Roberto Alvim caiu. Bolsonaro não teve alternativa a não ser exonerá-lo após declarações que reproduziram – quase ipssis letteris – uma fala de Joseph Goebbels, o Ministro da Propaganda do odiado regime nazista de Hitler. Era o que tinha que ser feito, claro.
Se há setores nos quais a infiltração doutrinária marxista é notória e extremamente atuante, esses são a Educação e a Cultura. É bem verdade que há outras áreas também infiltradas e que foram intensamente aparelhadas ao longo dos últimos trinta e cinco anos no Brasil e aí se pode citar a imprensa, o funcionalismo público e até mesmo setores do Judiciário. Mas, ainda assim, Educação e Cultura são altamente sensíveis.
Caso a fala do hoje ex-Secretário Especial da Cultura – feita sob os acordes da Ópera wagneriana Loehengrin – tivesse passado sem a gritaria quase imediata da imprensa, essa seria mais uma pecha que iria se somar a tantas outras que tentam impingir ao atual governo de Bolsonaro: apologista do nazismo. O estrago na imagem seria grande e inevitável, até porque, além de Goebbels, Richard Wagner era o compositor predileto de Hitler, fato que faz com que muitos esquerdistas torçam o nariz para o genial compositor.
Para quem não torce contra o atual governo, foi até bom que o episódio tenha vindo a público rapidamente, pois também rapidamente o Secretário foi afastado pelo Presidente, mesmo após haver se desculpado e, como justificativa, ter afirmado que desconhecia que a frase, sugerida por assessores segundo ele, havia sido usada por Goebbels. Não há porque duvidar disso.
É evidente que a frase foi “pinçada” com cuidado, assim como foi o trecho da Ópera Lohengrin para servir de fundo musical ao pronunciamento de Alvim, efetuado na noite da última quinta-feira, dia 16 de janeiro, para divulgar o Prêmio Nacional das Artes, lançado horas antes com a participação do próprio Presidente. Enfim, a menos que Alvim quisesse revelar uma altamente improvável veia nazista e que duvidasse que outras pessoas fossem capazes de identificar o trecho de um discurso de Goebbels e, somado a isso, quisesse prejudicar a imagem do governo ou estivesse pedindo – quase implorando – para ser demitido, até por uma questão de inteligência jamais teria usado tal frase. Imagino que Roberto Alvim possa ter defeitos, mas não creio que seja adepto do nazismo e nem estúpido a ponto de cometer erro tão primário tornando isso notório, caso fosse. Tudo indica que caiu numa esparrela bem planejada. Afinal, nesse cargo, inimigos próximos e distantes não devem faltar.
Que sirva de lição para que outros Ministros fiquem atentos aos assessores que compõem os seus gabinetes, pois a infiltração e o aparelhamento podem ser bem maiores e mais astuciosos do que possamos imaginar.
Seja como for, o episódio, ainda que lamentável, serviu para que o Presidente agisse com presteza, declarando seu repúdio a doutrinas antidemocráticas e reafirmasse sua já notória amizade com a comunidade judaica, pontuando os laços de afinidades que nos unem. Ponto para ele.
Laerte A. Ferraz para Vida Destra 19/01/2020
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Título bem alinhado com o que aconteceu, pois, passado o “primeiro minuto” alguém logo “percebeu” e denunciou. Ótima análise
Mostra claramente o nível de atenção que vem sendo dado pela extrema imprensa em relação a todas as ações deste governo legitimamente eleito. Os erros, inevitáveis por sinal, são maximizados e os acertos ou desprezados ou minimizados. Se essa mesma lupa tivesse a serviço do povo de bem do país, nos últimos 24 anos, certamente não teríamos sido tão roubados e estaríamos com educação, saúde e segurança muito melhores do que temos atualmente, mas o Brasil vai dar certo. Pra frente Brasil!
Dizer que uma pessoa como ele caiu em armadilha? Escutando uma entrevista no Brasil Gov já percebi este viès . Eu não cairia, imagine um grande diretor de teatro!