-se a novo isolamento.
Foi então que, há poucos meses, teve início a polêmica sobre os dados do INPE a respeito das queimadas na Amazônia que resultaram na demissão de Ricardo Galvão, então diretor do Instituto, fatos que serviram de pretexto para o Presidente francês, Emmanuel Macron, abrir suas baterias contra Bolsonaro e tentar lançar uma cruzada ambientalista em favor da internacionalização da Amazônia, um sonho certamente acalentado por muitos apegados à mentalidade colonialista e não poucos esquerdistas brasileiros – caso notório da deputada psolista Talíria Petrone que havia, pouco antes, pleiteado junto à ONU intervenção internacional no Brasil.
Como sabemos, Macron levou a pior. Mas Osmarina da Silva, tal e qual uma mariposa ansiosa por holofotes, num gesto de oportunismo e possivelmente olhando para 2022, saiu de seu casulo e decidiu dar um pitaco na situação, criticando o Ministro Ricardo Salles e o governo de Bolsonaro por extensão. Afinal, ela deve acreditar que Amazônia e meio ambiente são a praia dela.
Nesse vôo para a visibilidade, Osmarina não poupou críticas ao Ministro Ricardo Salles. Foi exagerada e cruel em sua análise ao afirmar que ele “cometeu todos os erros” e, declarando-se triste e indignada, fez numa entrevista para a BBC Brasil de 23 de agosto último, a seguinte afirmação:
“Para quem trabalhou e conseguiu, por políticas públicas, uma redução de 83% de desmatamento durante dez anos é muito triste ver tudo isso virando cinzas.”
Para Marina, em seu momento de indignação, Ricardo Salles não cometeu apenas erros, mas cometeu todos os erros. Ela presunçosamente colocou-se como uma espécie de juíza do que é bom e certo em termos de políticas ambientais no Brasil. No dizer dela, Ricardo é, senão o único, o principal responsável pelas queimadas e autor de uma catástrofe ambiental. Na opinião dela, ele, em poucos meses, foi o destruidor da obra de uma década, do legado de uma gestão que, num acesso de auto-indulgência, só faltou qualificar como magnífico. Sob forte pressão, não tenho dúvidas que tais críticas contribuíram para o quadro de estresse que levou o Ministro Salles a uma internação de emergência em Brasília, no último final de semana. Deve ter sido a gota d’água para ele.
Quase imediatamente não faltou quem contestasse Marina em relação à dureza das críticas, pois é notório o trabalho dedicado e competente que Ministro vem realizando. Contudo, o melhor argumento foi apresentado com precisão cirúrgica pela combativa Deputada Federal pelo PSL, Carla Zambelli, que em sua página no Twitter indagou anexando um gráfico:
“Será que a REDE vai explicar para o Brasil por que houve recorde de queimadas em 2004, 2005 e 2007, anos em que quem estava à frente do Ministério do Meio Ambiente era ninguém menos do que MARINA SILVA?”
Bingo! Essa é a pergunta que não quer calar e que a desprestigiada Marina deveria responder antes de efetuar ataques peçonhentos a quem quer que seja.
Para agravar, volta à baila o processo no qual Fabio Vaz de Lima, atual marido de Marina, é réu por corrupção na Justiça Federal do Maranhão, além da suspeita – jamais confirmada – de que ele tenha se envolvido na extração ilegal e contrabando de madeira no Acre, em 2003, quando sua mulher era Ministra.
É, caros leitores, se faltava alguma coisa para enterrar de vez o prestígio de Marina Silva, demonstrando a fragilidade dela em questões ambientais, sua única e recorrente bandeira, agora não falta mais. Vamos esperar. Quem sabe ela consiga se eleger novamente a algum cargo. Afinal, dizem que o brasileiro tem memória curta.
Laerte A. Ferraz, para Vida Destra, 29/08/2019.
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