Se você pensou que este texto seria um explicativo sobre metodologia de pesquisa, números, percentuais ou cálculos de margem de erro, se enganou. Pretendo trazer ao querido leitor uma visão sobre a manipulação da opinião pública no decorrer dos tempos.
Muito antes de existir imprensa ou meios de comunicação, o ser humano tende a se utilizar de manipulação da informação para atingir seus objetivos. A invenção da imprensa de Gutenberg, no século XV, deu mais alcance a tudo aquilo que se conhecia como literatura. O conhecimento escrito se tornava o grande instrumento de evolução da humanidade.
Pouco antes de Gutenberg a igreja católica possuía o monopólio do aprendizado da leitura e da escrita, relegando a maior parte da população, que não sabia ler ou escrever, a servidão intelectual imposta pelo alto clero e as elites a ele ligadas. Assim, a chamada Idade Média é marcada pela manipulação das informações a partir das vontades daqueles que detinham a condição de ler e interpretar os textos bíblicos, as leis e as demais informações. Isso ocorreu também depois da invenção da prensa tipográfica, só que encontrou a reforma protestante de Lutero, no século XVI, como grande movimento de resistência e libertação, não só no campo da religião, mas também nas ciências.
À medida que a humanidade se tornava mais independente intelectualmente, também foram surgindo grupos que se utilizavam da informação para dominar as massas. O próprio movimento iluminista, do século XVIII, a revolução russa, o nazismo, o fascismo, as demais revoluções socialistas, a revolução cultural e tantos outros movimentos do século XX, utilizaram-se exaustivamente da (des) informação para se consolidarem.[1]
Chegamos aos dias atuais aprendendo, mais do que nunca, que a imprensa militante, ou como diria o jornalista Leonardo Fiuza, o “Consórcio, que outrora era a grande imprensa”, se tornou o grande cabo eleitoral daqueles que rezam mais próximo da cartilha ideológica de jornalistas (que não deveriam responder por este título), interessados em pautas das mais variadas facetas.
As pesquisas eleitorais, pouco profissionais e com credibilidade maculada devido aos movimentos nada honestos das últimas eleições, procuram emplacar algo ridiculamente anedótico, quase infantil. Talvez os donos desses “institutos” ainda pensem que a população viva no período do monopólio do conhecimento, promovido antes da invenção de Gutenberg.
O simples fato de “colocarem” Lula como presidente eleito no primeiro turno, parece ter sido ordenado por um monte de adolescentes que votarão pela primeira vez em 2022 e que acabaram de sair doutrinados das escolas brasileiras. É risível imaginar que alguns destes institutos de pesquisa creiam que alguém acredite em suas apostas. Este fenômeno de infantilidade comercial atingiu algumas grandes empresas no último ano. A causa é exatamente a mesma: crianças de 40, 45, 50 anos, na frente de computadores, fazendo uma brincadeirinha fajuta de tentar convencer as vítimas que o ladrão ainda possui alguma credibilidade.
É bom lembrar que, de acordo com o Ibope, Haddad é o presidente do Brasil desde 2018. Também é bom lembrar que, de acordo com o mesmo instituto de pesquisas, Dilma é senadora por Minas Gerais e tantos outros derrotados estavam eleitos facilmente.
A atenção deve ser redobrada. Não são os mais informados que serão ludibriados. A covardia se volta para a parte mais simples da população, que sempre acreditou em pesquisas como termômetro eleitoral.
Talvez os institutos de pesquisas, que são muito bem pagos para falarem o que o pagante quer ouvir, comecem a repensar não os seus métodos, mas as suas intenções. Nunca se esqueça: pesquisas eleitorais são fontes de muito dinheiro, pois custam caro. Qual é a chance de um partido ou candidato investir uma fortuna para ouvir do povo que seu candidato não passa de um pulha, corrupto e ladrão condenado por três instâncias da justiça, que não será lembrado por outra coisa senão pelas palavras mensalão, petrolão, sanguessugas, escândalos dos fundos de pensão dos correios e mais algumas dezenas de crimes que mancharam o meliante para esta vida e para a eternidade?
Nota:
[1] A KGB praticava a “dezinformatsiya” que tem semelhança com a forma pela qual a imprensa brasileira se comporta para disseminar informações, mesmo que sem embasamento ou descaradamente falsas, para destruir reputações de inimigos político-ideológicos.
Davidson Oliveira, para Vida Destra, 20/01/2022.
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