Eu poderia começar a analisar os resultados do IDEB, recentemente divulgados, do ponto de vista técnico, já que essa é uma ação para qual tenho autoridade. Mas quero me dar ao luxo de observar a melhoria dos números do IDEB de 2019 por uma ótica um pouco mais próxima da realidade política do Brasil. Quando digo realidade política, estou me referindo ao contexto administrativo da educação, de um modo geral.
O IDEB (índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é o termômetro que mede o desempenho dos estudantes brasileiros por meio de instrumentos avaliativos desenvolvidos pelo MEC. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) é responsável pela coleta, organização e divulgação dos dados e resultados.
A imprensa tradicional, geralmente propensa a fazer oposição ao Presidente da República, divulgou os resultados com algumas claras tentativas de denegrir ou depreciar a melhoria nos números do ensino fundamental e do ensino médio. Aparentemente esse resultado não era esperado, já que essa mesma imprensa atacava o ex-ministro da educação, Abraham Weintraub, de forma ininterrupta, dado seu comportamento polêmico, carregado de desejo de lutar contra a esquerdização da educação brasileira.
Veja o título da notícia dado pelo jornal O Globo:
“Ideb revela a melhora no ensino médio e o desafio da pandemia
A persistente omissão do MEC comprova que a Educação não tem mesmo importância para o governo” (O GLOBO) (Grifo meu)
https://oglobo.globo.com/opiniao/ideb-revela-melhora-no-ensino-medio-o-desafio-da-pandemia-24641592
A notícia, aparentemente, não agradou os veículos de comunicação viúvos dos tempos de torneira de recursos públicos aberta. O país parece ter uma série de pessoas, partidos, políticos e veículos de imprensa que não suportam qualquer vitória do atual governo, visto que, ao que parece, cada avanço de Bolsonaro representa uma forte derrota para o establishment político e ideológico.
De certa forma o Brasil, de fato, não tem ainda muito o que comemorar. Mas vale lembrar que a educação brasileira ainda não se livrou dos parâmetros de doutrinação marxistas vigentes com o modelo socioconstrutivista de Paulo Freire. Não pense você, caro leitor, que a subida de um presidente conservador ao poder trouxe, em pouco mais de um ano e meio, qualquer tipo de mudança de rumos, pois não trouxe. Posso afirmar que a própria consagração do BNCC (Base Nacional Comum Curricular), vigente desde o governo Temer, é a prova de que a esquerda ainda dominará a educação por meio deste instrumento.
Então devemos ou não comemorar os números do IDEB? Eu afirmo que, do ponto de vista político, sim, mas como avanço educacional, não. Mesmo porque os números do ensino médio no Brasil foram de 3,8 para 4,2, o que fica muito longe da meta estabelecida em 2019, de 5,0, numa escala de zero a 10. Antes de chegar a 3,8 em 2017, o IDEB do ensino médio brasileiro ficou estagnado em 3,7 de 2011 a 2015.
Qualquer brasileiro pode me questionar sobre o fato de eu ter afirmado que o BNCC ainda continua sendo um instrumento de esquerdização da educação e mesmo assim os números melhoraram. Se me pedirem explicações sobre a melhoria dos índices do IDEB em 2019, posso afirmar que foi um reflexo da mudança política no país. Digo isso pois percebo que a doutrinação que ocupava a maior parte do tempo das aulas, no passado, passou a ser feita em menor intensidade (mas não deixou de ser feita) visto que o assunto acabou ganhando destaque, sobretudo na gestão Weintraub. Foi posto um freio moderado na doutrinação. Em pouco tempo de governo Bolsonaro as escolas passaram a ser mais pressionadas para atingirem as metas estabelecidas e melhoraram. Convido o leitor a pensar como seria se a doutrinação marxista de Paulo Freire fosse totalmente extirpada da educação brasileira. Certamente teríamos resultados muito mais satisfatórios.
Ainda vejo a necessidade de lembrar que, mesmo não atingindo a meta, o atual governo federal consegue o melhor resultado dos últimos anos no IDEB. Por mais que não seja motivo de grande exaltação, me atrevo a conduzir o leitor a pensar sobre dois pontos fundamentais. O primeiro é a eficiência do serviço prestado. A LDB garante que o padrão de qualidade do ensino deve ser assegurado a todos os usuários do sistema público de educação, em seu artigo III, no inciso IX. Essa qualidade deve fazer parte dos objetivos cobrado por parte dos gestores públicos de educação. A exigência da qualidade do ensino deve ser constantemente cobrada, fiscalizada e realizada. Com a saída do PT do governo federal e com a chegada de novos gestores ao poder em alguns Estados, a educação começou a ser gerida de forma mais técnica, como serviço público essencial, e assim a cobrança aumentou, principalmente por conta da distribuição de recursos. Portanto, num primeiro momento podemos atribuir a melhoria do IDEB a mudança do modelo de gestão.
O segundo é a divulgação e a popularização dos números anteriores. O último processo eleitoral trouxe o povo para mais perto de áreas antes negligenciadas. O cidadão comum agora sabe quem é o ministro da educação, ouviu falar de doutrinação, aprendeu sobre a situação que o PT levou as universidades brasileiras, passou a fiscalizar o que os professores estão oferecendo aos filhos na escola. Isso pesou muito no resultado, já que escolas e professores se viram como funcionários públicos com metas a cumprir. Repito, a doutrinação não acabou; inclusive em alguns setores sindicais e associações de professores existe um ímpeto de “resistência” ao que o jornalista Leonardo Fiuza chama de “fascismo imaginário”. Porém, sendo fiscalizados pelos pais, os professores não veem outra alternativa senão ensinar o que é necessário para que os índices do IDEB melhores e não ideologias políticas.
Davidson Oliveira, para Vida Destra, 16/9/2.020.
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Excelente artigo, que ajuda a compreender a realidade da Educação brasileira!
Mais uma vez contando com seu apoio, amigo Sander. Obrigado
Excelente! Parabéns!
No artigo de @ProfessorDavi16 em que trás notícias alvissareiras s/as melhoras nos números do IDEB, temos que ficar c/um pé atrás como bem ressaltado sobre a BNCC, ainda mais que o Ministro da Educação se reuniu c/representantes da Fundação Lehman a respeito deste tema.
Excelente explanação! Parabéns!
Obrigado Mônica
Professor Davidson parabéns pelo artigo! A recuperação da educação no Brasil a um nível aceitável será um processo lento, doloroso e difícil. Na minha opinião temos que focar nesse primeiro momento a pré escola e o ensino básico. Voltar a formar crianças com capacidade de ler e entender e firmeza nos conhecimentos básicos de matemática. Forte abraço.
Verdade! Sobretudo pelo BNCC que é um instrumento de esquerdização da educação (Legalizado)
ótimo artigo! Eu postei ontem um comentário, mas por algum motivo não apareceu.