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Opinião Política

Os negacionistas da Cloroquina

“Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros.”

George Orwell

“A universidade desenvolve todas as capacidades, inclusive a estupidez.”

Anton Tchekhov

Parece que uma classe acostumada a achincalhar os terraplanistas (não sou um) com os mais pueris argumentos, incluindo experimento de milhares de anos com diversas falhas, agora redobrou a estupidez.

A moda entre os inteligentinhos é negar a eficiência de uma substância contra a quimera chinesa diante de evidências que se acumulam a cada dia. Alguns destes imbecis são médicos renomados e alegam que o tratamento ainda não teve “comprovação cientifica”, como se a emergência sanitária e social não demandasse ações ousadas e celeridade; pior, se negam a dizer que tomaram o remédio e ele foi eficaz. Da mesma forma que me tornei católico após não conseguir negar o milagre do sol em Fátima, estou inconformado de ver gente que fez o juramento de Hipócrates só ter amor à própria vida.

Também há o argumento fraquíssimo de que o remédio tem efeitos colaterais. Ora, a cloroquina é um remédio que passou a ser comercializado na década de 30 e é usado há mais de meio século no tratamento de malária, lúpus e outros. Milhões de pessoas utilizaram o medicamento, que é comum e barato, mas agora parece que descobriram seus riscos. Aos idiotas dos efeitos colaterais, pergunto: algum de vocês leu a bula do ibuprofeno antes de tomá-lo? Se tivessem lido, provavelmente morreriam com dor de cabeça…

Parece-me que esses médicos não entenderam que estamos diante do maior evento global depois da Segunda Guerra Mundial e o destino deles será a ridicularização e a destruição de suas reputações caso insistam no negacionismo (apesar de eu achar que devem perder o registro e ser julgados por crime contra a humanidade).

Aos inteligentinhos cientificistas que cansaram de assistir e ler SCI-FI, hard ou não, e sempre aceitaram a solução de um cientista tão maluco quanto o francês Didier Raoult – que lembra o doutor do Independence Day – descobrir uma cura e ela ser oferecida a todos rapidamente e sem qualquer “comprovação científica”, pergunto: o que mudou?

Quando o professor Olavo de Carvalho diz que o brasileiro acha que entende de tudo e se sente especialista no assunto depois de ler um verbete da Wikipedia, ele está errado?

Quando o professor diz que as táticas de lavagem cerebral são amplamente utilizadas pela mídia e estão fazendo bilhões de pessoas se tornar gado à espera do abate (psicose informática), ele está errado?

Quando o professor diz que estamos vivendo entre histéricos desde que um bando de psicopatas ascendeu ao poder (do livro Ponerologia), ele está errado?

Pois penso que Olavo tem razão.

 

Vieira, para Vida Destra, 07/04/2020

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Engenheiro, escritor e aluno do Seminário de Filosofia (COF) do professor Olavo de Carvalho.