O tema de meu artigo de hoje ainda é sobre… Pandemia. Como poderia ser diferente, certo? E minha conclusão sobre isso é que essa pandemia traz consigo um mal maior que é bem mais que uma simples possibilidade, mas uma realidade que caminha paralelamente a expansão do contágio pela COVID-19 e que pode agravar severamente seus maléficos efeitos. Acompanhem.
É notório que a atual pandemia deixou de ser apenas um problema de saúde pública para ganhar viés político. Os opositores ao atual governo e os oportunistas políticos estão vendo nela uma brecha para colocar a opinião pública contra o governo, tanto questionando toda e qualquer decisão, quanto todo e qualquer pronunciamento do Presidente sobre o assunto. Esses sabem perfeitamente que nada melhor que o pânico e a paranoia, uma forma de irracionalidade, para minar a imagem e aprovação de uma liderança. É o estilingue que precisavam para tentar quebrar essa aparamente indestrutível vidraça, estimulado por uma imprensa que mais quer manipular que informar.
Bastou Presidente tentar conter o pânico e minimizar os possíveis malefícios da pandemia, sugerindo a adoção do confinamento vertical, isto é, para as pessoas inseridas nos grupos de risco, para que a oposição e os oportunistas adotassem como verdade absoluta a necessidade de um confinamento horizontal, imposto por decreto, como se fosse possível parar o país por tempo indeterminado. E a questão se polarizou.
Aqueles que procuraram se informar sobre a eficácia de cada uma dessas possibilidades sabem que há doses de razão entre os defensores e detratores delas. Vamos analisar.
Enquanto não surgir uma vacina eficaz contra a COVID-19, seguido de uma intensa campanha de vacinação em massa, a tendência é que todas as pessoas sejam, em maior ou menor grau, expostas ao vírus que é altamente contagioso. Há vários países trabalhando arduamente na elaboração de uma vacina, mas até mesmo os mais otimistas falam em prazos que vão de vários meses a mais de um ano para isso.
Como não é possível parar um país por longos períodos, é presumível que um confinamento horizontal, generalizado, não poderá ser mantido indefinidamente, mesmo que possa ser considerado eficiente na contenção da expansão da pandemia. Essa é uma evidência que se impõe por simples questão de lógica, pois o vírus, uma vez instalado entre a população, jamais desaparecerá completamente a menos que surja uma vacina eficaz, como aconteceu com a varíola, o sarampo e a poliomielite, em certa medida. Assim, o único efeito presumível do confinamento horizontal é diluir o número de contágios e fatalidades por um período mais longo e com sucessivas ondas de contágio. Os efeitos disso seriam devastadores, como veremos adiante.
Por outro lado, o chamado confinamento vertical que atinge os grupos de maior risco e pressupõe a voluntariedade e que tem sido defendido pelo Presidente, poderá resultar numa antecipação da fase de pico de contágio. Isso tem como agravante acelerar o número de casos e de fatalidades, sobrecarregando os serviços de saúde pública. Entretanto, caso isso ocorra, a chamada “imunidade social” acontecerá mais rapidamente, sem os efeitos perversos que as pouco sensatas propostas de parar o país contêm. É bem verdade que isso faria que, por um tempo, os números de casos e de fatalidades assumissem proporções alarmantes, aumentando o pânico e a paranoia, mas não mudaria as estatísticas de que o índice de sobrevivência à COVID-19 é de 95% em média. Resumindo: a intensidade seria maior, mas por um tempo mais curto, sem o lado perverso do confinamento horizontal que é o impacto econômico.
Como o confinamento horizontal pressupõe a interrupção de todas as atividades não essenciais, é evidente que o reflexo sobre salários e empregos seria terrível, atingindo vários milhões de famílias. Isso afetaria, em pouco tempo, não apenas pequenas e médias empresas, mas diversas categorias profissionais, começando exatamente pelos menos favorecidos sociais. É previsível que a adoção dessa medida, acabaria por impactar grandes empresas e mesmo diversos setores produtivos, incluindo o comércio, a indústria e até mesmo o agronegócio, cujas conseqüências mais funestas seriam a carestia, o desabastecimento, a fome, o enfraquecimento das resistências físicas da população e, por isso, ainda mais fatalidades ocorreriam, seja pela COVID-19, pela dengue, tuberculose ou outros males que já nos afligem. Nenhum governo seria capaz de manter auxílios que garantissem a sustentação de pessoas e empresas. Imaginar isso como possibilidade é completa irracionalidade e a instauração do caos social acabaria por acontecer, da forma rápida e inexorável. Além disso, a simples manutenção de serviços essenciais apenas reduziria, mas não impediria a propagação do famigerado vírus.
Portanto, caros leitores, se estamos perante uma adversidade inevitável e com a qual teremos que aprender a conviver, só nos resta torcer pelo surgimento de uma vacina eficaz o quanto antes e defendermos as teses que minimizem os riscos de um mal maior, resultado previsível de um insano confinamento horizontal. Infelizmente, teremos que suportar estoicamente as adversidades, sabendo que isso terá um lamentável custo em contágios e fatalidades.
Clique neste link e veja a quantidade de pessoas morrendo por causa da Influenza.
Laerte A. Ferraz para Vida Destra, 01/04/2020.
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Este é exatamente o meu pensamento a respeito dessa situação. Pena que somos a minoria.
Muito boa a matéria. Vida Destra é muito boa fonte de informação!!
Uma análise bem formulada da atual situação do país. Infelizmente deparamos com um quadro político e social, onde os interesses pessoais vêm em primeiro lugar. Parabéns pela análise.
Bom dia! Estando eu e, minha família em confinamento, pq, somos do grupo de risco, vejo, que realmente estamos fazendo o certo afim de que não aumentemos às estatísticas tão cruéis que nos são apresentadas. O Laerte, soube magistralmente discorrer sobre o assunto que mais tem impactado à sociedade brasileira e, mundial da atualidade. Por experiência de vida, posso concluir que o “Caminho do meio” sempre será à melhor opção! É um texto, que todos deveriam ler e refletir profundamente? Obrigado, Laerte!
Olá, amigo Laerte, sem dúvida, não há certezas de nenhum lado, nem na ciência, visto que é um vírus novo a toda a comunidade científica. Portanto, aquele que está batendo no peito e afirmando que ele é que está agindo corretamente, está na verdade enganando na maior cara dura. Espero que todos percebam a falsidade desses protetores de araque. Até aqui, o governo federal está agindo muito bem. Cada ministro apresenta as soluções em sua área e juntos acham as melhores saídas para o todo. E é isso que deixa a oposição maluca: sensatez e eficiência do lado oposto a eles, os psicopatas e oportunistas. Imagine se fosse o PT no comando desta crise? Não quero nem imaginar, um pesadelo sem fim.
Comentário pertinente, que demonstra lucidez e, firmeza de propósitos. Ainda bem que vemos pessoas que tem o discernimento como fonte de reflexões!!
Bom senso e lucidez em seu artigo, Laerte. Pena que nesse País tão poucos possuem boa vontade e honestidade para encarar essa situação cheia de incertezas e se unir, independente de ideologias, em vista ao bem comum, ao bem de todos. Ah se , os que detém o Poder em várias áreas, possuísse um terço dessa visão que tem você. Não sofreriamos tanta aflição. Parabéns amigo. Amei.
Não enxergo o dicotomia partidária, ela existe e estou bem alheio a ela, até porque não acredito na esquerda ou direita mas que tudo precisa ser central.
Central não como médio, central como referencial, se sou eu quem precisa de evolução, sou o primeiro a tomar dos livros, vestir as carapuças e levar-me ao infortúnio da discórdia interna, até que o bom senso fale mais alto, dentro de mim…
Não sou do pt, e aceitei a opção que se mostra, por desbravar e dar oportunidades as novas experiências, elas estão bem… no lugar, nem por isso assumo um lado, a não ser o da vida… ora… estamos nessa juntos, com 10, 30, 40, 50, ou 60 anos como nós ou mais…
Tenho pena, dos médicos, e outros importantes profissionais da saúde que tem que decidir sobre, quem sabe, a minha ou sua morte, quando definir de quem é a vez no respirador à disposição, ou nem tem um de sobra… ainda bem que num mundo globalizado podemos ver os que têm direito de impressa livre, e os acostumados a negligenciar a transparência…
Quanto a morte, ah!!! Essa é inequívoca e certa para quem chega a ela, cedo ou tarde. Para quem fica, meu consolo, fiz o que podia e me era de bom senso fazê-lo… sou eterno, sou moderno, mas não sou, ou não gostaria ser bobo… não tenho certeza de não sê-lo, mas tenho certeza de que o tempo chega a qualquer que vá ter, na alcova, alguém quem realmente ame…