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O homem paciente

“O homem paciente dá prova de bom senso; quem se arrebata rapidamente manifesta sua loucura”   (Pr 14,29)                                                                

Muitos pensam na eleição de Jair Bolsonaro como uma catarse capaz de superar, na imaginação, os traumas, medos e frustrações dos anos anteriores.

Alguns sonhavam com o dia em que o Presidente iria disparar uma metralhadora em Brasília, enquanto outros com ele, em pessoa, dirigindo um tanque pelas largas avenidas da Capital Federal, fazendo disparos.

Ocorre que estes brasileiros – apesar de serem cristãos, defenderem suas famílias e, também, o direito a vida – não são conservadores.

Conservadores fazem de tudo para ir reformando e restaurando o que for possível e mudar o que não está bom, de modo suave. Nunca de forma abrupta e JAMAIS de forma violenta.

Muitos não entenderam que Bolsonaro está jogando xadrez e não lutando boxe. Apesar de serem esportes (ok, tabuleiro não inclui atividade física, mas é uma competição), são totalmente diferentes. 

E a estratégia do Presidente é uma arma simples, lenta, mas eficaz: a paciência.        Sufocar os inimigos da nação pela abstinência de propinas e roubos. Roberto Jefferson disse, em live-entrevista, que “Bolsonaro não rouba e nem deixa roubar”.

Isto me lembra que, há cerca de 20 anos, uma das primeiras coisas que aprendi com o Prof. Olavo de Carvalho foi sobre a capacidade do filósofo, que deve ser estendida a todos, em aceitar o estado da dúvida.

Para ele, quanto mais se desenvolve a inteligência, mais se é capaz de aceitar que certas situações devem permanecer no breu da dúvida e da investigação. Portanto, os inteligentes conservadores observam com atenção e expectativa – sem emitir opiniões precipitadas nem agir prematuramente – as ações do Presidente.

Já os menos inteligentes, com o desejo de uma resposta rápida para acalmar seus corações, não aguentam a espera e, infelizmente, podem ser arrastados por infiltrados e isentões a excitar sua ira contra o Capitão. 

E mesmo entre os que dizem apoiar Bolsonaro, existem os que clamam por um novo AI-5, especulam sobre o famoso Art. 142 da Constituição e até falam em STM – Superior Tribunal Militar, misturando conceitos com sentimentos – como quem prepara uma salada de frutas. A cada lance sórdido da política, que infelizmente não faltam, eles pensam: “Chegou a hora!”           

Alguns sustentam que não há porque temer afugentar investidores no caso de uma intervenção militar profunda, tipo golpe de estado, pois estes “não se importam” – já que investem até na ditadura chinesa. Mas, vejamos os fatos: após 1964, os investimentos no Brasil demoraram três anos para se consolidarem. Três anos, na atual conjuntura, significam jogar o país em uma convulsão social. 

Para fins de registro, todos devem saber que a esquerda torce e tem forçado ao máximo para que Bolsonaro se lance numa cruzada militar de modo que “confirmem” suas teorias de que é um ditador. Além disso, não podemos negar os riscos de uma onda progressista, como ocorreu em 1964: o Brasil se estatizou pavimentando o terreno para a esquerda entrar e apenas continuar no mesmo caminho, já que o controle estatal também é um sonho socialista.

O problema já foi explicado por Paulo Eneas, do site Crítica Nacional: se houver Intervenção Militar haverá convocação de novas eleições em seis meses, sem a participação do Presidente deposto. Que é exatamente tudo o que a esquerda quer! A esquerda sabe que não tem ninguém para vencer Bolsonaro em eleição direta!

Veja matéria completa: https://criticanacional.com.br/2019/06/23/sobre-intervencao-militar-constitucional-via-artigo-142/

Fora que a esquerda nasceu da clandestinidade e já tem um “manual” de sobrevivência centenário (os textos de Marx-Lenin). Nós não saberemos como estarão agindo e tramando. 

Mas, essa hora não deve vir.

Em entrevistas, o Presidente já descartou  o uso do Exército – exceto em situações pontuais, de gravidade justificada e de modo constitucional. Ele sabe que se der um passo em falso, pedirão impeachment fundamentado.

Não adianta! O paraquedista não se precipita.

Notem que, ontem, dia do Exército, enquanto noticiavam que maia, alcolumbri, toffoli e tutti quanti se reuniam na casa do presidente da Câmara, também noticiaram que Bolsonaro se reuniu com militares, após falar à uma multidão defronte o QG de Brasília.

É assim que se joga o Xadrez Político!

E isso, realmente, irrita a esquerda. Por isso eles se dão ao trabalho de insuflar estes dois grupos da Direita a ter uma reação emocional, através de ataques na extrema imprensa ou por atos nada republicanos no Congresso. Instigam a ira para aplacar um sentimento de frustração de uma imagem idealizada em sonhos. Note que a ira é o instrumento preferido da esquerda marxista para jogar uns contra os outros, a famosa luta de classes – um instrumento diabólico.

Mas, deveriam ficar frustrados? Penso que não. 

As emoções turvam a visão das coisas e é exatamente no que a esquerda aposta para tentar tirar o apoio popular, já que sabem que a imensa maioria da população está apoiando Bolsonaro, como se vê nas várias manifestações já ocorridas.

O Presidente está cumprindo o que prometeu e está jogando com paciência, cortando verbas que a mídia recebia para fechar os olhos diante dos descalabros. Por quê nunca pensaram em investigar o partido dos trabalhadores na era petista? 

Os ataques incessantes da mídia contra o Presidente vem daí: as torneiras estão fechando lentamente. Eles sabem que, não sendo competitivos e perdendo diariamente a credibilidade, logo a falência virá bater às portas.

E quanto ao toma-lá-dá-cá? A farra dos congressistas com os Presidentes do passado acabou. Não há casos de corrupção. Não há troca de apoio político por ministérios – leia-se: loteamento de estatais e manipulação de gordas verbas para fins duvidosos.

Bolsonaro declarou guerra a hegemonia ideológica que reinava num país presidencialista, regido por uma Constituição parlamentarista, que rasgou o resultado do referendo popular e amordaçou qualquer presidente que venha a se eleger, ignorando a vontade do povo. Vale a pena ler A Constituição contra o Brasil, de Roberto Campos para ver quão complexa é a nossa situação constitucional.

No STF há outro jogo de xadrez. A discutida nomeação de Aras para PGR acabou se mostrando acertada. Ademais, vários ministros irão sair e, quando menos esperarmos, teremos uma configuração totalmente nova, com indicações bem mais conservadoras feitas por Bolsonaro.

Lembrando que, se as eleições fossem hoje, o atual Presidente se reelege com folga no primeiro turno ainda por cima.

Entendem por que o Presidente joga uma partida de xadrez, que pode durar horas, e não boxe, que pode nocautear ou ser nocauteado em minutos? Não é uma batalha, é uma guerra!

Olavo de Carvalho já explicou que, enquanto Bolsonaro tiver o POVO e o EXÉRCITO com ele, não tem como ser derrubado. E eu, humildemente, desenho a explicação: se nós, povo brasileiro que o elegeu, não arredarmos o pé em nosso apoio ao Capitão, então o Exército continuará a defendê-lo, pois é missão dos militares defender o povo e seu bem-estar.

Dito de outra forma, o Exército está com o povo quando este apóia seu Presidente.                    Agora, o mais importante é manter e aumentar o apoio popular ao Presidente! Seja nas redes, seja no boca a boca.

Se tentarmos, ingenuamente, resolver tudo de uma só vez, morderemos a isca da esquerda e  poderemos ter surpresas. Deixo para refletir, outra passagem bíblica (Dt 7,22), em que Deus nos ensina a ter paciência para que o mal esquerdista não cresça e se volte ainda maior: 

“O Senhor expulsará pouco a pouco essas nações diante de ti; tu não as destruirás de uma só vez, para que não se multipliquem as feras ao redor de ti.”

Por isso temos que saber jogar o jogo. Ler a Arte da Guerra, de Sun Tzu que fala sobre conhecer a si mesmo e aos nossos inimigos. Estudar para falar com propriedade! Temos de ter paciência, pois a estratégia da esquerda gramsciana de ir lentamente ocupando espaços, levou décadas para se concretizar e, infelizmente, levaremos o mesmo tempo para desmontar.

Vamos jogar com o regulamento debaixo do braço (a CF) e tentar modificá-la enquanto isso: diminuir impostos, enxugar o tamanho do Estado, desarmar o ativismo judiciário e tantas outras urgências.

Principalmente, é preciso que os conservadores abraçem a vida política, se lancem candidatos e sejam apoiados por outros conservadores – para continuarmos a limpeza iniciada em 2018.

Ah! É bom nunca esquecer do que revelou Ulisses Guimarães. ?

É hora dos conservadores saírem do lugar e mostrarem sua inteligência. Avante!

 

Angelo, para Vida Destra, 20/04/2020

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Engenheiro, católico atuante, conservador e estudioso do marxismo. "A verdade liberta".