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Precisamos falar sobre as Máscaras – Parte II

Prezados leitores:

A primeira parte deste excelente artigo a respeito do uso de máscaras, pode ser lida acessando-se o link abaixo:

Parte I

 

Precisamos falar sobre as Máscaras – Parte II

 

Continuação:

 

QUÃO EFICAZES SÃO AS MÁSCARAS?

Várias entidades médicas, inclusive a OMS, já declararam que somente o uso da máscara, sem outros tipos de proteção, não possui eficácia.

A própria efetividade das máscaras não médicas depende, em grande parte, do material de que são feitas, quão justas ficam ao rosto e da maneira que a usamos.

Por exemplo, as máscaras que realmente têm um nível um pouco maior de proteção não são as mais usadas pela maioria da população, tais como a N95 e a máscara cirúrgica. E as máscaras de pano não são tão eficazes na filtragem como são as duas últimas.

Além da diferença de material e da eficácia na filtragem, temos outro agravante quanto à sua utilização. Na prática, as máscaras não são corretamente higienizadas e não são trocadas com a frequência devida. As pessoas usam essas mascaras durante dias sem lavá-las, sendo que o recomendável é trocar a cada 2 ou 4 horas. Confira aqui uma explicação de como usar corretamente a sua máscara!

Sem falar que há uma tendência quase irresistível, daqueles que estão usando máscara, de levar a mão ao rosto com mais frequência, possibilitando maior risco de contaminação.

cartilha do Ministério da Saúde sobre “Recomendações de proteção aos trabalhadores dos serviços de saúde no atendimento de COVID-19 e outras síndromes gripais” traz as seguintes recomendações sobre o uso das máscaras: “c) os trabalhadores devem sempre inspecionar visualmente a máscara antes de cada uso, para avaliar sua integridade. Máscaras úmidas, sujas, rasgadas, amassadas ou com vincos, devem ser imediatamente descartadas; d) caso não seja possível realizar uma verificação bem-sucedida da vedação da máscara à face do trabalhador, a máscara deverá ser descartada imediatamente.”

Como bem apontou a cartilha acima, máscaras úmidas se tornam inviáveis. A umidade pode ocorrer depois de trinta minutos de uso dependendo da frequência com que a pessoa fala ou respira. Por exemplo, atividades que levam a pessoa a ter uma respiração mais ofegante (trabalho pesado, exercícios físicos, cantar) proporciona um declínio maior na eficácia das máscaras.

Outra deficiência das máscaras que aponta para sua pouca eficácia tem a ver com o tamanho dos poros em relação às partículas que elas podem ou não reter nas filtragens.

Quanto a isso, o doutor Alessandro Loiola, em seu Twitter, ofereceu algumas informações interessantes sobre os diâmetros dos poros das máscaras e o tamanho do vírus, as quais eu reproduzo abaixo:

“1) O SARS-Cov2 (vírus responsável pela COVID-19) tem um diâmetro de aprox. 100 nanômetros (nm)
2) As máscaras faciais cirúrgicas possuem poros com diâmetros de 23 micrômetros a 146 micrômetros.
(Fonte: neste link)
3) Lembre-se que 1 micrômetro = 1.000 nanômetros
(Fonte: neste link)
4) Portanto, temos que os poros das máscaras faciais cirúrgicas são 230 a 1.460 vezes MAIORES que os vírus que deveriam filtrar.
5) O seja: passar um vírus de 100 nm pelo poro de 23 micrômetros de uma máscara é quase tão difícil quanto estacionar uma Kombi de 4,5 metros de comprimento em uma vaga com 1 km de tamanho.”

EM DEFESA DAS MÁSCARAS

Depois que a OMS proclamou que as máscaras deveriam ser usadas por todos, a grande mídia começou a reproduzir diversos estudos científicos em defesa do seu uso.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga é um entusiasta das máscaras. Ele concedeu uma entrevista à grande mídia conclamando os brasileiros a se unirem no que ele chamou de “pátria de máscaras”. O ministro está convicto de que “Se todos os brasileiros usassem máscaras, teríamos efeito quase igual ao da vacinação. Então, usar máscara é uma obrigação de todos os brasileiros…” disse.

De onde o ministro retirou essa ideia de uma “vacinação” por meio de máscaras?

Ora, um artigo da CNN baseado em estudos publicados na revista The New England Journal of Medicine por título “Uso de máscara de proteção pode gerar imunidade contra a Covid-19, diz estudo”, sugere exatamente isso.

Contudo, o artigo da reportagem já inicia admitindo que “Máscaras não impedem completamente a contaminação pelo vírus e é possível que gotículas salivares ultrapassem a proteção, porém numa quantidade menor”. O argumento central do estudo é que as gotículas que passam pela máscara serviriam como um tipo de “vacina” criando imunização nas pessoas e com isso gerando casos de infecções mais leves. A hipótese é que se todos usassem máscaras teríamos quadros leves de infecção.

Contudo, o estudo não levou em consideração algumas variáveis importantes, tais como o ambiente, os novos tipos de cepas, a diferença dos vários tipos de máscaras e o tamanho da carga viral que, somados, impossibilitariam a ideia de uma “imunização” com o uso de máscaras.

A conclusão a que o estudo chegou não é definitiva, carecendo de mais evidencias que comprovem a hipótese.

Coincidência ou não, o fato é que quatro dias após a entrevista (30/03/2021), Queiroga participou de uma videoconferência com o infectologista Anthony Fauci – o doutor que propôs o uso de duas máscaras como proteção contra o coronavírus.

O artigo científico “Uma barreira física contra o coronavírus – Experimento realizado na China indica que máscaras cirúrgicas podem reduzir a transmissão de agentes causadores de doenças respiratórias”  é outro que exalta o poder protetor das máscaras.

Entretanto, o autor foi honesto a admitir que elas não devem ser a primeira linha de proteção a ser utilizada, e que usá-las seria “a última coisa desesperada que fazemos”. E por último arremata dizendo: “Em tempos normais, diríamos que, se a eficácia não se mostrou estatisticamente significativa em estudos do mundo real, o uso não seria recomendado […] Mas, no meio de uma epidemia, estamos desesperados. O pensamento é que, mesmo que diminua um pouco a transmissão, vale a pena tentar.”

Essa confissão é prova evidente de que o fator motivador por trás do uso das máscaras não é a eficácia comprovada, mas o desespero. E isso, diga-se de passagem, não tem nada a ver com ciência!

NÃO CONFIE EM MANCHETES

Outro artigo que saiu em defesa das máscaras foi publicado pelo site CanalTech e teve um título pra lá de audacioso: “Está provado: máscara é a melhor arma para conter a disseminação da COVID-19”. Quem ler apenas o título da matéria é levado a crer que a ciência “provou” (sendo que em ciência, “prova” é coisa raríssima) que a máscara realmente é “a melhor arma” (sic) contra a Covid-19.

Mas quando lemos o artigo original compilado pelo CanalTech, percebemos que este omite muitas informações do artigo em inglês que, por sua vez, fragiliza toda essa certeza demonstrada pelo articulista brasileiro Nathan Vieira.

Na verdade, o artigo em inglês foi mais honesto em advertir que o estudo não foi “[…] randomizado e controlado e que poderia haver outros fatores em jogo (como mais distanciamento físico em situações sociais e poucas reuniões grandes) nos condados que estavam aplicando máscaras.”

estudo científico em questão, no qual os dois sites se basearam, analisou durante dois meses dezenas de condados americanos e concluiu que os condados que exigiam máscaras, apesar de terem um número maior de casos de contaminações, reduziram bastante em comparação com aqueles que não exigiam máscaras.

Entretanto, desde o ano passado o estado da Flórida, e há um mês seguido pelo Texas, aboliram o lockdown, flexibilizaram o comércio e retiraram a obrigação do uso de máscaras. Há pessoas usando máscara, mas em quantidade ínfima.

Segundo o estudo da CDC, o número de casos deveria ter subido assustadoramente no Texas e na Flórida pela falta do uso de máscaras. Mas eles aumentaram como previa o estudo? Não. Pelo contrário, Flórida e Texas que liberaram tudo, inclusive o uso das máscaras, são os que estão presenciando um declínio vertiginoso no número de casos. (ver mais aqui).

Por outro lado, Nova York, que decretou restrições severas com o uso compulsório de máscaras, não só não diminuiu o número de casos, mas em alguns meses do ano viu esse número até subir.

Diante dessa realidade não prevista pela elite sanitária, foi desconcertante observar a perplexidade com que o Dr. Anthony Fauci, respondeu aos questionamentos em relação a queda acentuada no número de casos mesmo com a abolição das máscaras. Ele disse simplesmente que “não tinha certeza” do que estava ocorrendo no Texas.

Mesmo admitindo que não tinha explicação para o que está ocorrendo no Texas, Fauci voltou a especular que abolir as restrições pode ser enganoso, pois em questão de semanas o número de casos pode voltar a subir. Mas ele não disse exatamente em quantas semanas isso poderia acontecer. O caso é que a flexibilização ocorrida no Texas já dura quase dois meses e os números só caem!

O conhecimento empírico neste caso parece contribuir com o ponto de vista de que há pouca evidência para demonstrar convicentemente a relação do aumento ou diminuição dos casos de contaminação com o uso ou não das máscaras.

Na época, o presidente Joe Biden, classificou o pensamento de Greg Abbot, governador do Texas, de “neanderthal”.

As falas de Biden e Fauci só demonstram como muitas das nossas autoridades, e a grande mídia, não conseguem lidar com os fatos. Ignoram a complexidade que há em nossa realidade concreta e se isolam dentro de bolhas teóricas. Então, quando acontece o inevitável choque entre a realidade e a teoria-dogma, a dissonância cognitiva age implacavelmente sobre eles, fazendo com que o único alívio seja a negação ou a ridicularização daquilo que não lhes agrada.

Cabe aqui uma observação pertinente: Alguém poderia creditar a façanha que está ocorrendo no Texas e na Flórida ao processo acelerado de vacinação. No entanto, o Texas, é um dos estados que menos vacinou. E aqui é importante fazer um contraponto com Nova York, pois, mesmo com uma porcentagem enorme de vacinados, os casos neste estado ainda não diminuíram.

AS MÁSCARAS PODEM SER PREJUDICIAIS?

O Dr. Russel Blaylock, já citado neste artigo, afirma que diversos estudos sobre influenza “encontraram problemas significativos com o uso dessa máscara. Isso pode variar de dores de cabeça a aumento da resistência das vias aéreas, acúmulo de dióxido de carbono, hipóxia e até complicações graves com risco de vida.”

Ele prossegue apontando diversos estudos nesta direção, inclusive o risco de o vírus subir para o cérebro pelo bloqueio que a máscara causa no processo da respiração, quando o ar com o vírus retorna para a pessoa infectada, ficando nas cavidades nasais e depois subindo para o cérebro.

O Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC), depois de examinar diversos estudos e pesquisas sobre o efeito das máscaras na redução da Covid-19, produziu um relatório onde conclui que faltam evidências científicas robustas para a eficácia das máscaras.

Um recente estudo, republicado inclusive aqui na VIDA DESTRA, com o título de “Resultados de estudos: máscaras faciais são ineficazes para bloquear a transmissão da COVID-19 e, na verdade, podem causar deterioração da saúde e morte prematura”  alertava, dentre outras coisas, para o fato de que, enquanto a eficácia das máscaras no combate à Covid-19 carece de evidência científica, o mesmo não acontece quanto aos seus efeitos adversos fisiológicos, psicológicos e à saúde.

As máscaras são desaconselhadas para indivíduos com problemas respiratórios, autistas, pessoas que praticam exercícios físicos e crianças.  (Confira aqui).

UMA PALAVRA FINAL SOBRE O ASSUNTO

Apesar das críticas pontuais feitas aqui, acredito que as máscaras possuem seu lugar e importância junto aos demais recursos profiláticos. Por exemplo, pessoas com doenças infecciosas sempre precisaram do isolamento e do uso de máscaras.

O que eu questionei neste artigo foi essa nova cultura inaugurada em torno deste objeto, que, por sinal, hoje se presta mais ao uso decorativo do que protetor.

Sem provas e amparo científico, a grande mídia, os governantes e as autoridades sanitárias criaram normas absurdas e falsas narrativas que superestimam a eficácia das máscaras. Estenderam seu uso para pessoas saudáveis, alegando o perigo oferecido por outra categoria inventada – os supostos assintomáticos.

Assintomáticos ou vítimas de testes de falsos positivos de PCR?

Seja como for, o caso é que muitas dessas normas e decretos sanitários criados nessa pandemia foram justificados com pura especulação científica, quando não, por meio de pesquisas com métodos altamente duvidosos e resultados questionáveis.

Ouso dizer que o que estamos vivenciando hoje tem pouco a ver com saúde e mais com adestramento social e político, perpetrado pelo terror que a mídia e o Estado impuseram sobre o cidadão comum.

Como nos experimentos de Pavlov, as pessoas simplesmente reagem aos estímulos externos, mergulhando cada vez mais em um processo macabro de manipulação mental. E assim prosseguem se guiando por algum tipo de intuição popular, sem saber se há realmente uma conexão causal entre o uso das máscaras e a diminuição dos contágios.

Na verdade, para muitos é até ofensivo questionar a eficácia das máscaras, já que estão acostumados com a falsa sensação de segurança que ela oferece.

O efeito disso você percebe no dia a dia, com pessoas usando máscaras indiscriminadamente em todos os lugares: sozinhas dentro do carro; correndo ao ar livre; na beira da rodovia; na rua deserta, etc.

Essa obsessão tem gerado uma sociedade de controle em que pessoas estão denunciando umas às outras e até mesmo agredindo o seu próximo por não estar usando máscara.

Esse tipo de atitude evidencia a ignorância crassa em que muitos estão mergulhados, fruto do consumo constante de desinformação fornecida pela grande mídia.

Mas não deveria ser assim, pois o que não faltam são pesquisas que apontam para o fato de que as máscaras têm pouca ou mesmo nenhuma eficácia sobre o aumento ou diminuição dos casos de contágios. E mesmo aqueles estudos que parecem favorecer o poder protetor das máscaras possuem deficiência metodológica ou são incompletos.

Por último, não podemos deixar de constatar que, quando nossas autoridades taxam de negacionistas todos aqueles que fazem questionamentos sinceros e pontuais em torno da real eficácia das máscaras na discussão pública, estão agindo não como democratas de uma sociedade livre, mas como fascistas.

Exigir o uso compulsório das máscaras, negando toda a informação científica disponível que depõe contra a superestimação e, por que não dizer, uma velada superstição em torno delas, é anticientífico e, acima de tudo, imoral.

 

 

Paulo Cristiano da Silva, para Vida Destra, 12/05/2021.
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É natural de São José do Rio Preto, casado, servidor público com formação em Ciências Sociais e pós-graduado em Ciências da Religião e Teologia.