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Meritocracia

No dia 19/09 o Magazine Luíza tomou a decisão de colocar apenas negros no próximo programa de trainees causando muita polêmica nas redes sociais, e fora dela, por racismo reverso. 

Segundo a Juíza do Trabalho aposentada Silvia Mariózi, em postagem no twitter, no dia 20/09, o caso se trata de racismo, em seleção de empregados.

Realmente, não passa de mais um caso de racismo reverso claro, disfarçado de cotas, e ainda é uma discriminação contra os negros, pois dá a nítida ideia de que os negros, que se inscrevem para o programa, têm menos capacidade do que os brancos. É só pensar que, se queriam negros na campanha, bastaria seleciona-los num processo normal.

O sistema de cotas é a contraposição à meritocracia.

Meritocracia é uma palavra formada por “mereo” (ser digno, ser merecedor) e o sufixo grego “kratos” (poder, força), ou seja, trata-se do alcance do poder através do merecimento.

Segundo essa linha de pensamento, os objetivos são atingidos por aqueles que se dedicam e se esforçam em medida suficiente. Portanto, devem ser premiados e bonificados de maneira proporcional.

Segundo a historiadora Juliana Bezerra o conceito começou a surgir após a Revolução Francesa:

Com a ascensão de Napoleão Bonaparte, o novo dirigente da França decretou que a origem de nascimento não contaria mais para o ingresso nas carreiras públicas. A partir daquele momento, não seria feita distinção se a pessoa veio de uma família nobre.” 

Por este princípio todos deveriam ascender socialmente através do esforço próprio. Essa foi uma ideia que perpetuou no século XIX, em vários países, e encontrou grande acolhida nos Estados Unidos.

Acontece que esse método encontra muitas resistências de algumas pessoas, principalmente, aqui no Brasil. 

Dizem que as diferenças sociais, econômicas e psicológicas são fatores que impedem o crescimento individual. 

Mas, veja que, para mostrarem a desigualdade, colocaram nesta charge uma mulher negra em uma pista cheia de obstáculos. Numa clara alusão a grupos minoritários, como se só negros, mulheres e pobres, tivessem dificuldades.

Vamos fazer um exercício para melhor compreensão, usando a mesma charge.

Pense na seguinte situação: duas pessoas saem de uma mesma linha de partida e correm em direção à chegada. Vence quem chega primeiro, certo? Nesse sentido, é mérito do vencedor a sua vitória. Ou, em outras palavras, ele venceu porque se esforçou, mereceu.

Penso que, nesta linha de largada só haverá desigualdade se falarmos em relação aos estudos. E mesmo assim, aqui abro um parêntese, para o fato de vermos na mídia diariamente, indivíduos que mesmo estudando em escolas públicas a vida inteira, conseguiram se superar. Da mesma forma como existem indivíduos que estudaram a vida toda em colégios particulares e jamais conseguiram, conforme o mérito de cada um.

Cito aqui, como exemplo, Joaquim Barbosa:

Ministro e presidente do STF(por indicação), filho de um pedreiro e uma dona de casa, é o mais velho de oito irmãos, estudou a vida toda em escola pública,  Ingressou na Universidade de Brasília, formou-se em Direito, obteve em seguida o mestrado em Direito de Estado. Foi aprovado no concurso para oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, serviu na Embaixada do Brasil em Helsinki, na Finlândia, foi advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) e foi aprovado no concurso para procurador da República.”

Acredito nessa desigualdade em relação aos estudos, e para mim, imagino  três formas de amenizá-la, para o ingresso ao estudo superior: a principal e mais importante, o aperfeiçoamento e melhora do ensino público (seria o ideal) – na falta ou até se alcançar este aperfeiçoamento – cotas para o ensino público (não por cor, raça ou gênero, mas por origem de estudo: particular ou público), ou dando peso diferenciado para notas de alunos de escola pública.

Penso que as cotas são mais injustas que a meritocracia. Por muitas vezes, o negro que teria condições de entrar na faculdade pelos meios normais (mérito), se utilizou do sistema de cotas, tirando a chance de outra pessoa, negra ou branca, que teria direito a tal vaga.

Imagine a situação do RS! Quantos meninos e meninas pobres, descendentes de alemães e italianos, deixam de entrar na faculdade, porque que metade das cotas de escola pública são reservadas às cotas raciais?

Para mim, dar mérito (ou cota) por raça, gênero, descendência, procedência, ideologia e religião, são formas de discriminação reversas. 

E, ao mesmo tempo, incentiva o indivíduo a não ser esforçar (ou seja, não buscam o mérito), pois sempre ficarão dependentes de uma cota para lhe abrir uma porta, uma vaga na universidade, uma promoção, ou um emprego.  

Por fim esta metodologia de cota às minorias, muitas das vezes, acaba sendo responsável por formarmos profissionais medíocres e/ou desinteressados.

 

Adilson Veiga, para Vida Destra, 22/09/2020
Vamos discutir o Tema. Sigam-me no Twitter @ajveiga2 e no Parler @AJVeiga

22 COMMENTS

  1. Por fim esta metodologia de cota às minorias, muitas das vezes, acaba sendo responsável por formarmos profissionais medíocres e/ou desinteressados. ???????????????Perfeito!!!!

  2. Essa empresa quis fazer média porque a moda é defender negros, live matters, etc. O processo da desigualdade está no ensino fundamental devido a baixos salários dos professores, assim não atrai talentos. A maioria dos alfabetizadores são mulheres, por que? Texto excelente para discussão, parabéns!

  3. São tantos passivos a justificar cotas. Temos cotas para negros em Universidades Públicas; cotas para serviço público; cotas para mulheres candidatas a deputadas; e agora Lewandowski incluiu cotas para negros. A meritocracia é alijada! Sem falar do famoso QI (Quem indica).

  4. Parabéns, Veiga! Certeiro, mais uma vez!
    É muito importante falar do assunto desta forma, de modo direto e sem medo, diante do politicamente correto. Bravo!

  5. Perfeita análise, Veiga. O que precisamos é de justiça e oportunidades iguais para todos, independentemente de sexo, raça ou credo. Estabelecer cotas é nivelar por baixo e tirar o mérito de que se esforçam mais; é considerar que alguns seres são, naturalmente, menos capazes que outros. Se os mais pobres – e não apenas algumas raças – tiverem oportunidades iguais aos mais ricos, garantidas pelo Estado no ensino básico e intermediário, bem como na satisfação das necessidades básicas – alimentação, saúde, saneamento básico, transporte – não haverá necessidade de cotas. Estabelecer cotas raciais é racismo e o discurso de ações afirmativas visa a legalizar isso para fortalecer a “luta de classes”. Basta ler a Constituição e verificaremos que não há dúvidas quanto a isso, apesar de o STF ter distorcido a letra fria da Lei por questões ideológicas. O problema é que a esquerda acabou com a educação pública (Paulo Freire) e promoveu a glamourização e a perpetuação da pobreza para dela se beneficiar eleitoralmente e implantar o comunismo no País.

    • Bom dia meu amigo!
      Eu estou sabendo. O pior, com isso, dizem que por ser negro, o cara não tem condição de disputar com outro. Clara descriminação!

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Pai de família, conservador e cozinheiro nas horas vagas.