Revolução gigante e notória ou ações silenciosas e covardes?
Se você até hoje não conseguiu entender porque a mídia e a política dão tanto palanque a pautas inúteis, de assuntos totalmente desnecessários, que resultam em zero de evolução ou desenvolvimento da nação, certamente já desenvolveu um importante circuito crítico, por assim dizer.
Não há necessidade de falarmos da velha tática de dividir para conquistar. Inclusive, já até acho que está ultrapassada tal explicação. O uso de minorias como massa de manobra mudou com o passar do tempo. A princípio as minorias não eram tão “minorias” assim. A Revolução Russa (1917) foi um movimento onde uma classe, e não pequenos grupos, foi movida, propositalmente para dar corpo a uma revolução que de “proletária” não tinha nada, afinal o proletariado nunca se estabeleceu como governo ou como liderança política neste território. Veja também o caso do movimento Hippie, no final dos anos 60. Não era uma parcela tão pequena. Na verdade, não era minoria étnica ou biológica. Era um movimento gigante, muito mais cultural do que étnico ou biológico. Esses são dois dos muitos exemplos que temos na história de grandes movimentos que se mostraram insuficientes para a revolução. Prova disso é o esfacelamento da União Soviética. Também é prova o fato de que os hippies do passado envelheceram e se tornaram vovôs e vovós tradicionais, salvo algumas exceções.
Mas então, o que houve de um tempo pra cá para que lideranças políticas de esquerda mundo a fora apostassem em minorias com pautas tão “significativas” como as que deram origem à exposição de arte com imagens do órgão excretor em faculdades públicas; as classificações de gênero presentes no fértil imaginário de pequenos grupos de militância LGBTQI+; a lógica do assalto; a linguagem neutra; queimadas imaginárias na Amazônia e tantas outras que causam perda de tempo, desgaste e gastos desnecessários de tempo e recursos públicos?
A resposta a essa pergunta está muito mais presente nos ideais de revolução cultural do que qualquer outro. Para quem ainda não conseguiu entender, a tal “revolução cultural” é o conjunto de ações que visa transformar as formas pelas quais a sociedade ocidental, aos trancos e barrancos, conseguiu chegar até aqui. Num mundo competitivo, baseado nas relações de troca (comércio) não há espaço para determinados tipos, que se esquivam, por exemplo, de trabalhar normalmente como a maioria da sociedade [1]. A maioria das famílias, até meados do século XX, baseadas nos princípios cristãos, da família tradicional e dos valores éticos por elas transmitidos, ensinavam os filhos a reproduzirem este, que não é um modelo perfeito, mas que foi o responsável por não deixar que a humanidade sucumbisse até aquele momento.
Para uma geração de intelectualóides como os da Escola de Frankfurt, que viram revoluções armadas se mostrarem inúteis, a única forma de consolidar o plano de transformação da sociedade era destruir este e outros tantos pilares que sustentavam a sociedade ocidental até meados do século XX.
Agora, compare aquilo que vem sendo feito pela esquerda há oito décadas para derrubar tais pilares e tente estabelecer um paralelo:
Pilar da sociedade ocidental |
Estratégia de destruição |
Família tradicional (pai, mãe, filhos)
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Movimentos de destruição da família tradicional, patriarcal, como a banalização do casamento e da formação de famílias, por meio de pautas como aborto, feminismo e incentivo a não contração de núpcias. |
Funções definidas entre homem e mulher, de forma que as famílias se sustentem e cresçam
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O feminismo busca criar um repúdio à divisão de tarefas e funções entre homens e mulheres, sugerindo que isso seria machismo ou protagonismo masculino, que supostamente visa submeter a mulher a um papel subalterno e secundário. |
Conceito de masculino e feminino como preceito de organização moral e ética da sociedade e formação de famílias
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As pautas LGBTQI+ procuram destruir o conceito de macho e fêmea, não para promover igualdade, mas para impor a ideia de que essa “divisão” causa preconceito, diminui o amor e gera conflitos entre as partes. A bandeira do respeito e da tolerância são maquiagens para o movimento de destruição do conceito de macho e fêmea. |
Aceitação da existência de um Deus criador de todas as coisas (Cosmovisão criacionista)
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O envolvimento das instituições educacionais com meios científicos declaradamente ateus é um fenômeno que se fortaleceu após o Iluminismo, no século XVIII. Hoje em dia é impossível achar algum reconhecimento à cosmovisão cristã em livros didáticos e trabalhos científicos. Houve uma separação ferrenha dos dois. Para consolidar a invasão de tais preceitos na igreja cristã vide “Teologia da Libertação” e “Teologia Liberal” onde, entre outras aberrações, é apresentado um Jesus Cristo socialista, paz e amor, que não veio somente para salvar os pecadores, mas para ensiná-los a partilhar e a não possuírem apego aos bens desta Terra, comportamento que seria a mola propulsora para os movimentos sociais que nasceram dentro de igrejas cristãs e que se tornaram massa de manobra. |
Limites entre direitos e deveres
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A libertinagem disseminada, sobretudo após a segunda guerra mundial, com a desculpa de levar o ser humano a uma nova forma de enxergar a vida, foi o pontapé inicial para criar uma sensação de liberdade onde seria preciso quebrar as regras e desenvolver um novo ímpeto de vida. Nascia a geração que não aceita regras e que pensa que elas foram feitas para tolher as liberdades. As regras eram tidas como instrumentos de coação de determinados grupos dominantes. |
Leis objetivas
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Quando não resta mais caminho pelas leis, ela passa a ser considerada abstrata, necessitando de cortes interpretativas, como ocorre no Brasil. Assim, a lei passa a atender ao que convém ao seu intérprete. |
Propriedade privada como princípio básico da liberdade
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Aberrações como a relativização da propriedade privada são mecanismos marxistas para que o Estado seja dono de todos os meios de produção. A filosofia comunista prevê que não pode haver propriedade privada pois o Estado deveria ser o dono de todas elas. Assim ele teria suficiência para tornar todas as pessoas felizes sendo elas empregadas dele. |
Legítima defesa para que nem outrem nem o Estado possam subjugar a sociedade
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Como já é sabido, uma sociedade armada jamais será vítima da escravização promovida por um Estado totalitário. Por isso, e mais uma vez, já é sabido, a primeira ação de políticos com intenções ditatoriais é desarmar a população. Assim ele consegue agir livremente, sem ter quem possa reagir. Ele se torna o único detentor das armas. |
Liberdades individuais invioláveis | A relativização das liberdades é objetivo claro. Veja o caso recente de passaportes de vacinação. O principal instrumento para se atingir esse objetivo é o medo. O Estado socialista se coloca como o único capaz de garantir o bem estar da sociedade, levando-a a acreditar que não é possível viver sem ele. Além disso, o medo faz com que as pessoas troquem a liberdade por proteção, por isso ele é instrumento de escravização. |
Como ainda restam muitos outros pontos a serem abordados, prefiro trazer aqui o papel das tais minorias em todo esse processo. As minorias possuem muito mais capacidade de inserção nos meios de comunicação, na educação, na igreja e em muitos outros ambientes onde a sociedade se agrupa. O seu uso se dá justamente por gerarem células revolucionárias pequenas, quase imperceptíveis, que silenciosamente atuam para disseminar uma ou outra pauta como as que estão no quadro acima.
Assim chegamos ao século XXI, onde a abstração, a relativização e a distorção de conceitos já consagrados ocorrem de forma poderosa, não porque são convincentes ou eloquentes, mas porque repetem exaustivamente a mesma narrativa há décadas, fazendo valer o ditado: ”Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura”.
Nota:
[1] Diga-se de passagem, repare na maioria de seus amiguinhos de esquerda; sempre querendo achar um culpado pela sua miséria, mas incapaz de carpir um lote ou acordar às 6 da manhã para “pegar no trampo”.
Davidson Oliveira, para Vida Destra, 25/11/2021.
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Excelente reflexão, pois expõe com clareza as estratégias da esquerda.