Prezados leitores, apresentamos abaixo a segunda parte desta excelente reflexão e análise! A primeira parte pode ser lida aqui! Apreciem!!!
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Contudo, essa ação dissimulada não aconteceu do dia para a noite. Antonio Gramsci ficaria orgulhoso com a frieza e com a precisão dos planos de destruição dos alicerces do povo brasileiro: infiltraram lideranças, inventaram causas, formaram movimentos e atacaram a base de tudo que era importante, notadamente, a família e a religião, com o objetivo final de implementar um regime verdadeiramente fascista de dentro do sistema para fora, enquanto ocupavam a cabeça dos cidadãos com discussões infrutíferas. Ainda hoje isso ocorre com o debate sobre o uso da linguagem neutra ou “meninos vestem azul, meninas vestem rosa”, por exemplo.
Dessa forma não foi sequer necessário pegar em armas para fazer uma revolução. Isso é perigoso e ainda sempre há o braço armado do Estado, vocacionado para desarticular a perturbação civil e restabelecer a lei e a ordem. Outra tarefa que vem sendo bem executada é o “dividir para conquistar”: negros contra brancos, mulheres contra homens, homossexuais contra heterossexuais, sociedade contra polícia, filhos contra pais, ciência contra a fé, pobres contra ricos, etc. Sun Tzu, comandante do Exército Chinês meio século antes do nascimento de Jesus Cristo, ficaria de bochechas coradas com a luta moderna “sem desembainhar a espada”. A extrema imprensa também foi e é fundamental para colocar tudo isso em prática de forma massiva, espalhando desinformação na velocidade da internet. A política se aproveita da fraqueza mental e moral daqueles que logrou êxito ao cooptar para garimpar novos problemas e criar rótulos para sustentar as narrativas.
Nas universidades, jovens apaixonados por um mundo mais justo e revoltados com o sistema opressor, cujos pais ausentes os colocam cada vez mais distantes do seu núcleo de segurança, caem nos contos e nas histórias contadas e recontadas pelos livros e reforçadas pelos professores. A Igreja, que cada vez perde mais e mais fiéis, se adapta aos conceitos mundanos para tentar compensar a balança negativa. Os políticos, cada um mais bem-intencionado do que o outro, mantêm no cabresto o seu nicho social. Lula tinha o povo pobre do sertão. Fernando Haddad e Freixo têm os universitários. Manuela D’Ávila tem as feministas. Guilherme Boulos tem os sindicatos e movimentos sociais tipo MST. Marielle Franco tinha os movimentos negros e a comunidade LGBT. E por aí vai!
Assim, para cada grupo funcionar (ou nicho, como eu prefiro chamar), é preciso um tipo bem específico de combustível: as narrativas. Sempre com o ideal de causar furor, revolta e comoção. Por isso o interesse de manter o racismo vivo (não que ele não exista). Racismo, aliás, que não é racismo, né? Já falamos sobre isso. Na maioria das vezes que se toca no assunto, é por uma questão de “injúria racial”: proferir ofensas com motivações na raça ou na cor do ofendido.
Kassio Nunes Marques, Ministro do STF, falou recentemente sobre isso, em uma matéria publicada no portal de notícias UOL: “injúria racial não é racismo”. Isso está valendo, pelo menos até o STF reinterpretar a lei (coisa que ocorre com uma estranha e certa frequência). Obviamente, o esclarecimento da diferença entre ambos os termos não contemplam a agenda esquerdista. Isso enfraqueceria as narrativas. Aliado a tudo o que já foi dito, está o conceito da “vítima”, que quase sempre obriga alguém (na maioria das vezes o Estado ou os “mais privilegiados”) a fazer por ele aquilo que ele próprio deveria fazer. Assim, quem compartilha desse tipo de ideia, admite um Estado grande e interventor, a um passo do autoritarismo. Os políticos com tendências totalitárias agradecem a existência de idiotas úteis!
Por último, e ainda sobre as narrativas criadas na bolha, que atingem uma pequena, mas significativa parcela do público-alvo da burguesia moderna dentro dela própria (por isso uma bolha), é fácil perceber a transformação de peças importantes da esquerda naquilo que eles dizem ainda combater (afinal a narrativa nunca pode parar). “Revolta é o espírito da negação. E o homem é a única criatura que se recusa a ser o que é”, escreveu Diogo Chiuso, em um artigo publicado na Gazeta do Povo. Assim, entra em crise a canhota brasileira e renasce uma classe média que hibernava enquanto quadrilhas saqueavam o país. Agora, a última pá de terra de Diogo Chiuso:
“A crise da esquerda começou quando ela se tornou a burguesia que dizia combater. Compreender isso será difícil – e dolorido – para essa nova geração de militantes de DCE que se porta como uma aristocracia burguesa estudantil, e vive falando da periferia, mas nem sequer sabe o caminho que leva até lá”.
Contudo, as narrativas continuam a ser elaboradas e mártires a ser criados (George Floyd, nos EUA; Beto (do Carrefour) e Zumbi dos Palmares, no Brasil; todos os heróis negros com uma extensa ficha criminal, são alguns exemplos).
Para completar, ainda temos que observar passivos a atuação usurpadora e golpista do Poder Judiciário, na figura central do STF; o Congresso Nacional procrastinando deliberadamente pautas importantes para o país; as sistemáticas censuras que as redes sociais têm imposto aos conteúdos conservadores; a atividade legitimadora de desinformação das agências de fact-checking; e o crescimento de grupos terroristas com modus operandi violentos e covardes, que continuam a arrastar multidões de militantes e, paradoxalmente, atuar em nome do binômio igualdade e justiça social.
Esses que não se permitem uma autocrítica de suas próprias ações, validadas pela opinião pública, influenciadores e mídia são, de fato, os peões em crise existencial: pensam, que são todos rainhas em cima de um tabuleiro de xadrez.
Por Diogo Marques, para Vida Destra, 13/01/2021.
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Excelente, partes I e II
Parabéns
Excelente!!!! Tenho 54 anos e ainda estou despertando de um sono profundo em berço esplêndido. Assistia a tudo da minha janela, mas não imaginava que invadiriam meu lar seguro. Até que minha filha entrou numa UF… Perplexa, hoje tento reagir e combater o monstro que sempre esteve no meu quintal.