Alguém pode me apontar quais foram os políticos da esquerda que pediram a cabeça de Ernesto Araújo ou de algum dos outros membros do governo que deixaram suas funções nesses últimos dias? Certamente você só viu a comemoração dos cleptocratas nas redes sociais e na imprensa militante. Porém não passou disso.
Aquilo que apontávamos como um risco necessário de se correr em nome da “governabilidade”, mostrou-se uma realidade. Mas como tudo em política pode ser usado de modo perverso e desonesto, a turma do “nem lá nem cá” andou mexendo as peças para reativar o “toma lá, dá cá”.
O que me aborrece é ver figuras como Felipe Moura Brasil, um agente tucano na imprensa, postar algo que, assim como Olavo de Carvalho concorda, talvez milhões de eleitores de Bolsonaro também concordam, quando afirma que o chefe do executivo se curvou ao centrão, distribuindo cargos no governo. O que se pode depreender é que, assim como a reação dos eleitores de Bolsonaro pode desgastá-lo, também pode haver um desgaste nos outros ministérios do governo. Digo isso pois abre-se uma brecha para que os opositores do próprio centrão vejam oportunidade para dilapidar o governo ao ponto de torna-lo insustentável, levando suas bases a ruírem. Veja, por exemplo, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), numa publicação que beira o deboche, parabenizando Bolsonaro pela decisão de trocar o chanceler Ernesto Araújo e dando a famosa “cutucada” para que o presidente proceda com a retirada de Ricardo Salles da pasta do Meio Ambiente.
Não costumo enxergar as influências de membros do centrão como possíveis formas de garantir a governabilidade. Veja os nomes de figuras que se dizem do centro na política: Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, João Dória, Eduardo Leite, Amoedo e etc. Qual desses nomes pode trazer esperança de termos um país livre das quadrilhas e dos quadrilheiros?
Mas a governabilidade ainda é reivindicada para explicar o afrouxamento daquilo que batizaram como a “ala ideológica” do governo Bolsonaro. Seria a ala ideológica a união daqueles que possuem o pensamento de 57 milhões de brasileiros? Ou ela seria o grupo que manifesta disposição de colocar para correr aqueles que saquearam o Brasil nas últimas décadas? Assim como no passado a esquerda, apoiada pela imprensa, apelidou de mão de ferro, ala radical e outros nomes pejorativos os seus inimigos ideológicos, hoje vemos a mesma trupe dando nome de bancada da bala, ala ideológica, radicais de extrema direita, autoritários, fascistas e etc., fazendo exatamente como manda a cartilha. O problema, para eles, é que a internet popularizou e diversificou os meios de informação. A esquerda tenta emplacar as agências checadoras de fake News, mas isso nada mais é do que a tentativa de ter o monopólio das narrativas. A verdade passa a ter quem a referende.
O fato é que os rumos estão mudando, e ao que parece não haverá mais, nunca mais, o monopólio das narrativas. O centrão continuará sendo desmascarado e colocado em seu devido lugar, ao lado de seus irmãos siameses, os partidos da esquerda. Não haverá mais espaço para isenção. Ou esquerda ou direita. Não existe nada que possa ser considerado meio termo.
Davidson Oliveira, para Vida Destra, 08/04/2021.
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Crédito da Imagem: Luiz Augusto @LuizJacoby
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Se o “centrão” fosse solução, Temer estaria governando até hoje. Nem ele, que fazia parte da cleptocracia, conseguiu governar, pois as demandas são insaciáveis. Não há mais composição possível: o Brasil está dividido entre os corruptos e os que querem acabar com eles. Resta ver quem ganha. Concordo com tudo o que vc colocou, Davidson. Parabéns.
Neste extraordinário artigo de @ProfessorDavi16 sobre o Centrão e o seu “Modus Operandis” faz-se necessário que aqueles que querem correr daqui os que saquearam o Brasil, apoiem massivamente a campanha do voto impresso e auditável existente no link https://bityli.com/campanhavotoimpresso.